Quatro

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Charlie olhou ao redor ainda meio grogue do sono naquela manhã, sua mente confusa para o motivo de ter acordado primeiro do que o despertador, num dia de folga principalmente. Bocejando audivelmente, ele levantou e finalmente ouviu de novo o som que o havia despertado.
Correndo até o banheiro, o homem viu sua recém-descoberta filha prostrada no vaso, vomitando violentamente tudo que tinha dentro de si. Com rapidez, ele segurou seus cabelos e massageou as costas da garota até ela se recompor e ficar de pé com dificuldade.
- Charlie... - ela começou o encarando fraca, ideias um pouco absurdas rondavam a mente do homem - acho que vou desmaiar.
O policial quase não teve tempo de segurar a jovem, com dificuldade, ele a levou até o quarto e deitou seu corpo na cama. Charlie andou de um lado para o outro sem saber o que fazer, até que lembrou de um nome: Sue. Correndo até o telefone, ele discou o número da residência Black e esperou.
***********
Jacob acordou com o telefone tocando, estava em um sono tão gostoso, haviam olhos azuis e cabelos loiros, mas não havia um rosto. Era frustrante. Ele andou lentamente até o aparelho e atendeu.
- Casa dos Blacks. Jacob falando - ele saudou.
- Jacob - a voz desesperada do homem o deixou em estado de alerta - Eu preciso que você traga Sue aqui, Davina passou mal e desmaiou.
- Sue está na aldeia da irmã, só chega daqui há dois dias. Mas Emily, noiva de Sam Uley, lembra dele? Ela também é enfermeira e posso levá-la. - Jacob ofereceu ansioso para ajudar.
- Lembro dele sim. Pode trazer, seja rápido por favor. Estou preocupado - de fato Charlie lembrava do alfa, ele estava no primeiro ano como chefe da polícia quando recebeu a ligação para ir a reserva.
O pai de Sam havia matado a esposa na frente do menino e se matado logo depois, foi Charlie que achou o menino traumatizado atrás do sofá. Foi também Charlie que passou o resto daquele ano cuidando do menino até o conselho da tribo assumir a responsabilidade. Mas mesmo de longe, Charlie ainda cuidava dele.
Assim que Jacob desligou a ligação, correu para fora de casa e mudou para forma de lobo. Suas patas pesadas esmagavam o chão por onde ele passava com uma velocidade gigantesca e rapidamente ele estava em frente a casa de seu alfa, Sam já o aguardava na porta com uma muda de roupa que Jacob ficou feliz em usar.
- Jake, não esperava você até de tarde - essa foi a saudação de seu líder assim que já estava vestido.
- Também é bom te ver Sam, mas não vim aqui para isso. - seu olhar foi em direção a porta, aonde uma Emily curiosa os encarava - Preciso de sua ajuda.
Ele explicou a situação rapidamente ao casal que prontificaram-se a ajudar. No aperto sufocante da velha caminhonete do Sam, os três foram em direção à residência Swan. O caminho não foi tão longo quanto parecia, a chuva caia com força do lado de fora, mas logo o trio chegou.
Antes mesmo que saíssem do carro, Charlie já abriu a porta completamente pálido, apesar de conhecer a menina há apenas um dia e ele já estava com medo da ideia de perdê-la. Ignorando os homens acompanhado a mulher, Charlie a conduziu até o quarto da menina.
Davina estava deitada tranquilamente na cama, ao vê-la, Emily correu para cumprir seu ofício de enfermeira, medindo a pressão e verificando a menina, até que notou algo estranho.
- Charlie, tem alguma chance de que ela esteja grávida? - Emily questionou quando finalmente fixou seus olhos no mais velho.
O chefe da polícia de Forks engolia a seco, ele desconfiou dessa probalidade, mas não quis tomar decisões precipitadas.
- Acho que ... - sua fala foi cortada pelo toque do celular na cabeceira da cama da jovem, um celular muito caro por sinal.
O número na tela era desconhecido, mas mesmo assim, Charlie atendeu e esperou a outra pessoa falar.
- Senhorita Claire? - uma voz masculina com grave sotaque britânico soou pelo outro lado. Todos se entreolharam com curiosidade.
- Não, aqui é o pai dela - respondeu após pigarrear. Silêncio se seguiu na linha. - Posso saber quem é e o que quer com minha filha?
- Tudo bem senhor, meu nome é Elijah Mikaelson. Antes de sua filha fugir, ela fez um feitiço para minha família, mas especificamente, para o bebê ainda não nascido de meu irmão. Achávamos que havia dado certo, até que constatamos que não havia mais criança no ventre da mãe. - Sam e Jacob olhavam um para outro com surpresa ao ouvir sobre feitiços, seu povo tinha lendas é claro, sobre as servas da natureza, que andavam lado a lado com os lobos, mas ouvir que aquela menina indefesa era uma delas, chegava a ser louco - Por um momento achamos que a criança havia morrido, mas descobrimos que ela vive em outro vente. Tentamos resolver sem envolver sua filha, mas realmente precisamos da ajuda dela.
- Olha senhor, eu não sei o que espera de minha filha, mas desde que ela chegou, está doente e neste momento está desmaiada - Charlie disse com bravura.
Elijah do outro lado da ligação ficou em silêncio, seu irmão e sua irmã, que estavam ao seu lado, o encaram. Todos tinham o mesmo pensamento.
Emily encarou o seu noivo, ela conhecia aquele olhar dele. Para qualquer um parecia normal, mas estava surpreso e preocupado.
- Eu ouço outro coração Sam - Jacob murmurou para seu alfa que assentiu olhando para o ventre da menina.
- Tem mais alguém com você senhor Claire? - Elijah perguntou ao ouvir o murmúrio de Jacob. Todos ficaram surpresos do homem poder ouvir tão bem assim.
- É Swan, Claire é o nome materno dela. E sim, estão meu filho, meu enteado e minha nora - Os visitantes encaram Charlie com surpresa, todos sabiam como Sam se sentia em relação ao chefe de polícia e o que ouvir aquilo significava para ele.
- Olha senhor Swan, como pai o senhor deve entender a aflição de meu irmão. Ele, nós, queremos apenas o bebê.
- Não precisam mais procurar, eu sei exatamente onde ela está - a voz fraca e cansada de Davina soou, ela havia acabado de despertar e ouvido a conversa. Sua mão pousou no próprio ventre com carinho.
- Davina ? - a voz de Jacob tirou ela do transe.
- Jay, eu tô grávida. Grávida de Klaus Mikaelson - ela murmurou quase em pânico.
- Estaremos aí amanhã pela manhã - a voz autoritária de Klaus soou no telefone após Charlie confessar a localização.
- Não. - Davina falou alto desafiando o pai da criança.
- Não? - o tom da voz de Klaus estava perigoso, ele estava sendo desafiado e ele absolutamente odiava isso. Principalmente por uma menina que ele nunca nem havia visto o rosto.
- Não. - continuou a jovem com coragem - Você não virá, se seus planos forem estar no centro de guerra e loucura que é Nova Orleans, eu não vou condenar meu bebê assim.
- Você não tem o direito - bradou Niklaus e ela bradou de volta.
- Sim eu tenho. Magia trouxe o bebê para meu ventre, eu sinto que a magia a mudou, é agora meu sangue que corre em suas veias. Minha magia que carrega seu núcleo. Ela é minha filha e eu tenho direito. Mas se você abandonar essa loucura e vir em paz, eu deixarei você ser o melhor pai do mundo.
Silêncio.
Apenas a respiração do original era ouvida até um suspiro derrota soar.
- Uma menina? - Davina murmurou um sim - Estarei aí pela manhã. Não há nada nesse mundo mais importante para mim do que a família, nem mesmo uma cidade coberta de sangue. Minha família é minha prioridade.
Davina relaxou, as coisas estavam prestes a se tornar bem loucas.

Golpe de sorteHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin