Hazel

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Estava ficando complicado viver no centro de Manhattan com toda aquela gente em frente ao meu apartamento esperando por uma palavra sobre a veracidade de meu casamento. E de alguma forma já corria a gravidez de Savannah. Tudo ainda não tinha sido revelado, e primeiro tenho que passar pelo crivo dos meus pais.

Savannah praticamente foi trabalhando no carro até a casa dos meus pais, essa viagem que fizemos para o rancho deixou o trabalho na fábrica atrasado. Entendia o que ela estava vivendo.

Baran estacionou em frente a casa de meus pais, Savannah fechou a tela do notebook e me olhou.

- Você está linda! - disse segurando a sua mão. - Tente não ficar irritada caso meus pais começarem com intrigas, ok?

Savannah respirou fundo concordando comigo e descemos do carro e seguimos para dentro da casa.

Mamãe veio nos recepcionar e papai descia a escada, até esboçou um sorriso leve no rosto.

- Achei que iria nos ignorar como fez em seu casamento. - Alfinetou mamãe.

- Minha mãe! O casamento no rancho foi apenas algo que já devia ter acontecido. foi formal, mas teremos um casamento digno, não fique brava. - tentei amenizar.

- O que aconteceu com você para estar tão amável? - ela manteve as alfinetadas que me deixavam irritado.

- Boa noite! - disse papai cumprimentando a nós dois.

Acompanhamos os dois para a sala, papai me serviu de um copo de uísque com gelo e se sentou.

-Se filho não suportava mais a ideia de eu não ser sua esposa. - Savannah como sempre foi espirituosa

Ela olhou para mim e para o esposo e riu debochada.

- Hazel ou você?

- Mandy! por favor! - reclamou Gamaliel, meu sogro.

- Eu quis me casar. - Hazel respondeu altivo.

-Faz diferença? Somos um casal apaixonado. O que importa quem teve mais pressa

- Nós nem sabemos quem você é, e o que quer...

- Ela quer o mesmo que eu... Uma família. - concordei.

-Vão me conhecer com o passar do tempo, Mandy! - Savannah não se deu por vencida -Se cheguei pra ficar!

- Temos mais uma novidade e está estamos contando em primeira mão.- olhou para Savannah segurando minha mão firmemente. - Vamos ser pais.

- Há! - Gamaliel se mostrou emocionado. - Teremos um neto?

- Isso! - Afirmou Hazel sorrindo contente.

A senhora ficou de boca aberta, em choque com que ouvia.

-A senhora vai ganhar mais um netinho, Mandy! Não está feliz?

Ela se levantou soltando fogos de raiva. Realmente não dava para entender aquela mulher.

Savannah deu de ombros

-Eu tentei, Meu Amor, mas não faz parte das minhas prioridades agradar sua mãe

- Não se preocupe com ela. Vai se acostumar com a novidade. - Hazel não parecia preocupado.

- Meus parabéns! - Disse Gamaliel emocionado. - Netos são a alegria dos avós. Quando Eva estava aqui a casa estava alegre.

- Obrigado, meu pai!

-Vai ficar ainda mais alegre quando os dois se juntarem.

- Tenho certeza disso. - Disse o homem contente. - Temos que comemorar... - Ele se levantou. - Que tal uma pizza?

- Não me oponho!- Savannah brincou

- Ótimo! - Gamaliel ficou feliz e foi atrás dos empregados.

- Foi melhor do que eu imaginei. Achei que sua mãe me atiraria aos lobos quando soubesse.

- Ela acha que ser vó é atestado de velhice! - Rimos. - eu poderia ser avô. Poderia?

- Foi assim quando a Brooke engravidou?- ela pareceu duvidar

- Foi... Acho que ela não falou com Brooke por dois meses.

- Ohhh! Está pronto para esse longo silêncio?

- Não fará falta. - mostrei relaxado.

- Tudo bem! Talvez as coisas melhorem com o seu pai. Ele pareceu verdadeiramente feliz!

- Ele perdeu o melhor do nosso crescimento deixando que mamãe decidisse em nós afastar do convívio familiar.

- Acho que por isso ele vê seus netos como uma chance de recuperar o tempo perdido

- Justo. - Hazel olhou para ele.

- Eu acho que talvez um dia você consiga abrir seu coração e perdoa-lo. Por enquanto, só reconhecer que ele está se esforçando já está de bom tamanho.

- É. Você tem razão. - Ele me olhou e acariciou meus cabelos. - Está me ensinando a ser um homem melhor. Obrigado.

-Estou?- ela riu

E de pensar que tudo o que eu queria era sexo intenso com o gostoso que eu conheci quando esbarrei no hotel.

- Olha só nós dois agora!

- Somos perfeitos, não é? - Minha voz saiu doce, demostrando o quanto estava apaixonado por ela.

- Não, não somos!- ela riu- Mas essa é que é a parte boa! Nos completamos nas nossas imperfeições.

Eu ri com ela e a puxei para um beijo.

- Pizza e vinho! - Surgiu meu pai com a garrafa de vinho. - E para a minha nora um coquetel de frutas sem álcool. - A empregada trazia uma bandeja com uma taça muito bem preparada para ela.

- Obrigado, meu pai!

- Muito atencioso da sua parte, Sr Thierry!

Ele apenas sorriu contente e se sentou novamente no sofá.

- Estou muito feliz por vocês. Uma criança é sempre uma benção na vida de um casal.

- Tenho certeza que sim. - Minha fala não soou como uma aceitação.

Era ainda dolorido tentar ter uma boa relação com meus pais, mas era como Savannah havia dito, era tempo de perdoar. Talvez eu devesse passar uma borracha por cima e seguir em frente.

- É bom saber que o senhor apoia a decisão do seu filho.

- Pensei que nunca veria meu único filho casa e formando uma família. - ele me encarou relembrando o passado. - Mesmo depois do que aconteceu... Eu não estou pedindo perdão meu filho, porque isso eu já fiz a muitos anos. Também não espero uma resposta mesmo que naquela época não tenha me dado. Só peço que me deixe participar da vida do meu neto.

Aquele pedido me veio como um soco no peito, e novamente não consegui falar se aceitava ou não.

-Haverá muito tempo pra pensar nisso, Sr Thierry!

- É! - disse esboçando um sorriso complacente para ele. - Mamãe também precisa estar disposta para curtir o novo neto.

- Ela vai. Conhece bem sua mãe. Ela se faz de durona, mas é uma avó dedicada. Ama Eva e vai amar este também.

- Que Deus lhe ouça! - Savannah riu e deu um gole no seu coquetel - Está divino!

Depois de um tempo mamãe se juntou a nos para o jantar e reclamou da pizza, mas acabou comento com a gente, depois de algumas horas voltamos para o apartamento. No dia seguinte faríamos a nossa mudança para a grande casa próximo aos meus pais, lá pelo menos tinha um conforto maior para Jeniffer.

HAZELOnde histórias criam vida. Descubra agora