Ainda Estamos Aqui

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Já era noite.

-Está pronta? –a voz de Ethan me questionou do quarto.

-Já. –respondi.

-E sua mochila?

-Ela está pronta desde que cheguei. –comentei e ouvi uma curta risada do vampiro.

Eu estava no banheiro, penteando meus cabelos depois de um bom banho, quando ouvi alguém bater na porta do quarto. Logo me apressei e assim que saí do toalete, Ethan já estava dando passagem para que uma figura soberana e enorme entrasse no cômodo.

-Achou que ia ir embora sem dar um último abraço no melancólico aqui? –Marcus abriu seus braços assim que me viu.

Em um segundo eu já o abraçava com força.

-É claro que não. Eu já estava planejando te caçar de novo. –falei ainda abraçada a Marcus. Não precisava olhar Ethan, para saber que o mesmo sorria.

-Pequena... –ouvi novamente a voz de Marcus, quando então nos soltamos. –Não se esqueça das visitas.

-Você também. –dei um soquinho no braço do soberano a minha frente.

-Jane e Alec mandaram abraços. –essa fala me pegara de surpresa, então apenas acenei em concordância, sorri com satisfação e pedi que Marcus retornasse os abraços a eles, por mim.

-Senhor...

-Marcus. Apenas Marcus. –o próprio corrigiu Ethan, o interrompendo.

-Marcus. –Ethan se aproximou de mim e colocou seu braço esquerdo por trás da minha cintura. –Eu gostaria de agradecer novamente pelo que fez por mim e agora pelo que fez pela Anne.

-Ela também fez muito por mim, Ethan. Juntos, aprendemos que podemos ser felizes novamente. Embora não totalmente vivos, ainda estamos aqui. As coisas podem mudar em questão de segundos. Mas, se ainda estivermos nessa grande instabilidade que é o mundo, depois das perdas, merecemos sorrir de forma verdadeira... Ainda mais por tudo o que já passamos.

Sorri orgulhosa para Marcus e, da mesma maneira, ele sorriu para mim.

Depois de mais um abraço apertado e algumas lágrimas escorridas da minha parte, aquele soberano, por fim, se retirou.

Ethan virou-se para mim, se pondo a centímetros de distância do meu corpo e passou seu polegar direito sobre minha bochecha esquerda, apagando o rastro de uma lágrima que recentemente havia passado por ali.

-Eu deveria ter ciúmes desse cara. –e assim o vampiro me fez rir.

-Claro que não. Ele é meu melhor amigo.

-Então. EU deveria ser seu melhor amigo. –soou zombeteiro.

-Eu posso ter mais de um melhor amigo, Sr. Blackwell. –argumentei enquanto colocava meus braços ao redor do pescoço de Ethan. –Mas para beijar e fazer algumas coisinhas a mais, eu apenas tenho interesse em certo vampiro com a habilidade de se transformar em um felino gigante. O único que já vi em toda minha vida. –sorri de forma maliciosa e Ethan retribuiu o sorriso.

-Bom... Sendo assim... –e instantaneamente senti os lábios de Ethan nos meus.

Eu poderia ficar ali, naquelas correntes elétricas perfeitamente sincronizadas, até sairmos da morada dos Volturi. Mas ainda havia algo que devia fazer. Portanto, poucos minutos depois, me afastei levemente de Ethan.

-Eu ficaria aqui até irmos, mas preciso devolver o livro que peguei da biblioteca.

-Que livro?

Fui até o travesseiro e tirei debaixo deste, o livro de regras dos Volturi que Caius havia me recomendado. Eu havia lido por curiosidade e informação.

-Então realmente leu. –o semblante de Ethan era claro. Ele sentia que eu não havia falado tudo.

-Ele está me esperando. –confessei.

Um segundo depois, Ethan compreendeu de quem se tratava minha fala. Então ele se pôs novamente a centímetros de distância de mim e depositou um beijo suave em minha testa.

-Vai lá. Vou ficar aqui esperando.

Dei um rápido selinho –como a era atual fala –em Ethan e segui para a biblioteca.

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