Ciúmes italiano

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Maya Bishop


PIIIIIIIIIIIIIIIIIII.....

- Nãooooo! -Murmurei ouvindo um barulho irritante me tirando de um sono delicioso.

Me remexi para silenciar aquele despertador infernal e senti meu corpo deliciosamente dolorido, o que me fez sorrir ainda de olhos fechados. Joguei o bendito objeto na parede e enterrei novamente meu rosto no travesseiro macio e com o cheiro de minha namorada.

Estiquei meu braço com o intuito de trazer o corpo da minha italiana para meus braços, mas tamanha foi minha decepção ao tatear o lugar e encontrá-lo vazio. Me obriguei a abrir os olhos e resmungar decepcionada:

- Carina, cadê você? Caramba, não se deixa ninguém largado assim sozinha na cama....

Levantei-me e fui coçando os olhos até o banheiro, ela não estava lá. Suspirei decepcionada, mas fui logo fazer minha higiene matinal. Quando saí, fui direto até a cozinha com um enorme sorriso, o cheiro que invadiu minhas narinas ao entrar na sala me dizia que eu encontraria meu amor cozinhando para nós.

Nada.

Havia um lindo café da manhã posto na mesa, mas nada de Carina.

- Amor? -Chamei dando a volta ao redor de mim mesma a procurando.

Encontrei um papel amarelo colado na porta da geladeira e fui lá.

“Bella, deixei seu café da manhã pronto, era para ser uma surpresa, mas fui chamada para uma cesárea de emergência. Te amo!”


DeLuca, C.


Sorri e fui ver o que a minha morena tinha preparado. Havia panquecas, suco, torradas, café, leite, achocolatado, uma salada de frutas.... Carina não tinha comido.

Me (7:02): Amor, amei a surpresa! Claro, queria ter acordado com você ao meu lado, mas entendo que tem bebês precisando de você agora para vir a esse mundo cruel kkkkk estou com saudades e te amo também. Mas, me diga uma coisa, você comeu?

Guardei o celular e me apressei em comer, teria que ir para a estação logo, não podia chegar atrasada.

Depois de comer, corri para um banho rápido e fui para a Station 19, deveria ter meio mundo de papeladas para eu assinar e vários chamados para ir, mas eu não poderia estar mais bem disposta para fazer todo esse trabalho, apesar de Carina não se sentir confortável ainda em ser tocada, acho que demos um passo muito grande por ela se permitir tocar, e eu teria toda a paciência do mundo com ela, esperaria seu tempo e deixaria ela o mais segura possível para fazer isso.

- Bom dia, meus irmãos!

- Olha esse sorriso idiota! -Hughes apareceu na minha frente com aquela cara de quem conhece todos os meus pensamentos pevertidos- Como foi sua noite com a Dra. Orgasmos? Muitos.... orgasmos, Ham?

- Não falamos sobre isso, Vick, não sei por que você insiste. -Falei sorrindo e jogando minha mochila no meu armário.

- Ah, qual é, Maya? Você vai falar disso com quem? Com a careta da Andy?

- A careta da Andy pode ser bem divertida, Hughes! -Andrea falou e sorrimos.

- Sério, eu sou quase uma profissional do sexo, se vocês têm de falar com alguém que entende dessas coisas, tem de ser comigo! -Victória insistiu séria.

- Por que nossa vida sexual te interessa tanto? Está tão na seca assim, bombeira? -Zombei de sua cara e ela revirou os olhos revoltadas.

- Só pra você saber, mesmo que eu transe todos os dias com homens maravilhosos e musculosos, nenhum deles tem estudos sobre o orgasmo... talvez, eu devesse ir até fonte, não é mesmo?

- Nem ouse, Victória Hughes! -Falei rápido.

Ela riu da minha cara e saiu saltitante.

- Como vocês estão? -Andy se aproximou de mim.

- Estamos bem! -Falei e sorri feliz.

- Que bom, Maya, é muito bom ver você assim feliz.... acho que nunca tinha visto você tão bem!

- Nem eu, Andy, nem eu! A forma como Carina me faz bem é... inexplicável!

Depois de conversar mais um pouco com Herrera, fui resolver os problemas das papeladas e esperar algum chamado. Minha vida não podia estar indo melhor!


****************************


- Ei, vamos sair hoje? -Dean apareceu na minha porta.

Eu estava organizando as coisas no lugar e me preparando para ir embora, hoje o dia foi tranquilo e só teve alguns chamados rápidos.

- Bar do Joe? -Perguntei me animando.

- Sim. A galera toda vai! Vamos, Capitã?

- Vou passar em casa antes para me trocar. -Concordei.

Fui com Andy até em casa e lembrei-me que não tinha pegado em meu celular o dia inteiro.

- Vai convidar Carina? -Herrera perguntou, desviando seu olhar da estrada para mim.

- Vou ver se ela está livre.

My love (9:30): Não tive tempo de comer, mas espero que aproveite o café da manhã. Saí da cirurgia agora, passarei as visitas e depois paro para comer algo. Se cuide, bambina!

My love (13:07): Maya, quando você chegar em casa pode olhar se esqueci meus anéis em cima da cômoda.

My love (15:36): Amor, não esqueça de colocar o lixo fora. Acabei esquecendo pela manhã e não sei se Andy irá lembrar.

My love (19:40): Bella, Amie está me convidando para o bar do Joe. Vamos?

Me (19:47): Minha linda, vamos sim. Os meninos também combinaram de irmos para lá hoje. Estou indo para casa. Hoje o dia foi tranquilo, espero que o seu também. Conseguiu comer?

- Carina está nos lembrando de colocar o lixo para fora. -Disse a Herrera.

- Já estão tão casadas! -A latina disse gargalhando.

Chegamos e não demoramos muito em nos arrumar.

My love (20:15): Vou comer direito agora no Joe’s, mas comi uns biscoitos de Amélia. Nos vemos lá! Encontrou meus anéis?

Revirei os olhos ao ler as mensagens de Carina.

Me (20:37): Sério, Dra. DeLuca? Você esqueceu que é médica e precisa se alimentar corretamente? Estou levando seus anéis. Quando chegar no Joe, se eu não estiver, me avisa. Estou saindo!

Peguei os anéis de minha amada e saí com Andy. Resolvi caprichar um pouco mais no visual, coloquei um batom vermelho, deixei meus cabelos um pouco desgrenhados para dar um ar selvagem e investi em um vestido preto curto e apertado, saltos altos e bastante perfume. Quero deixar minha italiana feliz!

My love (20:43): Parto de emergência. Não irei demorar, me espere lá. Te amo!

- Droga! -Murmurei mexendo no celular.

- O que houve?

- Carina irá demorar. Uma criança resolveu nascer agora!

Andrea riu e fez uma piada sobre a profissão da minha namorada que não me importei muito.

Chegamos no bar e os outros já estavam lá.

- Olha como ela está linda! -Miller comentou animado puxando uma cadeira para eu sentar.

- Essa tigresa tem dona? -Vick brincou fazendo um rugido e um movimento de garras.

Ri.

- Me disseram que tem e é uma leoa! -Ben falou sentando-se ao meu lado.

Pedimos nossas bebidas e ficamos conversando e brincando uns com os outros, logo Ryan também chegou e aproveitei para perguntar se ele sabia alguma coisa de Mason.

- Não soube mais dele, Maya, sinto muito! Acho que ele não está mais na cidade.

- Você poderia verificar isso pra mim, por favor! -Implorei juntando as mãos e fazendo um bico.

- Vou ver o que posso fazer, loira! Mas... não é fácil encontrá-lo, você sabe!

- Eu sei. -Suspirei resignada- As vezes tenho medo de nunca mais vê-lo, dele estar jogado em uma vala qualquer ou enterrado em algum canto como indigente... eu só queria que ele aceitasse minha ajuda, sabe? Ele tem alguém, ele tem uma irmã... posso não ser como ele espera, mas... estou tentando melhorar, Ryan.

Meus olhos já estavam marejados a essa altura e somente senti a mão de Ryan afagando a minha.

- Ele vai saber disso, Maya, vocês terão outra oportunidade juntos. Eu prometo!

Sequei rapidamente uma lágrima que insistiu em cair e me levantei com a desculpa que iria pegar mais bebida, o que não era de total mentira. Caminhei até o bar e me recostei ali e fiz meu pedido:

- 7 tequilas, por favor!

Senti minhas costas queimarem. Me senti sendo observada desde a hora que cheguei, mas ainda não consegui identificar os olhos dessa pessoa. Aguardei alguns minutos e não demorou para uma mão ser colocada em minha cintura, um corpo grudar no meu por trás e uma voz extremamente sensual sussurrar em meu ouvido:

- Capitã Maya Bishop solteira, você por aqui?

Tentei virar para ver o rosto dono da voz, mas sua mão que estava em minha cintura subiu e entrou em meus cabelos e a outra foi parar no balcão. Consegui ver as unhas pintadas perfeitamente de vermelho e os anéis dourados nela. Seus lábios atrevidos desceram para meu pescoço e ali mordiscaram.
Virei-me rapidamente para encará-la e afastá-la de mim.

- Não estou mais solteira. -Falei firme, mas aqueles lábios avermelhados só aumentaram ainda mais o sorriso- Tenho uma linda namorada que deve estar chegando.

- Não sou ciumenta.

- Mas eu sou!

Me lasquei. Foi meu primeiro pensamento. Engoli em seco e tenho certeza que fiquei pálida.

Pâmela Blanc, a endemoniada, abriu ainda mais o sorriso e virou-se para encarar os olhos furiosos de uma italiana vestida em uma calça apertada, uma camisa de botões preta , os cabelos soltos rebeldemente e a cara nada boa.

- Quem é você, querida? -Pâmela perguntou ficando ao meu lado e tentando segurar minha mão, que desviei rapidamente.

- Dra. Carina DeLuca, namorada de Maya. E você, quem é?

A loira virou-se para mim em uma falsa cara de surpresa.

- Não me disse que estava namorando, May! -Voltou seu olhar para Carina e a olhou de cima a baixo- Agora entendo o porquê... -soltou uma risadinha debochada que me irritou- quando cansar... disso, tens meu número!

A loira depositou um beijo no canto da minha boca e saiu desfilando em um vestido vermelho pelo lugar, como se fosse a dona e todas as atenções fosse somente para ela, o que realmente estava sendo, pois foi tudo ridículo.
O peito de Carina subia e descia rapidamente, ela estava furiosa.

- Amor... -tentei falar.

Ela virou-se rapidamente para o bar e pegou uma das tequilas de minha bandeja e bebeu uma dose, depois outra, depois outra e mais outra. Contei 4, uma seguida da outra. Depois ela me encarou ainda furiosa e murmurou entredentes:

- Estarei sentada com a Amélia.

E saiu. Eu nunca tinha visto Carina tão chateada. Acho que nunca vi ela realmente brava, deve ter sido a primeira vez. Pedi mais algumas bebidas e voltei para a minha mesa.

- O que foi aquilo? -Vick perguntou assim que me sentei.

- A pergunta é: por que ainda está aqui? -Jack falou bebendo uma das cervejas que eu trouxe.

- Como assim?

- Não deveria estar tentando acalmar a sua fera. -Dean falou e apontou para onde Carina estava.

- Eu deveria? Ela está me odiando agora! E nem é culpa minha...

- Falei para você não transar com a loirinha. Conheço uma pessoa que não presta de longe! -Andy disse sem ajudar em absoluto nada.

- Conselho de um amigo, Capitã, você não deixa sua namorada sozinha depois de uma cri.... -Ben começou a falar até ser interrompido.

- Maya, sua garota está partindo para cima da loira oxigenada! -Hughes falou se divertindo.

Quando olhei de volta, Pâmela e Carina discutiam, enquanto Amélia segurava a cintura da italiana fortemente.

Antes de sair correndo até lá, ainda consegui ver Vick puxando seu celular assim como algumas pessoas ao redor.

- Carina! -Falei e entrei em seu campo de visão.

- Sua ridícula, eu poderia acabar com você apenas com uma unha!

- Aprenda inglês antes de vir me ameaçar, queridinha, tão baixa! -Pâmela provocou.

- Amor, calma, não cai nas provocações dessa daí! -Falei segurando o rosto de Carina, mas ela deu uma tapa na minha mão.

- A culpa é sua, Maya! Se eu não tivesse chegado, ia deixar essa coisa ficar se esfregando em você?

- É claro que não! Eu já tinha falado a ela que tenho uma incrível, linda, única e inesquecível namorada italiana. -Falei amorosamente e a guarda de Carina foi baixando- Me produzi toda para você e  ninguém, absolutamente ninguém, tem toda minha atenção quanto você.

Virei-me para olhar Pâmela e ela estava com cara de nojo.

- Posso ter levado várias para minha cama, algumas eu nem mesmo lembro o nome, mas somente uma ficou. Uma mulher que mistura lindamente os idiomas, que as vezes chega em casa tão cansada de uma rotina exaustiva, pois estava muito ocupada trazendo vidas ao mundo e salvando outras, mas ainda sim me dá toda atenção do mundo, faz um incrível café da manhã e com certeza me proporciona os melhores orgasmos que já tive na vida! -Me aproximei mais da loira e fiquei bem próxima de seu rosto- Como é seu nome mesmo, querida?

Os olhos da mulher se escureceram de ódio. Ri. E voltei-me para minha namorada que tinha um sorrisinho de lado.

- Vamos para casa, amor? Cozinho algo para você -Agarrei sua cintura e beijei seu rosto- coloco um filminho para assistirmos agarradinhas, tenho aquele vinho que você ama... -lhe dei um selinho e ela sorriu me beijando ainda mais acenando positivamente durante o ato.

Logo aplausos foram ouvidos e sorrimos. Entrelacei nossas mãos e saí levando meu mundo inteiro para casa.

Entramos no carro e não demorou muito para toda aquela harmonia se transformar em um ardor em meu braço.

- Ai, amor!

- Na próxima vez que alguém se esfregar assim em você, eu juro, Maya, farei petit gateau de você e da outra!

- Eu te amo, italiana!

- É bom mesmo. -Disse bufando.

Sorri e puxei sua mão, que ainda estava entrelaçada a minha, e levei aos lábios beijando.


*******************************


Não demoramos a chegar e enquanto Carina tomava banho eu preparava uma janta rápida para ela. A morena logo saiu e me contava como tinha sido seu dia.

- Você acredita que ela disse isso pra mim, bambina?

- Eu nunca fui com a cara dela. -Falei tentando apoiar.

Ela revirou os olhos e bufou.

- Você está mentindo só para me animar! -Falou manhosa.

- Claro que não. Nunca senti muita verdade na Dra. Bailey, o que ela acha que é para falar assim com você? A chefe?

Senti um pano ser jogado em mim e ri.

- Eu a amo, mas as vezes você é uma idiota, Maya! -Reclamou rindo e veio até mim me abraçando por trás.

- Não tire minha concentração. -Falei me derretendo nas carícias que ela fazia.

Eu estava tentando fazer uma salada, mas ter uma Carina me atentando por trás não ajudava muito.

- Quer ajuda? -Sussurrou com a voz rouca e o sotaque carregado.

Gemi vergonhosamente quando ela apertou minha cintura em sua intimidade.

- Po-pode fa-fazer o suco? -Gaguejei.

Ela riu e me soltou.

- Claro...

Olhei para ela e a vi sorrindo. A morena tentou ir até a geladeira, mas cambaleou no caminho. Me preocupei e larguei as coisas rapidamente e a segurei pela cintura.

- Carina? -Chamei preocupada. Meu coração estava disparado já.

- Fiquei um pouco tonta! -Murmurou fechando os olhos.

A guiei até a cadeira.

- Você comeu hoje?

- Eu estava esperando o jantar no Joe quando aquela sem sal veio me provocar.

- Por favor, me diga que não passou o dia com os biscoitinhos da Amélia. -Falei chateada.

- Eu não tive muito tempo, Maya...

- Nem um segundo para comer uma fruta? Será que vou ter que pagar a Helm novamente para cuidar de você por mim lá?

Fui até a geladeira e peguei um copo com água.

- Vai ficar doente assim. Quer ficar doente?

- Eu sei, bambina, não vai acontecer mais! -Falou com um bico choroso.

- Se acontecer, você já sabe o que farei. Agora, vamos comer!

Depois que alimentei minha médica descuidada, fomos juntinhas para o sofá da sala assistir um filminho, comendo pipoca... quer dizer, eu comia a pipoca enquanto fazia um cafuné na morena exausta que dormia profundamente sobre mim.


Olha quem voltou... estou quase de férias, então terei tempo de escrever 🥰

My Love - MARINAOnde histórias criam vida. Descubra agora