- Tirem o resto do dia de folga para resolverem as coisas e pensar em como vão adaptar um filho à rotina de vocês - Fury ordenou - Porque eu realmente espero que isso não afete seus desempenhos no trabalho, não posso perder minha duas melhores agentes

Filho.

Escutar o que Peter havia se tornado para ela agora, fez Maria sentir um frio na barriga. Ela mesma não era capaz de acreditar em como sua vida mudou tanto em menos de seis meses.

- Ouvir da boca de outra pessoa mostrou que é real, fez a ficha cair - parecendo ler os pensamentos da namorada, Natasha comentou quando elas saíram da sala de Fury - Maria, nós somos mães agora! - a ruiva parecia um pouco atordoada

- Quem poderia imaginar... - Maria suspirou - Está arrependida?

- Não, jamais! - se apressou em dizer - Só estou assimilando os acontecimentos - disse entrando no elevador

Agora era real. Não era mais só uma possibilidade em sua mente desesperada por uma solução como na noite anterior, ela agora havia se tornado mãe do pequeno Peter.

De repente, um medo avassalador tomou conta de Natasha.

- E se não der certo? - perguntou afoita - Maria, eu não sei ser mãe. E se eu não for boa pra ele?

O peito de Romanoff subia e descia com rapidez, sua respiração estava totalmente desregulada. Era primeira vez que sentia aquilo desde que se aproximou de Maria, de novo aquele sentimento ruim tomava conta de seu peito a fazendo perder o controle de si mesma.

Percebendo o que estava acontecendo, Hill puxou o botão que travou o elevador.

- Ei, olha pra mim - Maria pediu segurando os braços da namorada - Só respira, okay? - disse mantendo seu olhar preso ao de Natasha - Isso... inspira, prende e expira - ela dizia repetindo o ato também

Aos poucos, Romanoff conseguiu tomar para si o controle de sua própria respiração e de seus pensamentos outra vez.

- Você sabe ser mãe sim! - Maria afirmou segurando suas mãos - Tudo que você fez pelo Peter desde que ele chegou aqui, prova isso. Você cuidou e o protegeu como se fosse seu. Isso é ser mãe, Nat! - deu um sorriso fraco - Eu também estou com medo, muito medo, nunca pensei em ser mãe, menos ainda que isso aconteceria agora - confessou - Não sabemos tudo, mas vamos aprender juntas agora! - finalizou e acabou se surpreendendo com as próprias palavras

Natasha assentiu com um pequeno sorriso e a abraçou forte. Ela amava Maria de uma forma que ela jamais poderia colocar em palavras.

- Vamos ficar bem, não é? - a ruiva perguntou ainda no abraço

- Vamos sim! - Hill afirmou com um pequeno sorriso

Assim que o elevador parou no nível três, Maria e Natasha saíram de mãos dadas. Se seus colegas de trabalho já suspeitavam de que elas estivessem tendo algo, agora tinham a confirmação. O casal caminhou refeitório a dentro até avistarem Peter com Clint, Sharon e Sam alguns metros à frente em uma das mesas.

Peter estava de frente para Clint, sentado em cima da mesa tomando suco em seu copinho. Olhar para o menino agora era diferente, elas sentiram algo diferente. Não era só o Peter mais. Era o Peter filho delas.

- Eu sabia! - Sharon exclamou animada olhando para Sam com um sorriso convencido

O homem bufou e retirou uma nota de cinquenta a contra gosto do bolso para entregar a loira.

Maria sorriu assim que Peter lhe estendeu os braços quando a viu se aproximar. Era a primeira vez que seus agentes a viam sorrir daquela forma.

- Você sabia o que, Carter? - Maria perguntou soltando a mão de Natasha e tirando Peter de cima da mesa - Oi garoto - disse e Peter lhe ofereceu um enorme sorriso

- Cuco - o menino falou lhe mostrando o copo de suco pela metade e todos riram

Eles achavam a coisa mais fofa quando Peter tentava pronunciar uma palavra nova e acabava dizendo errado. Natasha fez uma careta pro garoto e passou a mão na cabeça dele bagunçando seu cabelo.

- Carter? - Maria chamou mostrando que não iria esquecer a pergunta - Sabia o que?

- Nada - a agente lhe deu um sorriso amarelo

- Os dois apostaram se vocês duas estavam ou não em um relacionamento - Clint contou

- X9 morre cedo, Barton - Sam estreitou os olhos para o arqueiro

Maria estava pronta para dar uma bronca nos agentes, mas Natasha caiu na gargalhada.

- Apostaram quanto? - a ruiva perguntou

- Cinquenta dólares - a loira respondeu

- Só isso? - Natasha perguntou e Maria a olhou indignada por incentivar o ato

- Vocês não têm mais o que fazer não? - Hill perguntou

- É nosso horário de almoço - Sam respondeu

- Então almocem ao invés de cuidar da vida dos outros - disse ríspida

Carter e Wilson abaixaram a cabeça e Barton se segurou para não rir da bronca que os amigos haviam levado.

- Não vão ficar pra almoçar? - Clint perguntou mudando o tópico da conversa

Maria não costumava almoçar no refeitório, isso quando se lembrava de comer, mas desde que ela e Natasha se aproximaram, a ruiva aos poucos vinha mudando esse hábito da vice-diretora, ou pelo menos tentava. E quando não conseguia convencê-la a sair para almoçar com os outros e socializar, ela arrumava os pratos e levava até a sala de Maria para comerem por lá.

- Hoje não, temos outras coisas pra resolver - Natasha respondeu e o moreno assentiu - Até mais gente! - disse e viu os três acenarem antes delas saírem com Peter nos braços

Agora elas teriam um longo e desconhecido caminho para percorrer, mas tudo ficaria bem desde que estivessem juntas.

Segunda Chance | BlackHillWhere stories live. Discover now