Viva depois da Morte (Em revisão)

12 - Esperança

Como era fim de semana, a maioria das lojas não abria, e as que abriam ficam abertas até ao meio-dia. Dessa vez, tive um pouco mais de sorte, eu acho. Alguns gerentes fizeram uma entrevista e disseram que ligariam para dar uma resposta. Mas, no fundo, eu sei que nenhuma vai ligar. Afinal, é bem difícil conseguir trabalho sem nunca ter trabalhado antes. O que é um completo absurdo.

Voltei para casa e decidi ajudar Carla com a lanchonete outra vez. Por ser sábado, o movimento estava alto desde o começo da tarde. Tinha muita gente e eu ganhei gorjeta de algumas pessoas.

Ao fim do expediente, conversei com Carla, e ela me contou que faz faculdade de Medicina. A maior parte do tempo, quem toma conta da lanchonete é a dona Maria. Ela só está cuidando por estar de férias.

No domingo, acordamos cedo e fomos à igreja. O dia passou meio lento, já que eu queria sair para procurar trabalho e deixar de ser um encosto para Carla e Dona Maria.

Ontem, o senhorio delas veio aqui e me mostrou um quarto que ele usa para guardar móveis velhos e essas coisas. Disse que, se eu quisesse, poderia limpar, e eu me mudaria na quarta. Aquilo parecia um chiqueiro, mas eu aceitei por dois motivos.

Primeiro, fica perto da casa da dona Maria. Segundo, não acho que terei a sorte de encontrar algo mais decente que aquilo e que podesse caber no meu bolso.

Como a renda não é muito alta, consegui pagar três meses adiantado e ainda sobrar com um pouco de dinheiro.

Ele já me entregou as chaves e disse que trataria da limpeza. Outro motivo que me fez aceitar o quarto é que eu tenho um banheiro só para mim.

Fiquei conversando mais um pouco com as duas, e descobri que Carla e Dona Marta nem são parentes de sangue. Ela encontrou Carla perdida na rua quando ela tinha 10 anos. Depois de 2 anos procurando pelos pais dela, descobrindo que eles morreram em um incêndio duas semanas antes de eles descobrirem o endereço. Carla continuou a viver com a Dona Marta e acabou criando um carinho de avó por ela.

(...)

No dia seguinte, acordei cedo e saí para procurar trabalho. O clima estava ficando meio frio, então coloquei um moletom cinza escuro, calça jeans preta e meu All Star cano curto.

Peguei minha mochila com meus documentos dentro e saí de casa. comecei pelas lojas que não havia passado no sábado e deixei meu currículo.

Era quase meio-dia quando passei por um estabelecimento com o nome "Doces Leituras". Parece uma livraria ou editora. O que mais me chamou atenção foi a placa na porta que dizia "Contratamos na Hora". Uma chama se acendeu no meu peito, e eu fui até lá. Quando entrei, um sino tocou anunciando a minha chegada.

- Seja bem-vinda, senhorita. O que deseja?- perguntou um jovem atrás do balcão.

- Bom dia, eu vim pela placa lá fora.- digo com um meio sorriso.

O rapaz sorri e vem até mim. Ele pega meu currículo e analisa, depois faz algumas perguntas e me passa um avental.

- Você pode começar a trabalhar hoje, certo?

- Sim, eu posso. É só me explicar qual vai ser a minha função.

- Claro, meu nome é Thomas. Desculpa não ter me apresentado antes. Eu sou o gerente. A livraria é nova aqui, por isso eu estava trabalhando como atendente até o momento. Você vai ser como uma guardiã dos livros que temos aqui. Você vai limpar a poeira, verificar o estado, climatizar o ambiente para que os livros não se deteriorem e estejam sempre em boas condições. Além de atender os clientes e vender os livros, é claro.

Ele começa a caminhar e eu vou atrás dele.

- Temos uma sala de leitura, sala de investigação e sala de descanso. Essa é para os funcionários fazerem seus lanches e pausas. Temos também a sala infantil do outro lado desse corredor. A maior parte dos livros que temos aqui foram lançados pela editora Sweet Readings, mas temos de outras também. Os livros são organizados por categoria, ano e autor. No caso de uma sequência, todos os livros da mesma ficam organizados juntos, mesmo se não tiverem todos sido lançados no mesmo ano. Por último, temos o nosso armazém ou sala de estoque. Essa chave vai ficar com você. Bem-vinda ao seu novo emprego.

- Muito obrigada, senhor Thomas.

- Sem senhor, só Thomas está muito bom. Por enquanto, você vai trabalhar sozinha. Seu turno começa das 7:30 até às 17 horas. Você tem direito a 1 hora de almoço e 5 minutos de pausa a cada 2 horas e 30 minutos . Mas, infelizmente, tudo o que posso lhe oferecer agora são 30 minutos de almoço. Quando tiver outra funcionária, você vai poder ter todos os seus direitos devolvidos -ele termina com um sorriso, e eu me posiciono atrás do balcão já usando o avental .

- Sem problemas, está tudo bom para mim.

- Perfeito, amanhã eu volto com o contrato para você assinar e um crachá com seu nome. Tenha um bom trabalho.

- Obrigada, igualmente para o senhor.

Ele sai e me deixa sozinha. Como não tinha ninguém ainda, comece a andar pelas prateleiras para poder me familiarizar com os livros e o lugar em si.

***
Hi Sweet❤️

Tudo bem?

Foi mais um capítulo da estória da Bruna, espero que estejam gostando.

Visitem o meu perfil,tem novidade.

Bjs😘