❷❺, Room of Requirement

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Room of Requirement

Room of Requirement

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— Onde estamos indo, Sirius?

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— Onde estamos indo, Sirius?

Black revirou os olhos mais uma vez naquela tarde. Era sexta-feira e os raios de sol banhavam o castelo de Hogwarts, fazendo com que parecesse certa a decisão de perder outra aula de Herbologia naquela mesma semana.

De qualquer forma, mesmo sabendo que suas notas nunca estiveram tão baixas quanto agora e que o N.O.M'S seria apenas daqui alguns meses, Sirius parecia não se importar com o rumo de sua vida acadêmica — ou ao menos fingia que não.

Oceana, por outro lado, passava noites em claro e com o rosto enfiado em livros. Caso não estivesse em alguma aula, com certeza a encontrariam na biblioteca com Remus Lupin e uma pilha de folhas sobre a mesa.

Pensou estar mais ocupada que em semana de simulação da ONU, onde sempre fizera questão de marcar presença ao lado de Gwen Stacy. Era uma nerd, mas não se envergonhava disso.

— Você deveria voltar a aparecer nas aulas, sabia? - disse a garota com repreensão na voz. — Pelas barbas de Merlim, fazem duas semanas que você tem se enfiado na Torre de Astronomia.

— Andou sentindo minha falta, foi? - Black virou-se para a amiga e sorriu cafajeste, erguendo uma das sobrancelhas.

— Nem mesmo nos seus melhores sonhos, idiota. - sorriu irônica. — Mas os meninos, sim, tem sentido sua falta.

O vira-lata, como O'Neal gostava de o chamar, engoliu em seco. A verdade era que ele sabia muito bem qual o motivo que o fizera se afastar tanto dos seus amigos, especialmente dela, mas ainda não estava pronto para reverberar isso pelos corredores.

— Eu estou entediado. - mentiu em um grunhido. — Prefiro ter aulas de feitiços ou voo. Odeio ter que lidar com livros ou qualquer outra coisa que não envolva contato direto com a magia.

Oceana o fitou, analisando por completo a imagem do melhor amigo. Sirius Black era lindo, jamais poderia negar. As orbes grandes e escuras se destacavam em meio a sua leve palidez, bem como os fios longos de mesma cor. Tudo parecia exatamente igual, incluindo o uniforme amarrotado, mas um detalhe ali era novo — Sirius, agora, estava com uma barba.

Lembrava-se dele com apenas alguns fios espalhados pelo rosto, nada que pudesse indicar que uma barba cheia e perfeitamente aparada fosse surgir por ali.

Gostou do visual novo, mas não diria isso a ele.

— Podemos ir praticar alguns feitiços. - deu de ombros. — Talvez duelar um pouco.

— Aceito praticar os feitiços, mas tenho medo de lutar com você. - declarou o maior. Ao receber um olhar de indignação, se explicou — Ocean, vi o que você fez com Alana no mês passado, e por isso não sou nem louco de arriscar.

— Medo de ter uma cicatriz nesse rosto bonitinho? - brincou.

— Sim. - falou simplista. — E obrigada por admitir que tenho um rosto bonito.

Agora, O'Neal quem revirara os olhos tão azuis quanto o oceano. Permaneceu em silêncio, apenas desistindo de lutar contra o Black e o deixando a guiar para onde quer que fosse.

Os dedos estavam perfeitamente entrelaçados e existia um certo conforto nisso. Ambos sentiam, e não precisavam de palavras para falar sobre.

Uma lufada de ar frio colidiu contra o corpo dos dois, o que foi suficiente para fazer com que Oceana usasse sua mão livre para afundar-se ainda mais naquela capa.

Arrependeu-se no mesmo segundo de não ter dado ouvidos Liana quando ela disse para usar um casaco hoje.

— Você sabe sobre a Sala Precisa, não sabe?

— Ouvi sobre pelos corredores. - disse sem dar muito importância. — Mas ela nunca apareceu para mim, ao menos por enquanto.

— Bom, ela aparece quando mais precisamos e com o que mais precisamos. - passou a explicar. — Consegui a encontrar pela primeira vez a alguns dias quando estava procurando por alguns ingredientes.

— Quais ingredientes?

— Bom, digamos que todos que possam formar uma bomba de fedor. - sorriu inocente. — Tenho planos com Peter para o jogo de Quadribol entre Slytherin e Hufflepuff na semana que vem.

— Meu Deus, Sirius. - falou com desgosto. — Me lembre de ficar longe daquela arena.

— Como quiser, querida. - disse, deixando um beijo casto na têmpora da O'Neal. — Agora, voltando a falar sobre a Sala Precisa... tenho uma surpresa para você.

Oceana o olhou com curiosidade. Os olhos brilhavam tais quais os de uma criança ao passarem por uma loja de brinquedos. Um sorriso pequeno surgiu no canto da boca, e ela não fez questão de tentar esconder.

— Preciso que feche os olhos.

— Por que?

— Apenas feche os olhos, Ocean. - riu. — Confie em mim, tudo bem?

E ela confiava, e por isso fez o que o mais velho pedia. Black a virou de costas para si com cuidado, posicionando ambas mãos ao redor da cintura da bruxa, que prendeu a respiração por alguns segundos.

A voz de nenhum deles pairava pelo ar, tudo o que podiam ouvir era o barulho fraco de seus sapatos contra o chão. Caminhavam devagar, dando passos apenas para frente.

— Pensei no que preciso. - começou a dizer. A voz baixa ao ouvido da amiga. — E hoje preciso me desculpar com você por como venho me comportando...

Dito isso, Black deu para a garota autorização para abrir os olhos. Suas orbes passearam por todo o local, que era uma sala iluminada pela luz da lua que emanava de um teto de vidro.

Existia uma lareira ao canto, criando um contraste mais do que perfeito com a decoração que os cercava. Tudo em tons leves de marrom, trazendo uma atmosfera tão aconchegante quanto a de uma casa escondida na floresta.

Aquilo era lindo. Extremamente lindo.

— Você sempre me disse que gosta de coisas desse tipo. - deu de ombros, enfiando ambas as mãos dentro dos bolsos da calça. — Então pensei em criar uma sala assim para você.

O'Neal sorriu. Sorriu tanto que pensou que seu rosto iria rasgar bem ali.

Ela jogou ambos os braços ao redor do pescoço de Sirius, unindo-os em um abraço apertado. O Black, por sua vez, permitiu-se afundar o rosto entre os fios castanhos da amiga, inalando o cheiro doce de baunilha que vinha dali.

— Agora você tem um cantinho apenas seu em Hogwarts. Basta pensar nessa sala que ela vai aparecer para você, a qualquer hora.

— Obrigada por isso, Amolfadinhas. - disse quase chorosa. — Eu senti a sua falta.

AKAI ITO • REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora