4 - Meu doce lírio.

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Observando o Carlos dormindo em meu quarto. Eu estou bem reflexiva sobre dois assuntos, um é o que eu iria fazer com esse par de luvas, acho que o mais conveniente a se fazer é mandar pelas correspondências.

Isso! Decidido. Amanhã a caminho do trabalho eu mando as luvas para a casa da mulher de cabelos negros.

O outro assunto que se apossa de meus pensamentos agora, é a proposta que recebi de um dos meninos que se encontrava no nosso encontro de amigos.

Na volta com Carlos para meu apartamento ele caminhava atrás de nós, sua moradia se localiza próximo ao meu apartamento, então boa parte do caminho ele nos seguia.

Até que ele aumenta a velocidade de seus passos e quando se encontra ao meu lado ele fala.

- Apareça no Times para jantar um dia desses. Eu trabalho a noite. Tenho um amigo editor de fotos que adora dar lições. Vou te apresentar a ele.

- Sério? Eu iria adorar - Meu semblante de confusão pela proposta inusitada misturando com um de felicidade é nítido em meu rosto. Muito fofo e gentil da parte dele fazer isso por mim.

- É? Então tá bom. Te espero.

- Pode deixar que eu irei. - Falei animada. - Boa noite, até logo. - Cheguei ao meu apartamento, então encerrei a conversa.

Confesso que fiquei bem animada com esse convite. Mas amanhã eu me organizo melhor para isso.

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SIMONE:

- Deve ser o papai. Vamos logo.

Eu estava com meu doce lírio (minha filha). Meu lírio tem apenas seis anos, e já é o amor da minha vida.

Ela é fruto do meu fracassado casamento. Eu sou casada com Eduardo a anos, nunca foi um casamento muito bom, mas sempre deu para "levar". O problema é que agora já está extremamente cansativo, além de ele ser bem possessivo, ele sente ciúmes de uma amiga de longa data que eu tenho. Tudo bem que essa amiga já foi uma grande paixão no passado, mas o que custa entender que já passou? Que agora ela é como uma irmã para mim. Sinceramente a Janja essa minha amiga, é uma das coisas que entra na lista de melhores coisas que aconteceram na minha vida, ela me conhece tão bem que nem eu mesma consigo descrever, mas um coisa é fato. Ela me conhece muito bem, tão bem que eu julgo me conhecer mais do que eu mesma.

Agora eu estou com minha filha penteando seu cabelo escuro e liso, é idêntico ao meu. Ela vai passear com o pai. Eu me sinto bem mal por isso, eu e Eduardo estamos em uma situação tão crítica, que nem um programa em família a gente consegue fazer juntos.

Mas é melhor assim, já tentei fazer alguns esforços e tentar programas em família, mas sinceramente não dá certo. Eu e Eduardo sempre brigamos por algo. Então prefiro minha filha um pouco abatida pela a minha ausência ou a do pai em algum passeio, do que ficar presenciando essas discussões tão cansativas.

- Mamãe, pode vir andar de patins conosco? - Alice me pergunta assim que termino de pentear seu cabelo.

- Bem que eu queria, meu lírio. - Dou um beijo carinhoso em sua testa. Dói na profundeza da minha alma ter que desconsiderar um pedido tão doce de minha criança.

- Por que não? Por favorzinho. - Perguntou com aqueles olhinhos brilhantes.

- Oi, querida. - Salva pela aparição de Eduardo. Meu lírio corre para abraçar seu pai.

- Papai, quero que a mamãe vá junto. - Não estava salva da conversa.

- Quer né? Mas não vai dar dessa vez Alice. Deixe para a próxima. Mas ela pode desenhar com a gente lá em baixo - Disse ele pegando Alice no colo e olhando para mim.

- Então vamos desenhar. - Respondo. Eu realmente quero ver minha filha mais alegre, então vou fazer isso.

Antes de sairmos do quarto da minha filha ele fala.

- As correspondências. - E as deixa sobre a cama. Depois eu vejo todas.





Mein Schatz - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora