Capítulo 13

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Christian Grey

Não posso dizer que a noite passada está entre as melhores da minha vida. Meu corpo estava cansado, mas minha mente estressada não conseguia desligar mesmo depois das três doses de whisky que tomei. Então, abri meu e-mail e fui em busca da lista que minha secretária me mandou e lá estava ela, Anastasia Steele, neuropediatra, Hospital Santo Antônio.

Deus como esse mundo é pequeno. Ana estava em Porto Alegre e ainda por cima atendeu meu filho.

— Posso? — A voz de meu irmão me tira de meus pensamentos. Levanto os olhos e Elliot está na porta da minha sala com aquele sorriso de sempre.

— Claro. Não esperava te ver por aqui.

— Eu deixei Kate e a mãe dela no shopping e resolvi dar uma passada. Elas disseram que precisam comprar as coisas que faltam antes do parto. Não sei o que ainda pode faltar, Kate comprou a cidade toda e duvido que nossa filha use um terço do que tem. — ele se joga na cadeira a minha frente alegre e despojado.

— Você tá nervoso.

— Estou apavorado. — ele diz e rimos juntos — E você Chris? Como andam as coisas?

Suspiro me ajeitando em minha cadeira.

— Saí de casa. — meu irmão não diz nada — Aconteceu tanta coisa, cara.

— Eu tenho algumas horas antes de minha linda esposa acabar com os estoques das lojas de bebê.

Conto a Elliot tudo. Desde meu beijo com Anastasia até a briga de ontem à noite.

— E agora ela acha que sou um canalha. — apoio a cabeça entre as mãos.

— Essa mulher mexeu contigo.

— Demais. Eu preciso explicar tudo pra ela.

— E você já stalkeou ela?

— Eu nem sei o que isso quer dizer, Elliot.

— Pelo amor Deus Christian! Investigar!

— Não sou um psicopata, tudo o que eu sabia era o nome dela e agora pela lista do evento de ontem sei onde ela trabalha.

— Você está me dizendo que já sabia nome dela e não jogou no google e nem procurou ela nas redes sociais. Meu irmão, em que mundo você vive?

— Minha vida está de cabeça para baixo, não consigo pensar em nada. — suspiro — Preciso encontrar um apartamento provisório, sabe de algum?

— Se você quiser pode ficar lá em casa. Sabe disso né?

— Vocês estão prestes a ter um bebê, não posso ir para lá.

— E seu plano qual é? Ficar aqui no hotel?

— Por enquanto sim, pelo menos até eu achar um apartamento para mim.

— Senhor Grey, com licença. — Fernanda espia pela porta e eu aceno para que ela entre — Estou com os relatórios financeiros da nova filial do nordeste como o senhor pediu. O Anderson do marketing precisa definir algumas questões com o senhor e o seu advogado ligou a respeito do e-mail que o senhor enviou.

Solto um suspiro.

— Sinto sua falta. — disse a Elliot que ri.

— Eu falo com Anderson. — meu irmão se levanta num pulo — Liga para o seu advogado, imagino que seja o mais urgente.

— Me encaminha os relatórios, por favor Fernanda.

— Imediatamente, senhor.

— Obrigado.

Assim que eles deixam minha sala, ligo para doutor Daniel, meu advogado. Como já imaginava ele queria discutir sobre o acordo que propus a Marcela. Para ele era uma loucura eu querer que ela ficasse com as casas que temos, o carro e uma pensão generosa. Mas eu pouco me importava com os bens materiais. Se eu tivesse que dar tudo que tenho a ela para me ver livre desse casamento, eu daria.

— Sim doutor, eu tenho... — a porta do meu escritório é aberta de forma brusca. É Rafael, pai de Marcela. Logo atrás dele Fernanda me olha assustada. Aceno para ela indicando que está tudo bem. — Preciso desligar. Entro em contato com o senhor.

— Seu merda, o que você pensa que está fazendo? — esbraveja e bate as mãos na minha mesa — Acha que pode descartar minha filha assim como se não fosse nada?

— Rafael, não se trata de descartar. Eu e Marcela já não estamos dando certo juntos. Para o bem dela e de nosso filho o melhor a fazer é separar.

— Depois de todo o mal que você causou a ela, seu traste.

— Eu não quero mais brigar, Rafael. Nem com ela e nem com você. Meu advogado já está redigindo uma proposta de acordo para ela.

— Minha filha não precisa da porra do seu dinheiro, Grey.

— Não se trata de dinheiro, eu só quero resolver tudo de forma amigável, sem processo e nem nada.

— Pois pode se preparar Grey, não vamos fazer isso fácil para você. — Rafael sai enfurecido e eu me recosto na cadeira frustrado.

Era justamente isso que eu não queria. Porque Marcela não pode ser minimamente razoável ao menos uma vez na vida? A quem quero enganar, Marcela nunca facilitou nada, não seria agora que ela faria diferente.

Pego meu celular e disco para Patrícia, preciso saber de Léo. Não gostei de tê-lo deixado, mas não quis bagunçar ainda mais sua vidinha. O telefone chama até cair. Tento novamente, mas ela não atende. Vai ver Marcela está por perto.

Quando abro minha caixa de e-mail em busca do relatório que minha secretária mencionou vejo a relação da conferência e me lembro de Ana. As palavras de meu irmão me invadem a mente.

"...e não jogou no google e nem procurou ela nas redes sociais"

— É exatamente isso que vou fazer.

Digito o nome dela no campo de busca e logo surgem diversos registros o primeiro é de um site médico. Clico sobre ele e o cadastro dela aparece, com o endereço do hospital e um número de celular.

Será que devo ligar? Encaro sua foto, o semblante calmo, tão profissional, tão linda. Me encho de coragem e decido ligar, mas antes que eu possa apertar o botão meu irmão entra feito um raio na minha sala.

— Chris, achei o apartamento ideal para ti. Tá tudo certo já, A gente só tem que ir lá para fechar o negócio. — diz ele com sua habitual energia caótica — Anda Christian, levanta daí logo, o corretor está nos aguardando.

Eu ligo pra ela depois. Pego meu paletó e sigo meu irmão.

Proibido Para MimWhere stories live. Discover now