1 - A traição por João

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É engraçado como ficamos alheios aos sentimentos dos outros

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É engraçado como ficamos alheios aos sentimentos dos outros. Milhares de pessoas passaram por mim naquela sexta-feira nublada. Sem querer, esbarrei em alguns, mas ninguém parou para perguntar se eu estava bem. A vida pode ser uma filha da puta, né?

Dentre os bilhões de seres humanos, lá estava eu. O gay derrotado e assumido do terceiro ano "C". Como eu tive coragem de me entregar para alguém como o Mauro? Eu acreditei nos papinhos dele. O choque foi tão forte, que sentei na sarjeta e fiquei me lamentando. As lágrimas desciam com facilidade e o desespero era o meu único companheiro, quer dizer, era até ele aparecer.

Diferente de mim, o Hector encarou o problema de frente e não se abalou com a traição. Ao me ver jogado na sarjeta, ele se aproximou e me ofereceu a mão. Sem ter outra opção, eu aceitei e o segui.

Você não deve estar entendendo nada, né? Mauro, Hector. Calma. Mas para compreender a minha situação deplorável é preciso voltar algumas horas deste dia maldito.

Eu me chamo João Victor, JV para os meus amigos e familiares. Tenho 17 anos e estou concluindo o ensino médio em uma prestigiada escola para garotos. Eu não sou rico, longe disso, mas consegui boas notas para estudar no meio da elite carioca.

Nem pense que sou inteligente, pois me considero no mínimo esforçado ou busco me esforçar para dar um retorno aos meus pais, afinal, eles sacrificaram muitas coisas por causa de mim e do José Ricardo, o meu irmão gêmeo.

Apesar de parecidos, eu e o JR não temos nada haver. Nossas personalidades são semelhantes a óleo e água. Mesmo com os embates que travamos, que são geralmente causados por causa de videogame ou pura implicância, buscamos nos dar bem para a harmonia da casa.

Diferente de mim, o JR continua na antiga escola onde estão todos os nossos melhores amigos. Ele é mais voltado para artes plásticas e cênicas. Eu sou o cara dos números e dados, sei lidar com qualquer tipo de equipamento eletrônico, porém, sem nenhum tipo de molejo social.

Às vezes, acho que é praga do JR, já que eu sou o filhinho da mamãe. Eu sempre tive a atenção dos meus pais, porque fui o bebê doente e capenga, enquanto o meu irmão cresceu sem ter que ir ao hospital uma única vez.

Tinha que ser vocêWhere stories live. Discover now