𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 30

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CAPÍTULO 30:
Reencontro.

⊰◎⊱

Eu continuo solitária no meu apartamento. Miles continua pressionando a polícia para me encontrar, enquanto ainda preciso me manter escondida aqui. Cinco continua longe. Mas ele me perdoou, é o que importa.

Para afastar a solidão, a ideia de ter um cachorro não parece tão ruim. Diego vem aqui de vez em quando para conferir que não enlouqueci, e para me dar informações sobre Miles. Diego diz que meus pais estão contratando um investigador particular, já que pela visão da polícia eu simplesmente evaporei.

Acho improvável que este investigador me encontre, pois não tenho a mesma vida e rotina da minha outra versão, e mal saio desse prédio. Será como encontrar uma agulha num palheiro.

Está entardecendo, então começo a mesma sequência que vim fazendo ao longo desse último mês. É basicamente composta por preparar o jantar, assistir TV e buscar soluções para que o apocalipse não aconteça.

Começo a cantar uma música enquanto faço as anotações, só porque esqueci como minha voz era. De repente, uma coisa se materializa no meio da minha sala. Cinco se materializa no meio da minha sala.

Grito um palavrão e arremesso a caneta em sua direção, irritada. Foi meio que um reflexo pelo susto também.

- Que merda, Cinco, não podia bater na porta? - digo com a mão no peito, sentindo as batidas assustadas do meu coração.

- Tenho um assunto urgente - ele diz. Traduzindo, está dizendo que era perda de tempo ser educado.

Deve mesmo ser um assunto urgente. Hoje é quinta-feira e faz tempo que não nos vemos. Pensei que estaria tudo bem por lá, já que estava ocupado o suficiente com os documentos de seu pai para ter tempo de brincar com a sua sobrinha.

- Não ia custar nada.

- Tá bem, Eleanor, quer que eu volte e bata na porra da porta? - pergunta ele, exalando estresse pela voz.

Desvio o olhar dele para o meu caderno. Está mesmo nervoso e não faço ideia se é comigo, ou porque está agindo como se fosse.

- Desculpe... - ele vem repetindo o arrependimento e se senta ao meu lado. - Eu preciso da sua ajuda.

- O que aconteceu? - continuo olhando para o caderno, meio desinteressada.

- Viktor está saindo com um tal de Leonard Peabody. Isso pode gerar o fim do mundo? No caso falava algo assim?

- Leonard Peabody... - repito baixo. - Me lembro desse nome. Se não me engano, Harold vai ser se passar por Leonard para se aproximar de Viktor.

- Merda! - Cinco aperta os seus punhos. - Então ele já chegou.

- Há quanto tempo?

- Hoje foi a primeira vez que ele apareceu.

- Se acalma, Cinco. Viktor não destruiria o mundo por alguém que acabou de conhecer. Vai levar um tempo.

- Mas eu acho que Harold é um aluno de Viktor. Já devem se conhecer.

Então Cinco invadiu meu apartamento, foi grosso comigo, apenas porque é a primeira vez que Viktor sai com o nosso suspeito. Ele vai ficar maluco se Viktor ter sentimentos por Harold e impedir que Cinco o mate.

- O que vai fazer? - o encaro, para ver se ele vai dar a resposta que quero.

- Não sei. Contar tudo sobre Harold?

- Matar Harold. Você vai matar Harold.

Cinco me olha e decifra o plano que tracei. Tudo vai ser muito mais fácil se Harold morrer o quanto antes, enquanto Viktor não faria de tudo por ele. Isso não impede que o apocalipse não aconteça, mas reduz a probabilidade. Viktor ainda pode se descontrolar por qualquer outra razão.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now