𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 27

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CAPÍTULO 27:
Tempo e Espaço.

⊰◎⊱



— E você fez tudo isso — diz Klaus, finalizando toda a incrédula história do que fiz ontem. Fico horrorizada comigo mesma, pois nunca cheguei nesse ponto. Inclusive, vou fingir que nunca ouvi esse relato para não me sujeitar a testemunhos.

— Não acredito — suspiro, envergonhada. — Se antes eu tinha chances, já não tenho mais.

— Fica tranquila, o Cinco é assim mesmo quando fica chateado. Logo, logo ele volta pra você.

Como Klaus sabe tanto sobre Cinco se passaram metade da vida separados?

— Como sabe que ele é assim?

— Ele é assim desde criança — diz Klaus, dobrando desleixadamente o cobertor que pegou de mim para fazer de travesseiro, enquanto dormia no chão.

Devo confiar na palavra de Klaus? Com os recursos que tenho, acho que sim.

— Mas sei lá, ele pode ter mudado e agora você estragou tudo.

Não sei se Klaus está tentando me ajudar ou me arruinar. Voltei a ter um pensamento incerto sobre a opinião de Cinco. De qualquer jeito, eu fiz um erro gigante.

— Que dia de merda.

— Quem aí tá bravinha? — uma outra voz entra no meu quarto. Diego se apoia no batente da porta e assiste minha conversa com seu irmão.

Gostaria de lhe mandar um dedo do meio, mas estou morando temporariamente de favor na sua casa.

— Não era pra você estar de patrulha? — pergunto, pois descobri que ele meio que faz parte da polícia, quando na verdade está cercando uma detetive e fazendo absolutamente nenhum trabalho policial.

— Eh… — ele fica desconcertado. — Acho que sim. Tô indo, na verdade.

— Tchau, Diego — finalizo essa conversa. Trocar farpas com ele tem sido um dos meus passatempos nesses dias.

Diego, enfim, sai do quarto. Volto o meu foco para Klaus, que explica com detalhes constrangedores tudo o que fiz.

Fiquei surpresa com a reação de Cinco, jurei que ele me jogaria na parede e consertaria minha ousadia com um tapa na cara. Mas ele não fez absolutamente nada. Que chega a ser tão assustador quanto um tapa na cara.

Eu era nada para ele ontem. Me deixou fazer o que fiz, acredito, por pena.

Quero parar de pensar nele.

Há dois dias atrás, descobri os poderes de cada um deles. São impressionantes e diferentes de tudo o que já vi. Allison me explicou com paciência como funcionava cada um, tirando parte do meu espanto no dia que cheguei e ela me fez dizer o que estava pensando.

Decido que hoje é o dia de fazer a pergunta que tanto quis fazer para Klaus desde que soube o seu poder.

— Klaus, será que você pode procurar uma pessoa para mim?

Ele faz uma careta. De todos, ele parece ser o que menos gosta das habilidades super-humanas. Não é para menos, falar com os mortos deve ser tão aterrorizante quanto trabalhar na Comissão.

— Sorte sua que hoje eu ainda não bebi — diz ele, porque aparentemente precisa estar sóbrio para realizar seus poderes. — Quem você quer ver?

— É meu irmão. Quero saber se ele está vivo aqui.

Meu coração bate mais rápido porque tenho esperanças demais. Klaus me pergunta o nome e eu digo, também dizendo a idade que Miles morreu. Se é que serve de alguma coisa. Ele leva um tempo, faz uns sons estranhos e fecha os olhos. Não sei se eu deveria esperar alguma coisa acontecer, ou por ser uma pessoa comum, eu não consiga ver Miles.

𝙼𝚎𝚗𝚝𝚒𝚛𝚊𝚜 𝚊̀  𝙿𝚊𝚛𝚝𝚎 - Cinco HargreevesWhere stories live. Discover now