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Camila Cabello Point of View

Suspiro ao ouvir as vozes em minha cabeça me lembrar do que devo fazer no dia de hoje, é mesmo um saco saber que ainda devo ir até lá. Normalmente me sinto assim quando estou fora da base, me sinto um pouco só e solitária. Hoje em dia esse sentimento diminuiu pois tenho S/n, mas ao mesmo tempo que ela está comigo sinto que não é totalmente. Parece que não é por inteiro. Há algumas semanas Demetria se mudou para minha casa, estamos dividindo o aluguel e na realidade já não ando tão sozinha mas mesmo assim, esse vazio em meu peito insiste em me fazer sentir que sou solitária.

Atravesso a rua colocando as mãos no bolso avistando a casa dos meus pais. Mais um dia onde terei que ouvir palavras que me machucam, e tudo bem, faz parte mas não deixa de ser incômodo.

Bato na porta sendo recebida pelo meu pai que sorri e me abraça. Ele diz que sentiu minha falta e me chama para dentro, sinto um cheiro bom de comida e minha barriga ronca.

— Que bom que veio, sentimos sua falta. - Diz se sentando em sua poltrona e me olhando sorrindo.

— Eu também, papa. Onde está a mamãe? - Questiono estranhando que ela ainda não apareceu.

— Sua mãe foi a feira mas já deve estar voltando, mas me diga, como está o trabalho? Já começou a atuar ou ainda está em treinamento? - Pergunta interessado.

— Os dois, tenho algumas missões mas continuo em constante treinamento. - Comento achando legal que ele se interessou em perguntar sobre minha profissão.

— Se você tivesse seguido a medicina já estaria atuando firmemente uma hora dessas, seria uma mulher importante e não precisaria de tanto treinamento dessa forma. Veja, já se passaram anos e você ainda não saiu do lugar minha filha. - Meus ombros caem em desânimo, estava demorando.

— Não quero ser grossa com o senhor, e realmente não desejo entrar novamente nesse assunto. - Ele cruza as pernas e me olha sério.

— Seu primo Will já está formado e trabalhando, ele sim soube seguir um bom caminho e está se tornando renomado ao alavancar seu nome na área da medicina. Você ainda está brincando na piscina Camila, quantas vezes eu já te falei que isso não dá futuro? O salário é péssimo e ninguém te reconhece minha filha! - Levanta a voz.

— Não preciso de reconhecimento, só preciso fazer o meu trabalho. - Meu corpo fica rígido e minha voz se torna mais dura.  O homem nega com a cabeça e passa a mão no rosto parecendo desapontado. — Por favor, vamos parar por aqui pois eu não vim de tão longe pra discutir com você. - Ofereço uma trégua.

— Quanta decepção... Você só me decepciona, é um desastre, um desastre Camila. - Me olha seriamente e meus olhos se enchem de lágrimas. Engulo em seco e levanto a cabeça me erguendo pronta para sair da casa.

— Que se dane, que se dane você. - Alejandro arregala os olhos e se levanta com raiva estufando o peito.

— Como ousa chegar aqui e me insultar garota? Perdeu a cabeça? - Grita exaltado se mostrando muito irritado. Respiro fundo tentando manter o pingo de paciência que ainda me resta.

— Estou de saco cheio de vocês se metendo em minha vida como se lhes pertencessem quando diversas vezes já deixei claro que vocês não mandam em porra nenhuma! Eu não tenho culpa se você não conseguiu o que queria por minha causa, eu não pedi para nascer sabia? Eu não pedi para vir ao mundo então por favor, para de querer colocar suas expectativas em cima de mim com a pretensão de que eu siga o que você deseja porquê eu não sou você! Porra, eu não sou você! - Ele pisca diversas vezes parecendo atingindo pelas minhas palavras. — Eu só quero ter uma casa para onde voltar, quero ter pais que me amem sem me julgar mas tudo que vocês fazem quando eu retorno é encher a minha cabeça, caralho! Eu estou tão cansada! - Grito de saco cheio.

Swim (Camila/You G!p)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum