CAPÍTULO OITO | Decisões

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Fazia apenas alguns dias que estava ali com eles e já tinha causado muitos problemas, imagina se ficasse mais tempo.

Não tinha um plano definido e nem nada do tipo, sabia que estava sendo impulsivo, mas torcia para que o pessoal que trabalhava na pesquisa apenas tirasse a amostra de seu sangue o quanto precisassem e depois, talvez o deixasse ir embora, o descartasse, o jogasse em qualquer lugar, para que pudesse voltar para os outros, para que pudesse voltar para Hongjoong.

Mas quem ele queria enganar, não era tolo e ingênuo de pensar que essa possibilidade era cem por cento existente, sabia bem que não seria simples assim, eles não iam deixá-lo ir assim tão fácil, não quando poderiam ter um estoque da amostra no seu DNA sempre a sua disposição, sendo apenas um saco de ossos vivo, talvez até o mantivesse em cativeiro.

Então também precisava pensar em como escapar e torcer para que com a amostra em mãos, não fossem mais atrás de si, havia lido o diário de seu pai mais vezes do que podia lembrar, não tinha uma localização exata, mas suspeitava de onde poderia encontrá-los, pela primeira vez depois do apocalipse acontecer, tinha esperanças, precisava ter esperanças, por eles e por ele.

Novamente respirou fundo e se levantou ainda encarando a porta à sua frente, um calafrio passou por seu corpo ao lembrar de tudo que passou, mas afastou o medo antes que ele pudesse o fazer voltar atrás, entrou no quarto em silêncio e pegou sua mochila, daria um jeito de pegar comida na cozinha sem que os outros percebessem e sairia pelos fundos, guardou o diário de seu pai e a arma que tinha pegado no dia que tudo aconteceu, que Hongjoong carregou com nova munição.

Esse que ressonava baixinho por conta do sono, devia estar tão cansado, Seonghwa respirou fundo mais uma vez, as pernas vacilando em ir embora, não queria deixá-lo e a possibilidade de que não conseguiria voltar o assustava ainda mais, deixou sua mochila ao lado da porta, apagou a lanterna e colocou sobre a mochila, e forçou suas pernas até a cama onde o outro dormia, devagar se sentou ao seu lado e levou a mão até sua testa, estava quente, mas não com febre.

Fez um breve carinho em seu rosto, arrastando as pontas dos dedos até que tocassem o lábio inferior, sentiu a respiração falhar e um arrepio subir pela espinha, não era justo ir sem se despedir, não podia fazer isso com ele, então lentamente se aproximou do rosto dele e finalmente fez o que tanto queria, uniu os lábios em um selar, tão levemente que mal podia senti-los, mas que fazia seus lábios formigarem e seu estômago revirar com as malditas borboletas, quando sentiu o mesmo se mexer e logo após se afastar minimamente, confuso com o ato repentino.

- Está tudo bem? - Hongjoong perguntou preocupado ao ver a feição triste do outro.

- Está sim... - respondeu e forçou um sorriso no rosto, mas que não o convenceu - Volte a dormir.

- Deite aqui comigo... - pediu, assim como Park fez nas outras vezes.

- H-hongjoong... - sussurrou nervoso e tomou coragem pra prosseguir, ele merecia saber - não posso mais ficar aqui.

- Como assim não pode? - Hongjoong perguntou confuso e então olhou em volta, mesmo que a luz fosse mínima, viu a bolsa largada ao lado da porta, ele pretendia ir embora? - Por que sua bolsa está ali? Onde você vai?

- Hongjoong... - começou, mas foi interrompido.

- Vai atrás deles, não vai? - perguntou e esperou a resposta, mas o outro apenas suspirou - Você ia sem explicar nada? Sem se despedir?

- Não conseguiria, pelo menos não de você... - respondeu baixinho e viu o desespero tomar conta dos olhos do outro - Não é seguro pra vocês se eu ficar, preciso resolver isso - o outro estava pronto para protestar, mas foi interrompido em seguida - Preciso ir sozinho, eles estão atrás de mim e não de vocês, não vou colocá-los em perigo por minha causa, você e San estão feridos, os outros estão preocupados, não dá pra ficar aqui parado sem fazer nada, eles me querem e não vão parar até conseguir, então vou até eles e dar o que precisam.

𝕬𝖋𝖙𝖊𝖗 𝕯𝖊𝖆𝖙𝖍 • ATEEZ Where stories live. Discover now