O QUE DEIXEI PARA TRÁS| Rebecca Costa estava no último ano do ensino médio quando descobriu sua gravidez precoce. Abandonada pelos pais e sozinha no mundo ela teve que se virar só.
Trabalhava como auxiliar de cozinha em um restaurante chique da cap...
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De longe Rebecca podia observar os meninos correndo pela velha quadra de esporte na escola na aula de educação física. Rebecca era nova na escola, havia chegado a São Paulo há exatos três meses. Ela tinha fugido com a mãe de Brasília. Seu pai, um bêbado desgraçado, que após sua mãe Marilda decidiu se separar, não aceitou muito bem a decisão da ex esposa.
Em uma tarde quando sua mãe voltava do trabalho seu Wagner, a encurralou em uma das ruas do bairro e tentou matá-la com uma faca de açougueiro, que era o que ela trabalhava na época. Apesar do susto ela e sua mãe conseguiram fugir da cidade Natal delas com a ajuda da família e alguns amigos e pela sobrevivência tentar uma vida longe da capital.
Três meses sem nenhuma amizade naquela escola. As garotas pareciam odiá-la, sua única companhia era de Gabriel Barbosa. Os dois dividiam a carteira da sala de aula nas aulas de matemática. E ela agradecia a Deus por isso, o garoto franzino e com as sobrancelhas maiores que o rosto poderia suportar era muito bom em matemática.
Já que ela era uma negação na matéria.
Ela viu Gabriel correr pela quadra e as meninas nas arquibancadas gritarem alto quando ele fez o gol. Ela riu colocando uma mecha de cabelo rebelde atrás da orelha, o achando engraçado. Ele comemorou seu gol e olhou para Stefane. Uma garota loira de olhos claros que sorria para ele, de longe ela ouviu as amigas zoarem o pobre coitado.
Rebecca ficou irritada, os garotos eram tão idiotas.
Ela virou os olhos, ela não entendia porque elas estavam lá então torcendo para ele se ele não era o tipo delas.
Ela suspirou e decidiu ir ao banheiro estava ocupada demais tentando segurar a vontade, mas como dizia sua mãe; São segure urina minha filha, pode lhe fazer mal. Ela claramente podia ouvir a voz de Marilda lhe dizendo isso.
Ela riu do pensamento e desceu as arquibancadas e virou o corredor indo em direção ao banheiro feminino. Quando ela entrou no mesmo, viu seus cabelos cacheados todo fora do lugar. Apesar de ter passado metade do pote de creme naquele dia, não havia adiantado muito já que o cabelo estava todo louco. Sua mãe até brigava com ela, era um poder de Skala por semana.
Ela já havia pedido sua mãe dinheiro para fazer uma progressiva para tirar aquelas cachos feios, porém de acordo com Dulce, a cabeleireira do bairro, pelo tamanho de seu cabelo para fazer a progressiva ela gastaria no mínimo trezentos reais, então ela decidiu juntar o dinheiro para fazer isso e acabar com seus problemas. O bullying por exemplo.
Dando os ombros ela entrou dentro da cabine do banheiro para fazer suas necessidades. Então ela ouviu vozes entrarem no lugar e fechou a feição assim que reconheceu quem eram.
