●● Prólogo ●●

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O QUE DEIXEI PARA TRÁS.

PRÓLOGO.
O medo é seu pior inimigo

O bip do aparelho monitor multiparâmetro apitava a cada batimento de seu filho

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O bip do aparelho monitor multiparâmetro apitava a cada batimento de seu filho. 

Bip…bip… bip…

E tudo aquilo era aterrorizante. Rebecca queria tirar seu filho daquele sofrimento, queria poder ajudá-lo de outra forma. Mas infelizmente ela não poderia. Ninguém podia.

A pele caramelo de Felipe estava pálida assim como os lábios que se encontravam brancos e secos. Fazia três dias que ele estava assim e se recusava a acordar. O episódio que o fez ficar assim foi totalmente inusitado. Era um dia comum como qualquer outro, ela pediu a sua gerente para sair mais cedo do restaurante para poder assistir o jogo do interclasse do garoto.

O Felipe desde pequeno tinha despertado seu dom para jogar bola, com apenas oito anos ele jogava muita bola. Isso fez ela se esforçar a pagar uma escolinha de futebol para o filho. Ele treinava todos os dias da semana na escolinha do flamengo. As mensalidades eram bem salgadas, porém com a morte de seus pais ela saiu do aluguel quando vendeu a única propriedade da família e comprou em outro bairro. 

O que ela pagava de aluguel antes, ela agora investia no sonho de seu filho. Que por um acaso triste do destino estava deitado em uma cama de hospital público esperando os resultados de exames feitos pelo SUS, e que estava demorando uma eternidade para sair.

Ela se lembrava de Felipe está pálido durante o jogo, ela estava sentada nas arquibancadas da quadra da escolinha até que em determinada parte do jogo ela viu o filho cair no gramado do campo desmaiado. O desespero foi tão grande que ela correu em meio ao terror para o filho. Não se importando de está cometendo algum crime.

O nome dele saiu despertado por seus lábios e todos os pais que estavam ali a olhavam com surpresa.

Quando sentiu a pele pálida do filho sobre as mãos pensou ter perdido ali mesmo. Minutos depois ela lembrava de estar dentro da ambulância do samu correndo em alta velocidade para o hospital público da região, e seu olhar desesperado focado no filho desacordado sendo reanimado pela equipe de enfermeiros. Aquela cena aterrorizante não saia de sua cabeça.

Ela suspirou apertando o suéter vermelho entre os dedos e logo após isso cruzando os braços. Sentiu a agonia se instalar em seu ser. Uma lágrima solitária desceu sobre sua bochecha e seus olhos castanhos claros, ela fungou o nariz olhando para as outras mães que estavam no quarto junto ao dela acompanhado de seus filhos.

Ela arrumou a postura quando a médica entrou no quarto carregando uma prancheta em mãos e o estetoscópio no pescoço. No peito ela gravou seu nome " Dra.Talita Guerra ". Ela era quem tinha atendido seu filho assim que o pobre menino havia chegado desfalecido nos braços da dela.

O QUE DEIXEI PARA TRÁS ● GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora