capítulo 2

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Daniel ON

Olho para Chloe que come lentamente uma fatia de pizza e não posso deixar de pensar em como a conheço pouco, mesmo morando com ela a anos não sei nada a seu respeito. Me casei com Sandra aos meus vinte e seis anos, minha esposa era um ano mais velha do que eu e quando nos casamos sua filha tinha dez anos, mais conheçi Chloe com nove anos e na época eu apenas namorava com sua mãe.

Desde que conheçi minha enteada, percebi que ela era uma criança tímida, eu falava com ela e a mesma apenas concordava com a cabeça sem nunca me dizer nada. Quando me casei com Sandra tentei me aproximar de sua filha pois sempre gostei muito de crianças e meu sonho era ser pai, eu queria tratar a menina como uma filha mais ela sempre fugia de mim como se eu fosse um lobo atrás dela, mais eu entendia que ela poderia estar achando que eu estava tentando ocupar o lugar de seu verdadeiro pai, então começei a deixa-la ter mais privacidade e logo meu trabalho passou a ocupar boa parte do meu tempo e sempre que chegava em casa minha esposa grudava em mim.

Eu adorava receber toda aquela atenção de Sandra, me sentia amado e aquilo me fez pensar que eu realmente tinha escolhido a mulher certa para a minha vida. Depois de três anos de casados, percebi que Sandra não dava a mínima para a filha, Chloe passava a maior parte do tempo trancada no quarto ou com a babá, então fui falar sobre isso com Sandra que fez pouco caso e disse que iria mudar.

Minha esposa definitivamente mudou, mais para pior, pois a menina passou ainda mais tempo trancada enquanto Sandra saia com as amigas, ela também parou de me dar atenção e sempre que eu a procurava na cama ela inventava uma desculpa esfarrapada, mais nunca desconfiei dela. O tempo foi passando e eu já não suportava mais aquele casamento, pois parecia que eu só servia para trabalhar e trazer dinheiro para casa enquanto Sandra gastava sem parar, eu também não gostava de ver Chloe trancada no quarto o tempo inteiro, pois criança tem que brincar, correr e gritar, mais minha enteada não fazia nada daquilo.

Cansado com aquela situação, mandei construírem um quarto de brinquedos para Chloe, além de uma casa de bonecas no terraço da cobertura, aquela foi a primeira vez que vi minha enteada sorrir de verdade, ela até me deu um abraço mais logo em seguida saiu correndo como se tivesse feito algo grave, na época eu achei graça, mais quando fui ver o que ela está fazendo a encontrei chorando e assim que me viu pediu desculpas em seguida se trancou no quarto.

Os dias foram passando e percebi que minha enteada parecia solitária trancada no apartamento, então pensei do que adianta ter vários brinquedos se não tem ninguém para brincar e foi então que contratei Dolores nossa atual governanta. A contratei por ter uma filha da mesma idade de Chloe e foi a melhor decisão da minha vida, pois as duas crianças se tornarão inseparáveis e são amigas até hoje.

Eu tentei deixar a infância da minha enteada melhor, mais mesmo com todos os brinquedos que eu mandava comprar para ela, as festas, viagens que ela ia com a amiga e a babá, eu não pude fazer sua mãe se aproximar dela, até briguei várias vezes com Sandra por conta disso mais a única coisa que eu conseguia era fazer Chloe se afastar cada vez mais de mim. No ano passado descobri que minha esposa estava me traído com o motorista dela, peguei os dois tendo relações sexual na garagem do prédio dentro do carro, então preparei tudo para que nós divorciacemos e ela até concordou em deixar a filha comigo.

Sandra nunca deu a mínima para a filha, eu sabia que quando nos separacemos ela não cuidaria bem de Chloe e eu não iria permitir que ela estragasse o futuro da menina, então descidi ficar com ela que na época tinha acabado de completar dezesseis anos, eu iria cuidar dela, pagar seus estudos e se depois de formada ela quisesse seguir em frente sozinha ou ir atrás da mãe aí era com ela. Algumas semanas antes de assinar o divórcio Sandra descobriu que estava gravemente doente e me implorou para não deixa-la, no início duvidei mais o médico de confiança da minha família confirmou o que ela me disse, então concordei em adiar o divórcio até que ela se recuperasse, mais infelizmente o pior aconteceu e hoje foi seu enterro.

Daniel: por que nunca disse que gosta de pizza de quatro queijos e sempre comia apenas os sabores que eu e sua mãe escolhiamos? - pergunto pois ela nunca opinou em nada

Chloe: a mamãe dizia que eu não devia te incomodar com minhas chatices e eu também não queira deixa-la irritada - fala dando de ombros

Daniel: você nunca me incomodou Chloe, eu gostaria de ter sido seu amigo mais você sempre me evitou - confesso

Chloe: era o certo a se fazer, minha mãe dizia que você não era meu pai e não gostaria que eu ficasse perambulando pela casa, então ficava no quarto como ela pedia para fazer - fala me deixando pasmo com essa informação

Daniel: eu nunca pedi para ela te deixar presa no quarto, era ao contrário eu briguei várias vezes com ela por achar errado a forma que ela te tratava e até mandei motarem o quarto de brinquedos para você sair mais do quarto - falo deixando ela surpresa

Chloe: então foi por isso que me presenteou com aquele quarto, me lembro de ter ficado muito feliz mais a noite mamãe me deu uma bronca por achar que eu tinha lhe pedido aquilo - fala e quem fica surpreso sou eu

Daniel: Chloe a sua mãe já chegou a lhe bater? - pergunto com medo da resposta

Chloe: as vezes, ela me batia pois dizia que não me comportei ou que te deixei tão irritado que você brigou com ela, mais eu não fazia por mal e nem sequer percebia que fiz algo errado - fala chorando e me deixando com raiva - e...eu nunca quis chatear a mamãe e nem a você

Daniel: você nunca fez nada de errado, você sempre foi uma boa menina - falo segurando na mão dela, mais ela rapidamente a puxa

Chloe: posso ir para meu quarto? - pergunta com a cabeça baixa

Daniel: pode sim - falo tentando ser o mais calmo possível

Assim que ela sobe, me seguro para não quebrar a casa inteira com raiva da minha ex esposa, eu sei que não devemos ter raiva dos mortos mais como Sandra pode maltratar a própria filha por anos, como eu pode bater na garota e a fazer se sentir culpada sendo que a arrada era ela mesma.

Querido padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora