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Não demorou para descobrirem

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Não demorou para descobrirem. O que acordou Gepeto não foi o barulhão da queda de Pinóquio, nem o ruído de suas tentativas de ficar de pé, nem a longa conversa com a Fada Azul: foi o clique suave da janela se fechando atrás da fada.

  — O que foi isso? — disse ele, pulando da cama com a agilidade de um rapaz. Rapidamente, acendeu uma vela.

  Conforme seus olhos se acostumavam com a luz, ele espiava em volta em busca de algo fora do lugar. Mas tudo parecia nos conformes. Os relógios na parede. Os brinquedos no lugar de sempre.

  Todos eles, menos Pinóquio.

  Pinóquio estava de pé. Sem as cordinhas.

  Abria bem os braços, como se à espera de um abraço.

  — Sou eu! — gritou.

  Gepeto fez o que qualquer pessoa de pijama faria se um boneco de madeira começasse a falar: berrou. Fígaro também deu um ganido, assustando-o ainda mais. O artesão trombou com a parede, disparando todos os cucos. O barulho foi ensurdecedor. Felizmente, pararam logo.

  — E-eu quem? — perguntou Gepeto. Suas mãos estavam tremendo, de forma que a luz da vela pululava pela sala.

  — Sou eu — repetiu Pinóquio, dessa vez falando debaixo da mesa, onde havia se escondido. — Pinóquio! Olá, papai!

  Gepeto deu outro berro.

  — Você fala! Está falando! — disse, e então gritou de novo, para garantir.

  Pinóquio não entendia por que isso era tão surpreendente. Ele assentiu.

  — Sim. E sei andar também! — acrescentou, movendo-se sem jeito.

  O olhar de Gepeto o seguiu, e a boca dele se abriu, enquanto tentava entender.

  — A Fada Azul — explicou Pinóquio depois que Gepeto perguntou como aquilo era possível. — Ela disse que você desejou.

  As sobrancelhas grossas de Gepeto se aproximaram. Um desejo? Sim, ele fizera um desejo para a Estrela dos Desejos, mas não era possível que aquilo se tornara realidade… Era? — Eu desejei por…

  — Eu sei… Um menino de verdade! — disse Pinóquio, completando o pensamento de Gepeto. — Mas adivinha? Sou quase um menino de verdade! Posso fazer isso acontecer. Eu só tenho que… — A voz dele desapareceu. Não conseguia se lembrar do que precisava fazer.

  Mas Gepeto não pareceu se importar. O cenho franzido se relaxou e foi substituído por um sorriso enorme quando todas as dúvidas e medos desvaneceram. No lugar deles, surgiram empolgação e alegria. Pegou Pinóquio, jogou-o no ar e depois o pegou de volta, abraçando-o. Movendo-se rapidamente, Gepeto ligou várias caixinhas de música. O som preencheu o ar, criando uma orquestra de caixinhas.

ℙ𝕀ℕÓℚ𝕌𝕀𝕆 (𝐿𝑖𝑣𝑟𝑜 𝑂𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑙𝑚𝑒)Where stories live. Discover now