Capítulo 1

1K 190 25
                                    

Como vou liberar a história sem delongas, peço que votem já no começo dos capítulos para não esquecerem :)



Elena

Olhando para o céu, para as nuvens e estrelas, sou tomada por uma sensação de angústia diante da vastidão que me encara.

É como se eu enxergasse além dos meus olhos, olhando direto para o universo e ele me olhasse de volta, me puxando para o abismo que me encara prestes a me devorar, um sentimento estranho, insignificância misturado com receio, uma solidão silenciosa aos ouvidos, mas barulhenta no coração, gritando no meu interior, dizendo que existem bilhões de pessoas nesse planeta e entre tantas não existe uma sequer que se importe comigo!

Não que eu seja carente, não acho que sou, é apenas a realidade e mesmo que às vezes nós a ignoremos, ela sempre nos lembra que está bem aqui, lado a lado conosco.

Tudo que encaro todos os dias não significa nada para nenhuma dessas pessoas, me pego imaginando o que mulheres da minha idade fazem nesse exato momento enquanto eu caio num abismo profundo e é tão profundo que nunca tem fim, por mais que eu aceite e não lute para sair, deixando meu corpo cair em queda livre sem gritar ou espernear, ele nunca acaba... Fico dia após dia esperando meu corpo se chocar com o chão, acabando assim com essa vida totalmente desnecessária, entretanto sempre acordo antes!

__ Elena?- duas batidas na porta e ela se abre.

__ Te acordei? Desculpa, mas ele quer que você desça para o café da manhã!- diz a empregada e imediatamente me sento na cama preocupada.

__ Mas ontem... Eu pensei que...

__ O Sr. Rossi saiu hoje de manhã, ele não volta tão cedo!- ela diz com pesar e me sinto até tonta com a notícia.

Me levanto rapidamente, mesmo não querendo ir, não me atrevo a recusar, muito menos a me atrasar, da última vez que tentei fingir que não me sentia bem e recusei, ele me deixou três dias sem comer absolutamente nada, quase morri pois até a água eu só podia beber um copo por dia.

Então coloco uma roupa qualquer, faço minha higiene e desço rápido para a sala de jantar.

Apesar de não querer estar aqui, não consigo evitar um contentamento diante da mesa farta de coisas que fazem meus olhos até brilharem pois é extremamente raro eu ter a oportunidade de comer tão bem assim!

Entretanto, toda a empolgação diante de tanta fartura é lançada para longe pelo meu receio, pois os olhos negros do homem que me dá medo não me dão trégua.

__ Aproveite, tão cedo você não terá a mesma oportunidade!- ele diz e me sento bem longe dele, na última cadeira, mas ele me encara com sangue nos olhos e rapidamente me levanto pois entendi o recado e me sento ao seu lado.

Começo a comer e mesmo querendo comer tudo de uma vez feito uma esfomeada, que literalmente sou, me comporto e tomo meu café da forma mais elegante que consigo.

__ Hoje meu pai saiu e nós teremos a casa só para nós dois! Se você se comportar e for uma boa menina, amanhã poderá estar nessa mesa novamente- ele diz de forma estranha passando as costas dos dedos no meu braço de forma lenta, subindo para meu ombro e desce para o meu seio e o apalpa e imediatamente eu afasto suas mãos e me encarando com raiva ele me dá um tapa forte, fazendo meu rosto queimar e um gosto amargo de impotência surgir em mim.

Ele se levanta com fúria e num momento de raiva quebra tudo que está na mesa passando seus braços que levam tudo ao chão, e inevitavelmente eu lamento tanto desperdício!

Quando ele sai da minha vista, rapidamente me levanto e vou para o meu quarto ainda com fome, arrependida de não ter comido mais, até pensei em pegar algo do chão, mas tinha cacos misturado com líquidos parecendo mais uma lavagem de porcos, porém ainda sinto fome.

Eu passo a maior parte do tempo no quarto, só posso sair quando me chamam o que só acontece quando meu tio sai de casa e seu filho Antônio me chama, mas como no episódio que acabou de acontecer, ele tem segundas intenções comigo e isso me dá calafrios, pois sinto que ele está prestes a ir além e sinceramente não entendo o que o impede! Sei que é seu pai, mas não entendo o motivo, já que é nítido que eles não se importam comigo!

A comida para mim é racionada, no café da manhã elas me trazem um pedaço pequeno de pão e uma xícara de chá, no almoço é sempre uma sopa e no jantar a mesma sopa, porém mais rala. Me sinto fraca e sempre estou com fome.

As empregadas não ousam me dar comida extra, pois uma um dia fez e depois foi demitida, então quando posso descer e vejo aquela mesa farta, me pergunto o por quê me odeiam tanto!

(...)

Acordo de um pesadelo e sinto mãos em volta do meu corpo e me assusto, me levantando rápido, mas antes de conseguir ele me aperta ainda mais forte.

__ Antônio, o que você está fazendo?- pergunto apavorada, tentando segurar suas mãos.

Ele me prende com tanta força que não consigo me soltar e nem me debater e sobe em cima de mim.

__ Você tem sempre que dormir com esses trapos velhos.- diz no meu pescoço o que me causa um medo profundo.

__ Me solta Antônio!- digo agoniada, já com lágrimas nos olhos. Ele tenta beijar minha boca, porém impeço então ele desce para meus seios.

__ Você recusou um belo café da manhã, só para me impedir de senti-los então agora está aqui sem a opção de escolha, você é bem idiota.- diz com a boca no meu seio enquanto eu choro e tento me debater e como castigo ele me morde forte.

__ Aííi!!!- grito para extravasar a dor e ele se descuida me dando a chance de soltar minha mão o que me faz conseguir me libertar e quando me levanto, ele também se levanta e vendo que ele está com um volume extra na sua roupa íntima que aliás é a única peça que ele usa, dou um tapa forte em seu rosto, me arrependendo instantaneamente assim que vejo a fúria em seus olhos.

Ele leva o indicador para o lábio cortado e em fração se segundos sinto meu corpo se chocar com o chão tamanha a força que ele usou para me dar um tapa com as costas da mão.

__ Você é uma idiota! Eu sou sua melhor escolha, se você se entregasse a mim eu faria de você minha esposa e sua vida mudaria, você deixaria de ser apenas um objeto de vingança na mão da minha família!

__ Do que você está falando? Somos primos!- digo entre as lágrimas ainda no chão.

__ Eu não vou te pegar a força, eu poderia e até gostaria, mas não sou como o imundo do seu pai! Se você quiser mudar seu destino e sair dessa vida medíocre, te dou até amanhã para pensar e se entregar a mim por vontade própria!- diz furioso e sai do quarto me deixando com ainda mais medo e totalmente confusa e me sentindo ainda mais humilhada.


Não esquece o voto e aquele feedback que só vocês saem dar ❤️

Qualquer erro, por favor me avisem, isso me ajuda muito 😃

Dinastia Messina ( Livro 3 Trilogia Os Messina)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu