Capítulo 33 - Cartão de visita

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            Depois da minha declaração, logo após nossa noite de amor, meus dias aqui nesta casa nunca mais foram os mesmos. E minha relação com Jack... Está muito complicada. Tenho medo de Emily sentir isso. Essa tensão entre nós. Esse medo de olhar um nos olhos do outro.

            Suspiro. Estava esperando mais uma das grandes reuniões do Jack acabar. Batuco minha caneta nos lábios. Observo a paisagem da janela que fica na frente da minha mesa. Suspiro novamente. Pego minha bolsa que estava no chão ao lado dos meus pés e procuro por algum chiclete que a Emily colocou em minha bolsa.

            Vejo um reflexo dentro da minha bolsa. Fico pensativa tentando lembrar o que era. Busco este na minha bolsa e encontro meu celular. Meu deus... Quanto tempo que eu não mexo nele... Será que tem alguma bateria? Rezo pra que haja bateria.

            Aperto o botão de ligar  e vejo o símbolo da marca aparecer. Espero alguns segundos e aparece uma foto nossa, nós três sorrindo para a câmera. Isso me faz lembrar a foto que tenho ao lado da minha cama. Da foto que vejo todos os dias. Meus olhos enchem de lágrimas. Não faço nada para pará-las. Fico ali chorando silenciosamente observando a imagem.

[...]

            Não sei quanto tempo fiquei ali. Não percebo que tinha gente na recepção. Quando olho pra cima, encontro um par de olhos verdes me encarando com a testa franzida.  Ele me parecia familiar. Limpo os olhos apressadamente.

            - Oi... Posso ajudá-lo? – pergunto rapidamente.

            - Acho que não sou eu quem precisa de ajuda aqui... – sorri solidariamente. Tento sorrir, mas falho.

            - Eu estou bem. Me desculpe, mas te conheço? – pergunto pensativa.

            - Bom, já nos falamos... sou Nicolas Wolfman... – toda a cor do meu rosto foge e fico o encarando. Vergonha toma posse de todo minha face. Um flashback volta a minha mente: - Olá! Sejam todos bem vindos!Sou Nicolas Miteril Wolfman, dono dessa maravilhosa festa e iate... Quero que se sintam em casa aqui comigo...

            - CARAMBA! – me levanto rapidamente e o cumprimento. – Perdão, eu não tenho uma boa memória...

            Ele ri. – Não se preocupe... Mas... Por que estava chorando?

            Abaixo a cabeça. – Problemas...

            - Casamento? – ele ergue uma sobrancelha.

            - Todos têm, não é mesmo? – sorrio, mas a graça não chega aos lábios.

            - A maioria... – ele dá de ombros. – E o que está acontecendo?

            - Nada... – falo arrumando algumas folhas, evitando ao máximo seu olhar inquisidor.

            Ele hesita, mas acaba soltando uma frase. - O tempo está acabando, não é mesmo?

            Paro o que estava fazendo. Sinto meu corpo congelar. Volto a encará-lo lentamente. Estava tremendo de medo.

            - Como... – minha voz sai como um sussurro.

            Ele percebe que estou assustada. – Não se preocupe. Não contei isso pra ninguém.

            - Como sabe disso então? – disparo.

            - Bom... – ele me puxa para o sofá que ficava no canto da recepção e começa.

            "Jack estava no bar com alguns amigos. Pareciam muito felizes. Eu estava lá tomando alguns drinques e pegando algumas mulheres...Fiquei sentado perto deles e parecia que ele estava falando com você...

Contrato de CasamentoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora