Capítulo 13: Nos braços dele

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Trevor está sentado ao nosso lado. Faz uns 20 minutos que ele não solta nenhuma piada ou ofende alguma minoria. Eu menti para o meu melhor amigo. Menti justamente para evitar esse momento. Não existe um momento da minha vida em que não fossemos nós dois. E se eu perder a amizade dele?

O pôr do sol desce lentamente por trás das montanhas geladas do parque. O frio começa a apertar, mas ninguém toma a iniciativa de ir embora. O coitado do Ethan está verde, não sei se pelo flagra ou pela temperatura. É uma situação horrível e não sei como agir.

— Tá, vamos lá. — solta Betty, se levantando e limpando o casaco. — Brian, o James é o teu melhor amigo. Vocês se conhecem desde sempre. Então, por favor, não vai ser um babaca homofóbico. Os dois se gostam e não há nada que possamos fazer. A vida é deles, ou seja, não é um problema teu — ela explica de uma maneira grossa, mas sincera. O Trevor não tem nada haver.


— Eu homofóbico? Eu não sou homofóbico. Eu só tô puta da vida, porque o meu melhor amigo escondeu esse segredo de mim. — diz um exalado Trevor, que se levanta e fica andando de um lado para o outro. — Nós sabemos "quase" tudo um do outro. — usando aspas na palavra quase. — Tipo, teve aquela vez que eu quebrei o vaso da mamãe, quem foi a primeira pessoa que eu pedi ajuda?


— Eu. — digo.


— E naquele dia em que eu caguei nas calças durante a aula do Sr. Diaz. Quem foi até minha casa pegar uma bermuda? — o questionamento de Trevor faz Ethan e Betty se olharem.


— Eu. — respondo novamente.


— Quando os meus pais se divorciaram, hein, quem dormiu uma semana na minha casa?


— Eu, Trevor. Ok. — falo, levantando e andando na direção dele. — Desculpa, se eu não te contei, ok. Eu fiquei com medo. Fiquei com medo de perder o único amigo que eu tenho. Tem tanta coisa na minha vida que você não sabe. E eu não te conto, pois eu te conheço. Sei que não vai medir esforços para me ajudar. — de repente, as lágrimas começam a descer pelo meu rosto.


— Coisas que eu não sei? — ele questiona me olhando. — Do que você tem medo?


— Sabe porque eu passei duas semanas de molho? Não foi uma maldita cirurgia de apêndice qualquer. O meu pai me deu uma surra porque esqueci as ferramentas de sua oficina fora do lugar. Ele rompeu o meu baço depois de me dar 10 chutes. É disso que eu tenho medo. — caio de joelhos no chão. — Eu tenho medo que ele possa te machucar também....


— Jimmy, desde quando isso acontece? — ele questiona, mas eu não consigo falar, pois começo a chorar igual um idiota.


— Desde sempre, Brian. — solta Ethan e fico com mais vergonha ainda. — O Sr. Robinson tortura o Jimmy desde sempre. O corpo dele está cheio de hematomas e cicatrizes por...


— Por isso, que você não tira a camisa em público. — o Trevor olha para mim. — Como eu nunca percebi isso antes? Irmão. — ele se ajoelha na minha frente e me abraça. — Sinto muito, Jimmy. Eu sou o pior amigo do mundo. Eu sinto muito.

Onde as sombras acabamOnde histórias criam vida. Descubra agora