LAR É ONDE NOS SENTIMOS SEGUROS

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Porque nossa música é o barulho da porta batendo
Saindo tarde, batendo de leve na janela dele
Quando estamos no telefone e ele fala bem baixo
Porque está tarde e sua mãe não sabe
Nossa música é a maneira como ele ri
O primeiro encontro: Cara, eu não o beijei, mas deveria
E quando cheguei em casa, antes de eu dizer amém
Pedindo a Deus que ele pudesse tocar de novo

[Our Song - Taylor Swift]

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Jimin chorou poucas vezes na vida. Chorar de verdade, mais do que lágrimas escorrendo em um momento de pressão.

Chorar ao ponto de ficar sem ar.

Quando seu gato de estimação morreu aos oito anos, quando Jungkook declarou que o odiava ainda no jardim de infância, quando precisou largar as aulas de Taekwondo na oitava série, no banheiro do cinema depois daquele "meio primeiro encontro com Jungkook", quando terminou com Jungkook depois da fatídica briga na casa de Kai e quando sua mãe morreu.

Eram as que ele se lembrava. As que mais o marcaram.

Ele não gostava da sensação da garganta fechada e dos olhos embaçados por conta das lágrimas, odiava a dor de cabeça e o nariz escorrendo. 

Mas percebeu que odiava mais ainda chorar enquanto corria. Era uma sensação horrível quando o ar faltava nos pulmões e ele não sabia se era de cansaço ou se era pelos soluços.

Jungkook estava em seu encalço, ele tentava se manter mais rápido que o moreno apenas para que Jeon não o visse chorar.

Ele parou ao chegar na esquina, foi quando o limite o atingiu, tão bruscamente que seu corpo pareceu falhar e ele precisou se curvar e apoiar as mãos nos joelhos. 

Ele puxou o ar.

Jungkook parou ao seu lado, se curvando não apenas pelo cansaço, mas agora checar o namorado.

— Jimin… — Ofegou Jeon, sem conseguir falar mais nada por conta da necessidade de apenas respirar.

Jimin respirou fundo, suas vias respiratórias arderam com a força que o oxigênio entrava e ele sentiu doerem todos os seus músculos.

Mas ergueu a cabeça em direção à própria casa.

Havia uma mulher, envolta em roupas grossas de inverno. Ela estava sentada em uma bicicleta e o cestinho estava cheio do que pareciam ser pães e bolos.

 A dona da padaria.

Jihoon estava sorrindo para ela, tranquilamente reclinado no portão da casa e ao que parecia, os dois estavam tendo uma conversa tão agradável que nem mesmo o frio os espantava dali.

Seu pai estava bem.

Quando percebeu isso, Jimin sentiu as pernas fraquejarem e se preparou para cair de joelhos, mas Jungkook o segurou pelo braço e o manteve de pé. 

Jihoon estava muito bem. Seu pai estava distraído e parecia até radiante falando com a mulher e Jimin ainda sentia seus pulmões doendo e seus olhos ardendo. Porque nunca tinha sentido tanto medo na vida.

A mínima ideia de machucarem seu pai pelos erros passados de sua mãe, o deixava a ponto de explodir.

Não queria perder sua única família e esse medo irracional lhe dominou da forma que jamais tinha se deixado ser dominado. Ao ponto de não conseguir respirar, de não poder falar.

Como se estivesse paralisado em um pesadelo.

— Ele está bem, Jimin, fica calmo! — Jungkook falou, o puxando até que os dois ficassem completamente escondidos atrás de uma árvore. 

Aminimigos • JJK + PJMWhere stories live. Discover now