9. Entendimentos para soluções

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Eu já estava no 5977° carneirinho contado, passar tanto tempo assim preso sem respirar ar puro acaba deixando as pessoas malucas. Acho que eu errei a conta umas duas vezes, mas pelo menos consegui chegar a um número alto sem Sukuna atazanar.

Suspirei entediado e me mexi na cadeira para tentar aliviar a dor dessas correntes, essa do meu pescoço é a que mais dói. Alyssa está demorando, será que ela esqueceu de mim? Droga, por que eu ainda tenho que pensar nela?

De repente, escutei duas pessoas brigando lá fora. Pareciam alteradas e as vozes ficavam cada vez mais próximas até que reconheci uma delas.

Saia da minha frente agora! — Era Alyssa e mais alguém que não conheço.

Você não pode fazer isso, não tem autorização! — Um cara gritou.

Se eu não tivesse não estaria aqui, some da minha frente ô caramba! — A porta estava sendo destrancada e logo abriu dando vista a ela com uma bandeja em mãos e um cara com o dobro do seu tamanho logo atrás — Já falei pra sair daqui! — Gritou parecendo não lembrar que eu estava presente.

— Você não pode liberar o prisioneiro, são ordens do-

— Do Noeri, blá blá blá! — Ela colocou a bandeja em cima da cadeira e depois voltou para a porta para enxergar melhor.

Alyssa levantou um molho de chave procurando alguma específica, mas o cara atrás dela, aparentemente xamã também, tentou pegar o molho porém ela foi mais rápida e fechou logo a mão impedindo que ele conseguisse. Irritado ele puxou o pulso dela esticando para tentar abrir sua mão, senti meu sangue ferver só em ver isso.

— Garota birrenta, você não tem autoridade nenhuma para libertá-lo, nem sequer deveria estar aqui! — Disse entredentes se esforçando ao máximo para arrancar as chaves dela, entretanto, Alyssa não dava o braço a torcer.

— Seu desgraçado, minha irmã é o braço direito de Noeri, quando eu contar para ela o que você está fazendo vai descer a surra em você! Isso se eu não o fizer antes!! — Ela meteu a mão na cara dele puxando sua boca como se quisesse rasgar.

— Deixa de mentir, garota! Agora some daqui! — Ele respondeu puxando o outro braço dela, então Alyssa começou a chutá-lo e morder a mão dele — AI GAROTA DOS INFERNOS!

— Me solta ou eu conto para a minha irmã!

— Porra garota, quem é sua irmã?! — Debochou.

— Keyth, a mulher que desceu o sarrafo em Satoru Gojou! E fique sabendo que contarei a Noeri também, afinal, foram ordens dele para que eu viesse aqui!!

Imediatamente o cara arregalou os olhos estremecendo dos pés à cabeça. Alyssa aproveitou o momento de espanto e deu uma cabeçada no queixo dele para que ele a soltasse de vez.

— Sua pivetinha desgraçada! — Reclamou curvado com a mão no queixo.

— Sai daqui seu capeta!

Ele foi chutado para fora e Alyssa logo trancou a porta suspirando aliviada até que seu olhar parou em mim.

— Ele te machucou?! — Perguntei um pouco aflito.

— Não, só exagerou no aperto mas não é nada demais. — Respondeu massageando o local que ele segurou.

Alyssa rapidamente veio até mim tensa, ela engoliu em seco enquanto voltava a procurar a chave, parecia perdida em pensamentos e seu olhar era bem desesperador.

— Achei. — Murmurou.

Então ela começou a olhar atrás de mim e tudo o que escutei foi algo destrancando e inesperadamente uma das correntes que me prendiam o corpo parecia ter se soltado e foi aí que percebi o que ela estava fazendo.

Um amor (im)possível (Satoru Gojou)Where stories live. Discover now