Capítulo 7: Uma noite muito louca - Parte 2

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Pov de Lucas


Ainda não consigo acreditar que me tornei o que eu mais temia. O problema todo não está no que me tornei e sim em como me tornei. Tenho muito trabalho pela frente, primeiro treinar para que eu possa conseguir viver sem a Sara no meu pé, segundo sobreviver ao tal CCG, e terceiro juntar provas de que o hospital está infectando as pessoas, de propósito ou não eu tenho que dar um jeito de parar com essa merda toda.


Eu estava pensando nisso quando Sara chamou minha atenção para alguns vagabundos que estavam encostados no muro próximo a um beco.


_ Mas já? - Eu disse em pânico.


_ Você quer aprender ou não? - Ela disse impaciente.


_ Eu não estou acostumado com essas coisas.


_ São apenas três... Vamos dar conta. - Ela disse sorrindo.


Como essa garota consegue ser fofa até em uma hora dessas? Eu devo ser um psicopata, só pode. Então sem perder tempo ela foi na frente, falou algo com eles e logo foi em direção ao beco. Quando o último sumiu na escuridão eu corri até ele e logo avistei Sara segurando o cara loiro pelo pescoço e o encostando na parede.


_ O que pensa que está fazendo, sua vadia! - Gritou o mais alto que logo pegou uma garrafa no chão e foi em direção a ela, mas em questão de segundos sua Kagune saiu e entrou pela barriga do cara o fazendo urrar de dor.


O terceiro homem estava aterrorizado com a situação, mas quando ele se virou e começou a adentrar mais o beco eu liberei a minha Kagune o pegando pelo pescoço, eu sabia o que eu tinha que fazer, muito a contra gosto fiz o serviço, eu só queria sobreviver e pensando como um humano não daria muito certo.


Foi um verdadeiro banquete, não desperdiçamos nada e como não poderíamos deixar vestígios, pegamos o que sobrou e jogamos no esgoto. Depois de fechar a tampa do boeiro, fomos caminhando até um lago que tinha ali próximo em uma praça, era escuro e poderíamos ficar em segurança.


_ Até que você se saiu bem na sua primeira caçada. - Ela disse sorridente.


_ Eu realmente estava com fome. - Respondi sem graça. - Mas isso não é algo que eu vá fazer com frequência.


_ Essa é a nossa vida agora, acostume-se.


_ Acho que nunca vou me acostumar. - Eu disse me sentando em uma pedra a beira do lago.


_ Eu ainda não consigo acreditar que você é um Ghoul como eu. - Ela disse balançando a cabeça.


_ Me tornei isso graças a você. Se você não tivesse me atacado, nada disso teria acontecido. Eu preciso descobrir se os hospitais estão fazendo isso de propósito ou se eles estão no escuro.


_ O que você pretende fazer depois de descobrir?


_ Dizer a verdade, isso não pode continuar.


_ Você vai dizer ao mundo sobre nós? Está louco? Nossa vida já é bastante difícil sem todos saberem da verdade, imaginem se soubessem?


_ Mas isso não pode continuar, haverá muitas mortes ou transformações, imagine a merda que isso não vai dar! Se eu não tivesse recebido um órgão infectado eu ainda seria humano!


_ Uma coisa de cada vez ok. Eu te ajudo a descobrir se isso está sendo proposital ou não, depois damos um jeito, falamos sobre alguma doença infecciosa, ou sei-lá.


_ Não é assim que as coisas funcionam, meu bem. Não é chegar e inventar uma história. Temos que ter provas de algo infeccioso e como nós meros estudantes vamos fazer isso?


_ Você é complicado demais. - Sara disse revirando os olhos. - Apenas aceite sua nova realidade e tenha certeza de que não podemos fazer nada. - Ela disse parando na minha frente. - Lucas, ser um Ghoul é algo bem complexo. Primeiro, você precisa entender que somos seres que se alimentam de carne humana para sobreviver. Isso pode parecer horrível para você, mas para nós é uma questão de necessidade.


_ Isso é realmente assustador. Como você consegue se esconder e viver entre os humanos?


_ Bom, isso não é fácil. Existem vários Ghouls que optam por viver uma vida solitária e se escondem nas sombras, mas há outros que tentam viver em sociedade e se misturam entre os humanos. Esses geralmente criam identidades falsas e trabalham em empregos que lhes permitem manter uma rotina regular.


_ Entendi, mas por que os humanos não os percebem? - Perguntei curioso.


_ Alguns humanos conseguem perceber nossa presença, principalmente aqueles que são próximos de nós. No entanto, a maioria das pessoas não sabem da nossa existência, ou acredita que somos apenas lendas urbanas.

_ E a CCG, o que é isso de fato?


_ A CCG é a Comissão de Contra-Ghouls, uma organização especializada em caçar e matar Ghouls. Eles possuem equipamentos e tecnologia avançados para combater a nossa espécie, e são extremamente perigosos. Por isso, Ghouls como nós precisam tomar muito cuidado para não chamar a atenção deles.


_ Isso parece muito perigoso. Como você consegue lidar com tudo isso?


_ É um desafio constante, mas é algo que nós precisamos enfrentar todos os dias. No fim das contas, nós somos seres que querem viver em paz e ter nossos lugares no mundo. Mas para isso, precisamos ser cuidadosos e manter uma vida discreta.


O pior de tudo é que Sara tem razão, não podemos sair gritando pra todos sobre nós, mas como ajudar os humanos se estávamos no meio do fogo cruzado? Por enquanto é tentar entender esse mundo onde fui colocado e aos poucos ir descobrindo o que se passa em off nos hospitais e tentar reverter sem chamar a atenção.


Mesmo Sara sendo um monstro, ela ainda continua sendo uma nerd fofa. - Pensei e logo um sorriso surgiu em meus lábios.


_ Tira esse sorrisinho da cara! - Ela disse falando sério.- Vamos nos lavar e irmos embora, amanhã temos aula e temos que manter as aparências.


_ É... Tô vendo que minha vida vai ter mais ação do que eu imaginava...


Logo fomos nos lavar e depois de limpos ela me acompanhou até em casa, nos despedimos e logo entrei, eu precisava de um banho quentinho e minha cama, amanhã tenho um dia agitado pela frente.

***

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