Aquecer. Esquecer.

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— Genko? — foi a vez de Takeomi chamar, receoso como olhar de Takemichi que passou de tristeza a raiva, os pulsos começaram a sangrar, Benkei se aproximou e segurou suas mãos.

Alguma coisa lhes dizia que essa raiva poderia ser mais perigosa do que os olhos sem vida, já que mesmo com toda aquela aura pesada Takemichi sempre estava no controle. Se ele se perdesse em raiva talvez nem Wakasa pudesse o parar. Por sorte o olhar do moreno se tranquilizou, assim como toda sua expressão.

— Tudo bem. Manjiro receberá o que merece quando for a hora e Wamai não precisa ser minha rainha, foram as duas conclusões do momento — Takemichi fechou os olhos e sorriu, puxando os pulsos de Benkei.

— Você poderia me escutar um momento? O Waka quer... — Takeomi fechou os olhos com força quando sentiu a mão em seu ombro que não era de Benkei — Que porra que ninguém me deixa falar?!

— Talvez seja eu que tenha que dizer a ele, por isso — Wakasa tirou a mão do amigo — Podem ir descansar.

—Já terminou o que ia fazer? — Benkei olhou esperançoso, talvez já pudesse ir atras do responsável pela situação.

— Nem perto, mas primeiro preciso que me deixem com Genko e depois conversamos — Wakasa pediu, Takemichi até abriu a boca para negar a ideia, mas sabia que hora ou outra precisaria ter essa conversa considerando que havia escrito algumas cartas e o que havia falado. Já estava se sentindo mal, então por que se recuperar antes de ficar novamente?

Wakasa se sentou na cama em frente a Takemichi enquanto a dupla saia em silencio. Takeomi queria dizer que não era o melhor momento para essa conversa, mas Wakasa só o escutava em lutas e duvidava que Benkei lhe apoiaria. Keizou fechou a porta deixando os dois se encarando no quarto, descendo as escadas atras de Takeomi e se jogando no sofá.

— Talvez seja a hora de um novo passo — O Akashi abriu o sorriso parando a frente de Benkei — Não vamos conseguir lidar com Mikey agora, mas que tal extravasar um pouco? Aquela propriedade em Suginami talvez seja do agrado de Genko. Vamos limpá-la.

— Tomara que seja mesmo, não quero ouvir merda depois — Benkei se levantou em um pulo indo até a mesa e pegando a chave de sua moto — Vamos lá, preciso de sangue.

— E depois diz que Shin não deve se preocupar com você matando os outros — O mais velho zombou.

— Eu não disse isso, disse que ele devia preocupar-se mais com o Genko e o Waka, o que não é mentira.

[...]

— Nunca, jamais, pense uma coisa dessa novamente — Wakasa tomou a mão de Takemichi, acariciando-a desde a ponta dos dedos até a marca no pulso — Se há alguém aqui que não merece sou eu, eu que não poderia merecer você Genko. E não importa o que aconteceu, você não é nojento e não vai diminuir seu valor, a única coisa que eu consigo sentir sobre isso é raiva daquele anão desgraçado. Não teve um segundo desde que eu descobri que eu não tenha desejado transformar aquele projeto de gente em carne moída. Mas não você. A culpa não é sua. Você não queria.

— Não, não queria, eu pedi para ele parar — Takemichi balançou a cabeça, confirmando as palavras — Mas ele não me deixou sóbrio. Meu corpo não respondia, eu... Eu não pensei que ele poderia chegar a isso. Desculpe.

— Quem tem que pedir desculpa é Manjiro, a você. Mas nem isso vai adiantar.

— Nunca perdoaria ele. Eu quero o destruir.

— Então por que está me pedindo desculpa? — Wakasa não deixou que Takemichi respondesse — Não tem motivo. Mas sabe, teve uma única coisinha que o pirralho disse que é verdade. Eu te usei — O Imaushi apertou as mãos do mais novo entre as suas quando ele tentou as puxar — Me escuta Genko. Eu te usei, eu menti, porque eu nunca quis outra pessoa e nem que você tivesse outra pessoa. Eu queria ser o único para você do mesmo jeito que você era para mim. E eu usei seu corpo do jeito que eu queria sem que soubesse o que eu estava fazendo. Eu nunca te vi como irmão Genko. E eu odiava a cada segundo que eu não era capaz de te dizer isso.

Divindades!Where stories live. Discover now