8- Descoberta

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CAPÍTULO 8

- Bruna - Elizabeth chama, com a voz em um fio.

Eu olho para ela, e ela está pálida, olhos arregalados, expressão de medo e desespero. Eu me levanto da cama rapidamente e pego o teste de suas mãos. Meu coração dá uma batida irregular, e eu caio de volta na cama quando vejo duas linhas no visor. O teste deu positivo.

- Isso não pode ser verdade, deve ser um erro. Tem que ter alguma coisa errada. Essas coisas não são 100% confiáveis - digo com a voz trêmula.

Lili apenas me olha, balançando a cabeça como se estivesse ponderando sobre o que eu queria de dizer. Ela coloca a mão no bolso do moletom, puxa duas caixas diferentes e me entreg. Eu as pego e vou para o banheiro. Faço os testes e fico em frente ao espelho, esperando o resultado.

Fico sem ar, lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto instantaneamente quando duas linhas aparecem em cada um dos testes. Não dá para argumentar que é um erro. tampo o vaso e me sento, tentando recuperar o fôlego. Meu corpo inteiro treme incontrolavelmente, e uma avalanche de pensamentos invade minha mente. Sinto como se minha cabeça fosse explodir a qualquer momento.

Batidas na porta me fazem pular. Vou até a pia e lavo meu rosto.

- Bruna, você está bem? - Elizabeth pergunta do outro lado da porta, percebendo que não responde.

Eu saio e olho para ela. Nós nos dirigimos de volta para o meu quarto, e eu entrego os testes a ela. Ela olha os resultados e começa a andar de um lado para o outro.

- Para, Lili, isso não ajuda em nada - digo, segurando-a pelo braço.

- Nana, o que vamos fazer? Como vamos lidar com isso daqui para frente?... Você precisa contar para o Francisco, ele precisa saber, agora! - diz ela, estendendo o telefone para mim.

- Eu não sei, vou contar para ele, mas não agora, não por telefone. Essa não é uma notícia que se dá assim.

- Está bem, você está certa. Eu não estou pensando direito. Nana, eu preciso ir. Nos vemos amanhã para conversarmos.

- Está bem, até amanhã, Lili.

Nos abraçamos e eu acompanho até a porta de casa. Volto para o meu quarto e começo a falar com o Francisco. Depois disso, fico revirando na cama, pensando em várias possibilidades para resolver essa situação, mas nenhuma delas parece ser boa o suficiente.

Na manhã seguinte, agradeço por ser sábado e não ter que ir ao preparatório. Como em todo fim de semana, minha mãe já está na igreja, meu irmão não apareceu para nos visitar, e meu pai está lavando o carro na parte da frente da casa. Fico em meu quarto, afundando em pensamentos.

Perto da hora do almoço, Elizabeth me manda uma mensagem avisando que não virá me ver, pois foi visitar suas avós e passará o fim de semana lá.

Tento ao máximo sair do quarto e sorrir, mas é simplesmente impossível. O tempo parece ter congelado.

O fim de semana passa e a semana começa. Como meus pais saem cedo para trabalhar, acabo faltando uma semana toda. Lili vem algumas vezes para tentar me animar e me levar para sair, mas sem sucesso. Sinto vontade de desaparecer, literalmente.

Na sexta à tarde, Lili apareceu e me obrigou a contar sobre a gravidez para o Francisco, senão ela faria isso. Ligo para ele e marcamos de nos encontrar na casa dele no sábado. Ela fica comigo até a noite, e eu me sinto um pouco melhor.

No sábado, acordo quase às 9 horas, e Francisco me liga. Ele pergunta se posso ir mais cedo para a casa dele, e eu concordo. Me arrumo e saio. Meu pai saiu na quinta-feira e só voltará na segunda-feira.

Viva depois da Morte (Em revisão)Where stories live. Discover now