Capítulo Sete

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Khione

Deixo os céus com um único pensamento em mente, ir até a Terra. Por duas razões, em primeiro lugar o manuscrito que pode conter muito sobre seres como eu. E por Psyche, sei que está perambulando por lá.

Em Niran o sol já se pôs, todos estão dormindo e então decido que talvez deva sair nesse exato momento. Me dirijo até meu quarto em busca de roupas mais adequadas para andar entre humanos outra vez. Vestimentas élficas são um tanto quanto peculiares aos olhos normais.

- Para onde pensa que vai? - Ouço a voz de Meliorne e o encontro recostado na porta.

- Em uma breve visita a Terra.

- Está com saudades? - Ironiza rindo. - Ouvi Áster conversando com Estella sobre o possível manuscrito mais cedo, acha que Arwen realmente estava dizendo a verdade?

- Não vejo motivos para ele mentir em relação a isso.

- Então vamos logo a Terra. - Sorri.

- Vamos? - Digo arqueando as sobrancelhas pelo plural em sua fala.

- Claro, achou mesmo que eu iria permitir que fosse sozinha a Terra?

- Por um segundo cheguei a imaginar que sim. - Saio pela porta esbarrando nele de propósito. - Já que insiste em vir, pode nos teletransportar até lá.

- Isso tem nome sabia querida sobrinha? Exploração.

- Não, apenas estou pedindo um favor ao meu híbrido preferido. - Dou outra risada e ele nos leva em um piscar de olhos até a minha antiga casa.

- Além de estar em Nova York, Arwen deu mais alguma pista de onde poderia ter escondido o tal manuscrito?

- De acordo com o que Áster leu deve estar em algum lugar do meu antigo apartamento.

- Bom, não posso nos teleportar até esse local já que nunca estive nele, essa parte é toda sua.

- Seria fácil, se eu não estivesse fora dele a quase dois anos e meio, provavelmente novos moradores já o devem ter alugado, e aparecer de madrugada na casa de alguém não é uma das melhores coisas que podemos fazer.

- Khione, se formos pegos conseguiremos fugir antes que a pessoa disque o número da polícia. Você não é uma simples humana, lembra? - Ele ri como se estivesse falando o óbvio, que de fato é o óbvio.

- Certo, é um bom ponto. - Fecho meus olhos e mentalizo a imagem de meu antigo lar, cada detalhe possível que consigo me lembrar para nos levar com precisão. Em segundos estamos cercados pelo breu do apartamento vazio.

- Não me parece muito habitado.

- Realmente, o que é bem estranho. - Procuro o interruptor para conseguir enxergar melhor mas a casa está sem luz. Formo uma esfera de energia em minhas mãos que ilumina rapidamente o ambiente.

- Parece que ninguém vem aqui desde que você foi embora. - Olho ao redor e o apartamento está coberto de teias de aranha e camadas densas de poeira, tudo está exatamente como quando sai.

- Isso é curioso, imaginei que teriam retirado minhas coisas e alugado para outro inquilino. De qualquer forma viemos aqui para buscar algo, então acho melhor começarmos a procurar.

- Arwen podia ser menos misterioso quando se trata de esconder informações, diários e manuscritos não acha? Sempre é uma dificuldade enorme para acharmos o que ele nos dá pistas para encontrar.

- Conhecendo ele como conhecia deve ter escondido sob o piso ou atrás de algum tijolo na parede. - Reviramos o apartamento inteiro, o que demora cerca de duas horas até que Meliorne exclama com felicidade seu achado.

Seis mundos: Vinganças e retaliações (Parte 2)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang