CAPÍTULO 24
O QUE EU DEIXEI PARA TRÁS
●Pelo bem...
Pessoas ruins, também envelhecem.
O céu naquela manhã parecia querer cair sobre todos os cariocas que seguiam para seus trabalhos. Gabriel olhou para a janela do Flat e agarrou o celular fortemente em suas mãos ele ainda se lembra da discussão que teve com sua mãe e de como ele sentiu raiva e ódio por ela ter feito o que fez para separá- lo de Rebecca e Felipe. Ele ainda estava tão magoado e se não fosse por Dhiovanna que chegou a tempo de ver toda a confusão que se instalou na casa ele teria feito algo pior do que gritar com sua genitora tão pelo ódio que exalava naquela noite. Ele se lembra de sua irmã mais nova surtar ao saber que de fato ele tinha um filho e que por culpa de Lindalva eles haviam sido separados por longos anos.
Gabriel chorou nos braços de Dhiovanna a noite toda, e naquela noite estava uma chuva como essa que caia sobre o rio naquela manhã.
A chuva de ventos não acalmou e Gabriel não deixou de compará- la a como se sentia tão forte.
Enquanto Gabriel se acomoda na janela do seu apartamento, ele é envolvido por uma sensação de identificação com o temporal que acontece lá fora. Seus olhos acompanham as gotas de chuva que caem com força, criando um espetáculo natural diante de seus olhos.
Ele observa o vento agitando as árvores, fazendo com que seus galhos dancem em uma coreografia frenética. Os relâmpagos rasgam o céu escuro, iluminando brevemente a cidade e revelando as formas das nuvens pesadas que cobrem o horizonte. Assim como ele se sentiu quando sua mãe lhe disse que era para o seu bem separá- lo de Becca. Foi como se uma nuvem cobrisse seus sentidos.
Ele se perguntou que tipo de bem ela poderia estar fazendo quando o separou da sua própria carne.
Cada trovão é como um eco dos sentimentos que ele carregava consigo. Ele se sente conectado à fúria e à intensidade do temporal, pois reconhece que também existem tempestades dentro de si. Os trovões parecem ecoar suas próprias preocupações, ansiedades e incertezas.
Enquanto a chuva cai, ele sente que suas lágrimas se juntam às gotas que escorrem pela vidraça da janela. O ritmo da tempestade coincide com os batimentos acelerados do seu coração, como se o mundo lá fora refletisse seu estado emocional interior. Ele estava tão magoado. Ele sabia que as traições vinham sempre de onde menos esperamos, mas estava era tão dolorido.
No entanto, à medida que ele observa a chuva lavando as ruas e refrescando o ambiente, ele também encontra uma sensação de renovação. Cada gota que toca o solo é como uma oportunidade de começar de novo, de deixar para trás as preocupações e os fardos do passado. Ele tinha Rebecca e Felipe consigo de novo e constatar isso era absolutamente bom, mas ainda doida porque eles não vieram por ele e sim por circunstâncias horríveis.
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O QUE DEIXEI PARA TRÁS ● Gabigol
RomanceO QUE DEIXEI PARA TRÁS| Rebecca Costa estava no último ano do ensino médio quando descobriu sua gravidez precoce. Abandonada pelos pais e sozinha no mundo ela teve que se virar só. Trabalhava como auxiliar de cozinha em um restaurante chique da cap...