Cinco

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  Davina tocou seu ventre com cuidado, o pulso de magia saindo de seu ventre trouxe um sorriso para seu rosto. Sim, ela era jovem, pessoas normais de sua idade nunca estão prontas para esse tipo de responsabilidade, mas Davina não. Existe um coisas que fazem com que cheguemos a maturidade antes do tempo, ser quase morta por seu clã, virar uma párea para sua espécie e constantemente traída é um bom exemplo disso.
  A ordem explícita de Emily era que ela deveria descansar, mas a ansiedade a impedia de fechar os olhos. Imaginar como seria lidar com os três originais, pois sim, ela sabia que Rebekah nunca aceitaria ser deixada para trás, tentava imaginar como seria Klaus Mikaelson, o grande mal deste mundo.
  Ela sempre achou isso um pouco exagerado, ele não era mal, não. Ele apenas não deixava que ninguém impedisse que seus planos acontecessem, mesmo que isso fosse machucar alguém. Mas ela estava com medo, na verdade apavorada, com a ideia de que ele tomasse a criança que estava sendo gerada em seu ventre.
  — Não conseguiu dormir? — a voz de Charlie soou da porta atraindo o olhar e sorriso dela.
  —  A cabeça tá cheia demais, muitas mudanças. — ela falou dando um suspiro.
O pai entrou no quarto e sentou na beirada da cama, com receio, ele colocou a mão na cabeça dela e coçou de leve, Davina sentiu um calor no peito ao perceber que nunca havia recebido um cafuné na vida. Ela realmente queria que sua mente forçasse seu corpo a se afastar dele, pois sim, ele ainda era um estranho, mas sua magia já havia se ligado a dele e ela finalmente entendeu por qual motivo nunca havia sido feliz em Nova Orleans. Ali era seu lugar, o seu coven.
— Eu lembro como me senti ao descobrir que seria pai, claro que era muito jovem e a minha mãe, a vovó Marie, fez um grande sermão sobre como eu não estava pronto e que deveria ter escolhido alguém do meu tipo. Mas então ela respirou fundo e sorriu, prometeu me apoiar em tudo e que eu seria o melhor pai que este mundo já conheceu — ele começou e Davina sorriu com tristeza imaginando como teria sido crescer com ele.
— Ela parece ter sido uma mulher incrível — comentou a menina arrancando um sorriso saudoso do pai.
— A mulher, ela teria amado lhe conhecer sabia? Mas ela não ficaria feliz com tudo isso com a Bella — Charlie olhou para o chão sentindo tristeza, havia falhado em proteger sua menininha.
— Não é sua culpa, você sabe não é? — a Swan mais nova falou atraindo o olhar do outro que sorriu leve. — Ela fez uma escolha e você confiou no seu instinto de permitir que eles vivessem por aqui. Ela vai voltar Charlie.
— Eu espero que isso aconteça, não posso perdê-la.
— Você não vai — Davina falou bocejando, o mais velho levantou e beijou o topo da cabeça dela.
— Vou deixar você descansar um pouco, boa noite minha filha — ele disse recebendo um sorriso e saiu para seu próprio quarto. Deixando para trás uma menina pensativa, ela sabia que términos eram complicados, mas nenhum havia tido o efeito que teve em sua irmã. Havia algo muito de errado nisso tudo.
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Klaus Mikaelson se orgulhava de muitas coisas, de seu poder, de sua força, de sua espécie única e invencível, mas o que ele mais se orgulhava era não ter medo, ou pelo menos não deixar que seus inimigos percebessem. Mas agora, em frente a porta branca e monótona de onde a bruxinha estava vivendo, todos os medos afloraram dentro de si.
Em primeiro lugar, e se ela negasse a sua permanência na vida do bebê? E o mais importante, se sua presença na vida da criança fosse a condenação para ela? Tantas questões rondavam a sua mente que quase se surpreendeu quando a porta abriu e revelou um homem alto e forte, parecendo uma montanha humana, ele era claramente indígena.
Os dois se encararam fixamente, Sam sentiu seu lobo curva-se diante do homem, como se reconhecesse quem realmente era o alfa ali, era um sentimento de querer passar o poder para ele, mais forte do que sentia para com o Black, aquele homem era um rei.
— Ora, um lobo por aqui — Klaus falou erguendo a sobrancelha, sem mostrar que realmente ficou preocupado com o que isso implicaria para seu bebê não nascido.
— Sam Uley, filho de Charlie Swan — o homem respondeu, estava claro que esse era um arranjo novo e ele estava agindo como criança que ganhava algo e queria esfregar na cara dos outros.
— Eu sou Klaus Mikaelson e esses são meus irmãos, Rebekah e Elijah — apresentou e deu um passo para frente — Podemos entrar?
— Podem — autorizou o quileute e os originais sorriram.
  Os três originais entraram observando a simplicidade e aconchego do lugar, Jacob aspirou com força o cheiro arrebatador de girassóis e procurou a fonte do odor. Seus olhos brilharam e coração aceleraram ao ver o ser mais belo diante de seus olhos, olhos azuis encaravam os seus negros e tudo perdeu o sentido, nada mais importava, sua matilha, seu pai, nada mais o prendia no mundo. Apenas ela.
  — Pelos deuses — Billy Black, que estava ali para dar apoio ao seu melhor amigo e que havia ficado chocado com toda a informação dada, arfou ao notar o que havia acabado de acontecer.
  — Uma impressão numa vampira? — Sam questionou surpreso, Davina arregalou os olhos ao notar a repercussão que aquilo causaria e encarou quem ela acreditava ser Klaus Mikaelson.
  O híbrido original encarou os belos olhos verdes com fascínio, não era apenas por ela estar carregando o seu filhote, mas algo nela fez com que seu lobo há muito adormecido despertasse. Um sentimento avassalador como nenhum outro tomou conta de seu peito, seus olhos de lobo apareceram ao mesmo tempo que sentiu a magia da bruxa tomar sua alma, como se estivesse investigando se ele era digno.
  — O que esta acontecendo? — questionou Rebekah correndo os olhos entre o nativo que a encarava com adoração e seu irmão que olhava para a bruxa grávida da mesma maneira.
  Billy, vendo que ninguém tomaria iniciativa, puxou sua cadeira um pouco para frente, atraindo a atenção de todos.
  — Em primeiro lugar, meu nome é Billy Black e esse é meu filho Jacob Black. Tanto ele quanto Sam aqui, são lobos quileutes, nós diferentes dos lobos normais, não temos nossa mudança de uma maldição, foram os próprios espíritos da magia que nos fez. Então podemos mudar de foram indolor a qualquer momento. Por isso, temos o que chamamos de impressão ou alma gêmeas. Essa pessoa se torna o nosso próprio ar, é a pessoa perfeita para continuar a linhagem quileute.
Rebekah apertou o punho e respirou fundo, esse era um assunto delicado demais para ela, chegava a doer em seu peito.
— Desculpe senhor — ela começou — acho que sua magia falhou, eu sou uma vampira, sou incapaz de gerar vida.
Todos podiam ver como aquilo afeta a loira, com sensibilidade, Bill conduziu a cadeira até estar diante dela.
— Confie em mim quando digo, nada nesse mundo impede a magia quileute de funcionar. Nada. — os olhos de Rebekah encheram-se de lágrimas e ela assenti dando uma sorriso.
Klaus voltou sua atenção para Davina que observava tudo com um olhar encantado enquanto alisava seu ventre. Havia um pequeno volume ali denunciando que algo estava acontecendo.
— Posso? — o híbrido perguntou indicando o ventre, ela assentiu e ele ajoelhou-se diante dela colando a mão no local.
Uma pequena onda de poder pulsou em sua mão, como se estivesse lhe dizendo olhar, assustado, ele olhou para a jovem bruxa que sorria.
— Sua filha é poderosa — ela gracejou.
— Assim como a mãe — sim, aquilo era um flerte.
Notando a mesma coisa, Charlie pigarreou atraindo a atenção para si.
— Acho que devemos traçar os planos para o futuro de minha filha e minha neta. — ele disse e todos assentiram concordando com ele.

Golpe de sorteWhere stories live. Discover now