7 - Acho que vou dar uma sumida

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O almoço havia ocorrido muito bem, ambas estavam satisfeitas de como tudo ocorreu, foi realmente muito bom para ambas terem apreciado a gostosa comida na companhia uma da outra. Estavam precisando disso, de uma simples conversa trival com alguém agradável em um ambiente apenas com elas.

Simone por um lado saiu aparentemente bem feliz do almoço, sabendo que o convite inusitado e inesperado que fez para Soraya de comparecer a sua casa ao domingo foi prontamente aceito pela mesma. Ela sentia que as coisas estavam avançando muito rápido com a moça, podendo se nomear uma amizade, nunca havia feito amigos em tão curto tempo, mas agora em questão de dias a linda mulher de olhos castanhos estaria em sua casa, e ela estava radiante por isso.

Agora, por outro lado, se encontra a doce  Soraya. Poderia se descrever sentido os mesmos sentimentos de Simone, felicidade, surpresa, mas um a mais se fazia presente, a confusão, Soraya estava confusa, o motivo ainda era "inexistente" pra si, logicamente existe um, mas ela ainda não consegue nomear, afinal, não sabe nem do que exatamente se trata. É como aqueles dias que pessoas querem chorar, mas nem ao menos sabem o porque querem derramar tais lágrimas, as vezes só querem realmente chorar, era assim que Soraya se sentia, estava confusa, não sabendo o porque, mas estava, e isso a deixava angustiada, apenas só sabia o que a causava àquela da confusão, e era um ser que  possui belos olhos e cabelos escuros, lábios perfeitamente desenhados e sempre combertos por um batom vermelho, e um cheiro inesquecível.

Então, Soraya sabia o que a deixava confusa, era Simone. Mas a questão é porquê? Qual o motivo da confusão? Ela se sente confusa em relação a que? A Simone? Não, algo relacionado a ela? Mas o que? Isso realmente poderia enlouquecer Soraya. 

                               
                                 •°•°•°•°•°•°•°•°

- Perceba a cara da mãe do Eduardo quando ela ver minha roupa. Quem sabe eu devesse trocar. - Após o almoço ter se encerrado, elas se dirigiram para fora do restaurante. Simone ainda tinha aquela confraternização que combinou de ir com Eduardo, por isso acabou cancelado o compromisso com Janja, mas por insistência de sua amiga combinaram entre si que Janja ainda a levaria à festa, então avisou que iria almoçar em um restaurante, mas depois Janja poderia buscá-la no restaurante para finalmente irem ao compromisso que Simone não estava nem no mínimo alegre por comparecer, então Janja já a esperava ao lado de fora do estabelecimento quando as duas sairam. Simone se despediu de Soraya, que por sua vez ficou observando Simone entrar no automóvel de Janja, por educação acenou para Janja que estava dentro do carro a observando de longe, mesmo não sabendo de quem se tratava. Simone e Janja então partiram, e agora conversavam paradas ao imenso trânsito que se encontrava nas ruas de New York.

- Não seja besta. - Respondeu Janja.

- Talvez eu devesse simplesmente não ir.

- Aí vão colocar a culpa em mim. Enfrente de cabeça erguida. Mas eai, você não vai falar dela?

- Dela? - Perguntou olhando confusa para sua amiga que apenas lançou um olhar rápido por estar dirigindo.

- Ah, Soraya? Ela apenas devolveu minhas luvas, o almoço foi em agradecimento.

- E... - Incentivou Janja, ela queria saber mais detalhes, conhecia sua ex namorada, e agora melhor amiga irmã, algo estava diferente, Simone estava com um brilho lindo nos olhos.

- E, se você não nos tirar desse engarrafamento, não vai sobrar festa nenhuma para eu me preocupar.

[...]

Janja estava estacionado o carro em frente a residência que iria ocorrer a confraternização.

- Cadê meu pó? Caramba! - Simone estava procurando um de seus itens de maquiagem em sua bolsa, mas havia esquecido em sua residência. Ela estava tão nervosa que qualquer simples acontecimento a fazia parecer que iria explodir.

- Você está ótima, Simone. - Janja a olhou na tentativa de passar confiança, sabia como Simone ficava nesses encontros inusitados entre a família.

- Entre comigo, só um pouquinho. - Simone pediu com os olhinhos de um felino dócil querendo carinho, a presença da amiga seria importante para ela naquele momento.

- Nem comece.Você que cancelou comigo. Sua tonta. - Janja já cortou o nó pela raiz, e Simone a entendia, ela não seria muito bem vinda pelas pessoas presentes no local, afinal, nem Simone era.

- Eu sei. Estou indo, desculpe. - Simone falou descendo do veículo.

- Me ligue mais tarde.

°•°•°•°•°•°•°

Os casais estão dançando uma valsa, com uma bela música clássica de fundo. Simone está junto a Eduardo, dançando a passos lentos, todos os convidados estavam em uma bela harmonia, exceto Simone. Ela está bem desconfortável com o olhar de julgamento e repulsa da mãe de Eduardo sobre si, percebendo isso, Eduardo tenta amenizar a situação e fala:

- Você sempre é a mais bonita do lugar.

- Diga isso para sua mãe. - Rebate Simone, olhando para a mãe de Eduardo e lançando um meio sorriso forçado.

- Simone, pelo menos tente.

- Eu estou mais do que tentando, Eduardo. Aliás, preciso de um ar. - Simone então deixa Eduardo sozinho, e caminha para um lugar mais vazio.

Logo após Simone respirar fundo, tomar um fôlego e massagear as têmporas, uma amiga em comum dela e do Eduardo se aproxima afobada.

- Fique de olho, meu marido fica louco se me ver fumando. - Simone analisa a moça acender seu cigarro.

- O que ele vai fazer? Cortar sua mesada? - Simone fala com um ar engraçado e uma pitada de deboche. A mulher dá seu primeiro trago e suspira aliviadamente por sentir seu corpo absorver a nicotina presente no cigarro.

- Ele não gosta que eu fume.

- E daí? Você gosta, não gosta? - A mulher nada responde. Simone continua a observa-la e solta um sútil suspiro.

- Simone... Não é da minha conta mas... - O ar agora ficou sério, a amiga de Simone ficou um pouco mais séria, parecia triste. - Se você for passar o Natal sozinha... - Essa dúvida se dava a circunstância que todos sabiam que Simone e Eduardo não estavam muito bem, mas tentavam empurrar para baixo do tapete, além do que, Eduardo nos últimos dois anos deixou Simone sozinha no Natal, e todos sabiam disso. A mulher com dó de Simone e na tentativa de ser uma pessoa solícita, continuou a falar. - Eu e meu marido adoraríamos recebê-la em nossa casa.

- Obrigada, Janette. - Simone realmente ficou agradecida por a mulher ter pensado nela, mas nunca que iria passar o Natal com Janette, não era nada pessoal, mas Janette não era muito diferente dos demais que estavam naquela festa, ou seja, fingiam gostar de Simone. - Bem... - Continuou Simone. - Não sei muito bem ainda, mas acho que vou dar uma sumida sozinha. Pelo menos por uns dias.

Mein Schatz - Simoraya Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu