Capítulo 4

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Nos dias que antecederam a viagem, Pete não conseguia pensar em outra coisa além do avião

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Nos dias que antecederam a viagem, Pete não conseguia pensar em outra coisa além do avião. Ele pesquisou sobre segurança de voo na internet, leu artigos sobre turbulências, e assistiu a vídeos de pousos e decolagens em diferentes condições climáticas. Ele queria se preparar o máximo possível para o que estava por vir. Sim, ele sempre teve medo de voar, mesmo sem nunca ter experimentado essa sensação antes. Ocultou isso de Vegas porque temia que ele pensasse que ele era um idiota.

No dia da viagem, Pete acordou cedo e já estava pronto horas antes do horário de embarque. Ele conferiu sua bagagem várias vezes, certificando-se de que não estava levando nada que não pudesse ser levado no avião. Ele praticou algumas técnicas de respiração para ajudar a controlar a ansiedade.

- Tem certeza de que esta levando tudo? - sua mãe perguntou antes dele descer do carro, já estavam na frente do aeroporto.

- Conferi os remédios e também estou com as receitas caso precise comprar mais.

- Não quer mesmo que a gente fique esperando o avião chegar com você?

- Mãe eu já fiz dezoito anos, posso cuidar de mim e não estarei sozinho de qualquer forma.

- Tudo bem, me mande notícias todos os dias, se passar mais de um dia sem ligar eu aciono a polícia, o FBI...

- Entendi, vou ligar sempre.

- Boa viagem - ela beijou sua bochecha e Pete entrou no aeroporto.

Quando finalmente chegou a hora de embarcar, Pete ficou muito nervoso. Ele se acomodou em seu assento ao lado de Vegas e colocou os fones de ouvido para se distrair, segurando firme no apoio de braço enquanto o avião começava a se mover. Ele fechou os olhos e respirou fundo, tentando manter a calma, mas seu coração disparou de uma maneira estranha quando o avião pegou velocidade na pista.

- Ei, tá tudo bem? Você está pálido - Vegas perguntou preocupado.

- S-Sim é só que...droga - ele sentia que estava à beira de um ataque de pânico - Quanto tempo dura a viagem mesmo?

- Umas treze horas eu acho, meu Deus você está tremendo, Pete?

Ele tentou se acalmar, mas a sensação de apreensão só aumentava. Pete começou a suar frio, sentiu tonturas e tremores. Seu coração começou a bater mais rápido e sua respiração ficou ofegante.

- Pete olha pra mim - Vegas tenta ajudar quando percebe o que está acontecendo - Qual é o seu filme preferido?

- O-O que? - Pete perguntou confuso, era difícil falar quando parecia que faltava ar nos pulmões.

- Só me responda - Vegas insistiu pegando a mão do garoto e apertando forte sua palma.

- Sociedade dos poetas mortos.

- Qual música está escutando no fone? - Pete continuou confuso com as perguntas que Vegas fazia sem se dar conta de que aquilo era uma tática para evitar um ataque de pânico, o que Vegas estava tentando fazer era distraí-lo enquanto o avião decolava.

- Robbers.

- Posso ouvir com você? Eu adoro essa música.

- C-Claro - Vegas chegou mais perto dele ao ponto dos ombros ficarem colados.

Eles compartilharam o fone e Vegas permaneceu segurando a mão dele mesmo depois do avião já ter decolado, ele alisava aquela região esperando para ter certeza de que estava tudo bem.

- Você ainda está tremendo um pouco.

Vegas pede para que Pete feche os olhos e respire profundamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Ele também explica que ele deve contar lentamente até cinco enquanto inspira, segurar a respiração por dois segundos e, em seguida, soltar o ar contando até sete.

Enquanto Pete segue estas instruções, Vegas continua a falar com ele de maneira suave e tranquilizadora. Ele lhe diz que é normal sentir ansiedade e que não há nada de errado com ele. Ele também faz algumas perguntas simples, como "O que você pode ver ao seu redor?" ou "Como está se sentindo agora?", para ajudá-lo a se concentrar no momento presente.

- Me sinto melhor, obrigado e desculpe por isso, achei que ia conseguir ficar tranquilo, descobri esse medo de voar há pouco tempo - ocultou a parte de ter medo de altura desde sempre.

- Tudo bem, é um medo comum, tenta dormir um pouco, eu prometo que te acordo quando chegarmos.

Depois de todo o suporte de Vegas ele conseguiu finalmente descansar e não pensar na distância que estava do chão naquele momento, ele dormiu tranquilamente e não percebeu que Vegas só soltou sua mão quando o avião pousou.

[...]

Ao desembarcar no aeroporto de Roma, eles se sentiam empolgados e um pouco perdidos ao mesmo tempo.

Pete estava maravilhado com a arquitetura do aeroporto, já Vegas estava preocupado em encontrar um táxi para levá-los ao hotel. Eles caminharam pelo aeroporto, tentando descobrir como funcionava o transporte público local.

Depois de alguns minutos, eles encontraram um guichê de informações turísticas e lá conseguiram um mapa da cidade e informações sobre os ônibus locais que poderiam levá-los até o hotel.

Eles acabaram encontrando um táxi e decidiram usá-lo para chegar mais rápido no hotel, Vegas percebeu que Pete já demonstrava sinais de cansaço e se apressou para colocá-lo dentro do carro.

Durante o trajeto até o hotel eles ficaram impressionados com a beleza da cidade. Eles viram os prédios antigos, as ruas de paralelepípedo, os vendedores de rua e as pessoas andando em suas scooters.

Chegando no hotel, eles foram recebidos calorosamente pelo recepcionista, que falava inglês muito bem para a sorte deles, Pete agradeceu os anos que decidiu se dedicar a estudar uma língua estrangeira. Ele deu a eles algumas dicas sobre onde comer e como se locomover pela cidade. Eles agradeceram e foram para o quarto, deixando as malas para trás.

Quando chegaram lá Vegas notou que havia cometido um erro, na verdade esquecido de algo importante, ele tinha reservado uma suíte de casal, ou seja, só tinha uma cama no quarto e o chuveiro era aberto e sem porta, típico quarto de lua de mel, ele tinha esquecido de pedir para mudarem sua reserva.

- Desculpe por isso, eu vou pedir pra que providencie outro quarto, você pode tomar banho enquanto eu vou na recepção.

Pete concordou meio tímido e esperou Vegas sair para se despir, já que todo o banheiro era muito exposto, se lavou rápido com medo de Vegas entrar e encontrá-lo completamente nu.

Alguns minutos depois Vegas retornou.

- Pela sua cara não deu certo - Pete disse.

- Eles estão na alta temporada, todos os quartos estão ocupados.

Pete corou e olhou novamente pro quarto, claramente era aquelas suítes de casais toda ambientada para uma viagem romântica, seriam estranhos quatro dias de viagem até a ida pra Siena.

Mas de repente Pete se deu conta de que se Vegas havia se esquecido de trocar o primeiro quarto, então todos os outros destinos tinham quartos parecidos.

Ele suspirou, aquela viagem seria uma caixinha de surpresas.

HEARTBEAT - VegaspeteOù les histoires vivent. Découvrez maintenant