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S/n Mccartney Point of View

Entro no bar respirando fundo, já tem alguns dias que minha ansiedade é grande e mal consigo dormir. Simplesmente fico ansiosa a troco de nada, meu coração acelera e perco o sono. Fico imaginando o que vai ser do futuro e criando planos que ao menos sei se irá se tornar reais, isso me deixa agitada. Já passa de 23 horas e definitivamente eu deveria estar na minha cama tentando descansar, estamos dispensados por esses dias depois de tanto trabalho e treinamento.

Me sento no balcão e peço uma bebida, espero por alguns minutos olhando fixamente para as garrafas separadas em cima do freezer, aquilo me parece interessante demais.

Bom, confesso que me sinto só as vezes, e numa dessas madrugadas em que minha ansiedade bateu decidi ligar para Helen querendo saber como ela estava num pensamento único de me arrepender novamente pelos meus erros e tentar recuperar algo perdido há muito tempo. Para minha surpresa e decepção, quem atendeu ao celular foi a esposa dela.

Mesmo que eu tenha uma boa carreira não consigo deixar de me sentir fracassada o tempo todo, digo, não tenho vida pessoal, eu ao menos tenho alguém nesse mundo. Meus pais são falecidos há anos, minha família sempre foi completamente distante desde o momento que saí de casa para me casar com Helen. Ao decorrer dos anos eu apenas me contentei em ter a amizade de minha esposa e alguns colegas de trabalho. Esses que morreram, ou me deixaram. Um arrependimento amargo escorre tão lentamente como se fosse mel, porém é fel.

O barmen deixa doses de tequila para mim em cima do balcão, então olho para aquele líquido transparente me perguntando se eu quero mesmo estar aqui. Viro o primeiro copo, depois outro, depois outro. Eu preciso de algo, preciso me sentir viva de novo.

— Não imaginava encontrar você aqui. - Olho para o lado encontrando quem menos eu gostaria agora. Recruta Cabello. Ela se senta ao meu lado num semblante sério. — Um chopp, por favor. - Faz seu pedido e se vira para mim. — Está tudo bem? - Me olha diferente.

— Olá, peixinho. - Resmungo sem dar confiança pegando o último copo de shot. Viro tudo sentindo o líquido horrendo descer pela minha garganta como se fossem farpas. Me mantenho quieta sentindo a garota olhar para mim.

— Se me permite dizer algo nesse momento, tenho uma coisa para falar. - Franzi o cenho sentindo meus olhos caindo. Olho para a Cabello sem entender.

— Não precisamos conversar, só dê meia volta e finja que não estou aqui. - Respondo rudemente. Ela assente apoiando os braços no balcão e olhando para frente.

— Eu não suporto você, não consigo gostar nem um pouco do seu jeito, da sua personalidade e da sua liderança. - Começa a dizer mesmo assim, e quando escuto o que disse não consigo deixar de rir.

— Me diga, Cabello, você é suicida? - Olho para ela de um jeito misterioso, eu poderia acabar com essa merdinha que ela está começando num piscar de olhos.

A garota mantém seu olhar cravado no meu firmemente sem desviar um segundo sequer. Se não fosse por alguns dias através eu até poderia dizer que ela é corajosa.

— Eu realmente não gosto de você, mas, quero sua ajuda. - Ela parecia não estar muito satisfeita em falar isso pois seu rosto está contorcido tentando prender a careta.

— Minha ajuda? - Questiono debochada. Meus olhos estão caídos e sinto vontade de deitar e dormir até a cama me expulsar.

— Eu não estaria pedindo isso se não precisasse, ok? Sei que te devo desculpas, mas realmente preciso da sua ajuda. - Passo a mão no rosto me sentindo de saco cheio de ouvir a voz dela.

— O que quer? - Olho para o rosto da garota que me encara decidida.

— Que me ajude a ser a melhor. - Levanto a sobrancelha tentando assimilar. Ficamos em silêncio na troca de olhares e então explodo numa risada histérica.

Swim (Camila/You G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora