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Lizzie M. | 09:00 |

Eu não sei, Liv..— respirei fundo e olhei para a garota. — Não sei se estou preparada. —

Suas mãos foram em meus ombros com precisão e sem hesitar ela deu um tapa em meu rosto que fez um barulho estrondoso. — Você está! É a sua chance de se livrar desses sentimentos de culpa e pensamentos ruins. —

— Eu não sei se quero. — Fiquei cabisbaixa e ela levantou meu rosto com sua mão, que estava em meu queixo.

Liv inclinou sua cabeça e deu um sorriso de canto. — Você quer, saiba disso. —

A garota saiu da sala de espera, me deixando sozinha enquanto não chegava a vez da minha consulta.

Caralho, como faz para fugir?

— Lizzie? — Uma mulher com um jaleco branco me chamou.

Me levantei e a olhei. — Eu. —

— Pode me acompanhar? sua sessão é agora, se puder. — Ela abriu caminho para que eu passasse e apontou para dentro de sua sala.

A olhei com os olhos semicerrados e assenti com a cabeça, imediatamente passei pela porta e tive a visão que poderia me dar dor de cabeça se eu reparasse demais.

— Sente-se aqui. — Ela foi até uma cadeira e se sentou e apontou para a que estava em sua frente.

Assenti com minha cabeça e me sentei, logo a mulher pegou um caderno. —Qual seu nome?—

— Rebekah, o seu é Lizzie, certo? — Ela deu um sorriso de orelha a orelha e me olhou.

— Sim, mas pode me chamar de Liz. — Retribui o sorriso, mas sem mostrar os dentes.

— Certo.. — Ela anotou algo em seu caderno e voltou a atenção para mim. — Me falaram da sua situação, mas eu quero ouvir de você, se importa? —

Respirei fundo e olhei para minhas mãos, que estavam paralisadas. — Não me importo. —

— Ótimo! — Ela anotou novamente em seu caderno.

— Eu sempre pensei que meu pai só escolhia minhas irmãs porque eu era estranha e por isso eu não lembrava de muita coisa da minha infância, mas, quando eu conheci meu namorado esse ano.. eu comecei a ter sonhos, que na verdade eram lembranças. — Fiquei cabisbaixa.

— Lembranças? — Ela inclinou sua cabeça e me olhou. — Que tipo de lembranças? —

— Meu pai, ele abusava sexualmente de mim quando eu era criança.. e esse ano ele tentou novamente, eu tenho tido surtos de ansiedade e até pior. — Olhei para Rebekah que tinha sua expressão assustada.

— Pode falar sobre seus surtos? —

— Geralmente minhas mãos começam a tremer, a falta de ar é constante, as vezes eu começo a bater minha cabeça na parede para tentar expulsar meus pensamentos. — Entrelacei minhas mãos uma na outra.

𝐓𝐡𝐞 𝐅𝐮𝐜𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐒𝐦𝐢𝐥𝐞 | 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora