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   Grilo flutuou pelo cano com a ajuda de seu fiel guarda-chuva

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   Grilo flutuou pelo cano com a ajuda de seu fiel guarda-chuva. Conforme pairava, murmurou grosserias a respeito de Espoleta. Quase se reencontrara com Pinóquio. Agora, vai saber quando se veriam outra vez e em que tipo de encrenca o menino de madeira se meteria.

  Chegando ao fim do cano, Grilo arfou de susto ao sair. Estava em uma câmara subterrânea gigantesca. Tudo estava escuro, exceto por uma dúzia de tochas que reluziam e produziam sombras sinistras nas paredes sem acabamento. O ar era denso e quente, e o chão estava coberto de lama gotejante. Grilo engoliu em seco.

  De repente, Grilo ouviu uma comoção barulhenta e, então, dúzias de burrinhos caíram de uma calha. Seus olhos se arregalaram ao ver criaturas estranhas se levantarem da imundície do chão. Bípedes, arrastaram-se até os burros urrando, que, para surpresa do inseto, pareciam usar roupas infantis. A boca dele despencou ao ver as criaturas da lama perseguirem os burros até que entrassem em caixotes.

  Então, viu a etiqueta dos caixotes: VENDIDOS PARA AS MINAS DE SAL.

  Conforme mais burros caíam, mais das criaturas horripilantes e gosmentas os enfiavam nos engradados prontos para recebê-los. Então, quando estavam cheios, outro grupo de criaturas do lodo os colocava em barcaças flutuantes naquele canal de lama. Grilo tentava entender tudo aquilo quando soou um estalo. O cocheiro estava de volta, segurando o chicote.

  — Despachem logo esses burros! — latiu para as criaturas enlameadas, estalando o chicote outra vez. — Não temos a noite toda.

  Conforme falava, mais dois burros rolaram calha abaixo e pousaram bem na frente dele. Um usava roupinha de marinheiro; outro, um vestido rosa de festa.

  — E qual é seu nome? — perguntou o cocheiro ao burro marinheiro.

  Para horror de Grilo, o burro respondeu. Com voz humana!

  — Alexander — disse.

  — E o seu nome? — O cocheiro voltou-se para o de vestido.

  — Sally — respondeu o burro, assustado.

  — Estes dois ainda estão falando! — gritou o cocheiro, irritado. — Não estão prontos. Mande de volta!

  Diante dessas ordens, diversas criaturas enlameadas apareceram e guiaram os dois burros para uma baia. Grilo os seguiu, com uma sensação ruim que não parava de crescer conforme compreendia tudo.

  Os outros burros da baia também falavam.

  Imploravam por liberdade.

ℙ𝕀ℕÓℚ𝕌𝕀𝕆 (𝐿𝑖𝑣𝑟𝑜 𝑂𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑙𝑚𝑒)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora