Capítulo 11

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Vegas estava sentado ao lado da cama, segurando a mão de Pete com carinho

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Vegas estava sentado ao lado da cama, segurando a mão de Pete com carinho. O rosto dele ainda estava pálido, mas aos poucos ele começava a recuperar sua cor natural.

- Você finalmente acordou - disse Vegas com um sorriso aliviado - Como está se sentindo agora?

Pete piscou algumas vezes, tentando se situar, ele tinha passado por um processo medicamentoso pesado.

- Ainda um pouco tonto, mas melhor do que antes, acho.

Vegas esperou ele beber um pouco de água e parecer mais consciente antes de começar a falar.

- Tem algo que você precisa saber - Pete chegou mais próximo um pouco apreensivo pelo tom de voz de Vegas - Eu liguei para os seus pais, pra contar o que aconteceu.

- Não, Vegas isso foi um erro, já até imagino o que eles disseram - bufou descontente.

- Eles pediram para a gente pegar um avião de volta assim que você se recuperar.

- Eu sabia, e isso está fora de cogitação, chegamos tão longe, estamos quase no final da viagem, posso aguentar.

- Pete não pode culpá-los, eles estão assustados com tudo isso.

- Eles não precisavam saber, você não sabe o quanto eles são paranóicos quando o assunto é minha saúde, mesmo antes da cirurgia eu nunca podia sair de casa pra ir a shows ou em uma balada como qualquer adolescente comum, eu perdi muitas coisas incríveis, me privaram tanto que eu me acostumei a ser antissocial, e eu já estou farto disso.

Vegas abaixou a cabeça, compreendendo a frustração de Pete.

- Eu sei, Pete. Eu estava preocupado e não queria tomar uma decisão errada. Ainda sou mais velho que você e seus pais confiaram em mim como seu responsável.

Pete olhou fixamente para Vegas, com os olhos cheios de tristeza.

- Eu entendo que você estava preocupado, mas agora me sinto como uma criança incapaz de cuidar de si mesma.

Vegas estendeu a mão e tocou o braço de Pete suavemente.

- Você é forte e capaz, e eu confio em você, mas precisa entender que às vezes vai precisar de ajuda.

Pete suspirou, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escorrer por seu rosto.

- Eu sei que você se preocupa comigo, Vegas, mas por favor, entenda que essa viagem era muito importante. Eu queria provar para mim mesmo que consigo viver minha vida normalmente, mesmo depois do transplante.

Vegas sentiu um nó se formando em sua garganta ao ver a tristeza em Pete. Ele se aproximou mais e segurou suas mãos.

- Pete, não quero que você se sinta mal. Eu prometo que vou respeitar seus desejos a partir de agora. Se você quiser continuar com a viagem, eu vou te apoiar totalmente.

Os olhos de Pete se iluminaram ligeiramente enquanto ele olhava para Vegas.

- Você faria isso por mim? - Vegas sorriu, genuinamente arrependido por seu impulso inicial, mas ele não conseguia ver os olhinhos tristes de Pete.

- C-Claro, isso se seus pais não me matarem antes.

- Eles já vão fazer isso quando descobrirem que a gente se beijou.

- Sério? Eles são rígidos assim? - Vegas não assumiria mas tremeu um pouco.

- Não seja bobo, estou brincando, você pode me beijar quando quiser - aquela frase mexeu com ele de uma forma inesperada.

Vegas selou os lábios de Pete, antes de tomá-los, ele deu graças a Deus por dessa vez estar lúcido o suficiente para sentir a textura aveludada dos lábios dele, passou a mão pelos cabelos sentindo a maciez dos fios, se ele soubesse que beijá-lo era tão bom teria feito bem antes.

No entanto, a empolgação do momento fez com que Vegas se deixasse levar e aprofundasse o beijo um pouco mais, quase deitando por cima dele, Pete parecia puxar ele para baixo, como se pedisse isso.

Eles estavam imersos em seu próprio mundo, até que ouviram uma voz firme atrapalhando o momento.

- Desculpe interromper, mas isso não é aconselhável, senhor Vegas - disse o enfermeiro que estava de plantão, com uma expressão séria no rosto.

Vegas e Pete se afastaram abruptamente, olhando para o enfermeiro com surpresa e embaraço. Vegas sentiu um calor subir em suas bochechas, enquanto Pete abaixou os olhos, constrangido.

O enfermeiro continuou: - Pete, você ainda está em processo de recuperação e não deve se envolver em esforços corporais - ele deu ênfase na parte de "esforços corporais" fazendo ele corar ainda mais - É importante respeitar as recomendações médicas.

- C-Claro, entendo perfeitamente - Pete disse baixinho.

- Vou mandar trazerem um chá de camomila para abaixar os ânimos - disse o enfermeiro brincando, mas Vegas sorriu envergonhado ao lembrar que uma parte do seu corpo estava quase se animando com tão pouco contato físico.

[...]

Quando o enfermeiro saiu deixou Vegas e Pete tomando chá em silêncio, não demorou muito para que começassem a rir da situação.

- Meu amigo Porsche não acreditaria se eu contasse o que aconteceu.

- Meus amigos iriam rir da minha nova fama de "tarado do hospital".

- Que fama péssima - riu Pete.

- Aquele enfermeiro vai me perseguir até o final da internação, é bem provável que ele me proíba de dormir aqui.

- Não se preocupe, vou dizer que ele pode ficar tranquilo, eu não sou louco de perder minha virgindade em uma cama de hospital com uma agulha na minha veia.

- Não era o que estava parecendo mais cedo - provocou Vegas.

- A culpa é sua - acusou.

- Minha? - Vegas questionou fingindo indignação.

- Você é perigosamente atraente.

- Pare com isso, estou avisando. É melhor tomar o resto do chá logo - disse Vegas corado, virando o resto do chá de uma vez só, ele precisava resistir.

[...]

Durante a noite algo tomou os pensamentos de Vegas, como ele iria convencer os pais de Pete, eles pareciam tão nervosos no telefone, imploraram para voltarem o mais rápido possível, ele não sabia como teria essa conversa com eles, mas Vegas também não poderia negar o pedido de Pete, naquele momento ele se deu conta de que não conseguiria negar nada a ele.

HEARTBEAT - VegaspeteWhere stories live. Discover now