Capítulo 33 - Cartão de visita

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            - Alô... Ane! Meu deus... Que cansativa foi essa reunião. A pior até agora...  Estou em um bar para comemorar o acordo. Não se preocupe, não farei nada a não ser beber... E muito... Não faço ideia. Não precisa me esperar acordada... Até mais amor...  

            Ele desliga e brindava com os colegas. Algo relacionado a uma reunião fudida e a assinatura de alguém importante. Depois de vários litros de álcool, Jack me reconhece e vem falar comigo.

            - Nicolas! Como vai? – nos cumprimentamos.

            - Muito bem. E pelo visto você também...

            - Estou muito feliz... Esse acordo vai só melhorar minha empresa... – ele explica mais ou menos o que era.

            - Parabéns então...

            - Obrigado.

            - E a Ane, certo? Como ela está?

            - Está bem... Mesmo com esse acordo entre a gente, ela parece ser muito bacana...

            - Acordo? Greve de sexo?

            - Não... Nunca fizemos... Tentamos varias vezes, mas nunca conseguimos terminar...

            - Você não está falando coisa com coisa Jack... Hora de parar por hoje... – digo o levantando da cadeira. Ela me empurra e cai sentado na cadeira.

            - Você não quer saber da história? Meu pai é um filho da puta, sabe disso né?

            - Sim... Conheci ele... – sorrio.

            - Então... – ele fala sobre a herança e seus problemas para recebê-la. Do seu casamento e desse louco contrato de casamento com duração de um ano. Isso parecia um negocio muito sério para sair comentando com alguém, caso a mídia descobrisse vocês estariam lascados. Prometi a mim mesmo que não falaria isso a ninguém. Nem ao Jack, que pelo visto não se lembra de quase nada daquela noite."

            - Entende agora como eu sei disso? – estava chocada. Com a boca aberta com seu relato.

            - Por que não contou pra ninguém isso? Você ia ganhar muito dinheiro com isso...

            - Que tipo de homem você acha que eu sou? Posso ser muitas coisas, mas oportunista não. Uma coisa que meus pais me ensinaram era que você deveria ganhar dinheiro de maneira honesta, e não pelo sofrimento alheio.

            Suspiro. – Sim... O tempo está acabando. E o problema é que não quero que acabe. – desvio o olhar para o meu colo. – Já demonstrei isso pra ele de diversas formas. E depois da Emily então... – reflito um pouco. – Eu mal o conheço e  já contei coisas que nunca contei pra ninguém... Você me deu alguma coisa e eu não percebi?

            Ele ri. – Tenho esse efeito nas mulheres... – ele faz uma dancinha com as sobrancelhas.

            - Eca... Para com isso...    

            - Gostei de você... Você faz me lembrar minha irmã. Faz algum tempo que não nos vemos e mesmo ela sendo mais velha, sempre tentei protegê-la.

            Isso me faz arregalar os olhos surpresa. – Você  tem uma irmã? Caramba... Nunca pensaria.

            - Lúcia... Ela está casada com um cara legal também... Ah! E meus pais se conheceram quase igual a vocês... Uma história típica de contos de fadas...

            - Sério? – me arrumo no sofá para escutar melhor. – Conte-me...

            - Bom... Um resumão. Minha mãe precisava de alguém para ir no casamento do melhor amigo dela. Nosso tio que acabou se perdendo no mundo, mas tudo bem. Ele sempre brincou com ela sobre ela nunca se casar. E ela queria mostrar pra ele que conseguiu arranjar alguém. O que na prática não foi real.

            - Caramba...

            - Sim... Eles se conheceram em um quase atropelamento, minha mãe ia passando sem olhar dos lados e pimba. Se conheceram no hospital...

            - Ele era médico?

            - Não... Ele era o motorista.

            - Oh...

            - Meu avô é médico. Tá... Eles fizeram um acordo também, quase igual a vocês, mas sem contratos... – sorrio. – Eles vão ao casamento, acontece muita coisa... Mas no final eles se casam.

            - Que legal... – sorrio.

            - Mas a questão aqui é... E você? Você pode confiar em mim. Pode contar comigo no que precisar. Amigos? – ele me estende a mão.

            Dou um tapa e o abraço. – Amigos... – sorrio. – Você vai ser tipo meu amigo gay né? Isso vai ser legal... – rio.

            - Amigo gay?? – ele se horroriza. – Não tenho nada contra eles, mas sou muito hetero... Não dá pra [erceber minha masculinidade transbordando pelos meus poros?

            Tento ficar séria e pensativa, mas fracasso. – Sinceramente? – brinco.

            - Calada... – rio descontroladamente.

            - Ok... Obrigada por melhorar meu humor...

            - A seu dispor. Tenho um plano pro Jack e você. Ele gosta muito de você e ele não quer admitir. Aqui está meu número. Passe uma mensagem pra mim assim que precisar de mim... – ele sai elegante da recepção e fico ali, olhando seu cartão.

            

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