Capítulo 6

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Voltei para casa pegando uma mala de mão, colocando algumas roupas e objetos que fosse precisar. Com a mala pronta, voltei para a livraria. Eu iria trabalhar por hoje e depois voltaria para a capital. Ainda poderia conseguir meu antigo emprego de volta, em outro cargo se possível. Pelo menos lá, eu teria uma casa quentinha e confortável, sem tia Emma para me tratar de forma rude todo dia.

— Bom dia – Dylan entrou na livraria preocupado. – Como está a casa? Chamaram o encanador?

— Bom dia... Vai levar uma semana para consertar.

— Nossa! Uma semana? – ele murmurou e afirmei. – E... conseguiu dormir bem ontem?

— Com certeza. A livraria é bem mais quente que minha casa.

— Bom, se gostou, você e sua tia podem continuar dormindo lá em cima, eu posso ficar na casa de meu pai.

— O quê? – Alice entrou na livraria nos assustando.

— O que faz aqui? Estava ouvindo nossa conversa? – questiona Dylan.

— Lógico que não, cheguei bem na hora que você disse que ia ficar lá em casa. Não se atreva a ir Dylan!

— Alice! – ele repreende.

— Papai me coloca para dormir na sala, só porque sou mais nova e isso não é justo! Acha isso justo, Lisa? – ela me perguntou e levantei meus ombros segurando o riso. — Aquele sofá é muito ruim, Dylan.

— Se eu coubesse no sofá, sabe que eu dormiria nele, Alice.

— Até parece, papai não ia deixar você dormir no sofá, sabe disso.

— Alice... – Dylan cantarola seu nome.

— Está avisado! Se eu tiver que dormir naquele sofá, por mais um dia, eu faço greve de fome! E segure sua carteira, você esqueceu em casa. Até! – falou de forma definitiva, enquanto Dylan a observava sair da livraria.

— Ela as vezes é impossível – ele resmunga e sorrio complacente.

— Não se preocupe – digo levantando-me para ajeitar alguns livros que tinham chegado hoje, na prateleira. – Minha tia já arranjou um lugar para ficar na cidade e eu, voltarei para a capital – falei triste.

— O quê? – ele questionou surpreso e me virei para olhá-lo.

— Tenho uma casa lá e minha tia também não me quer por aqui. De qualquer forma eu vou voltar quando o inverno acabar, só estou adiantando minha ida. Acho que é o melhor a se fazer.

— Não acho – discorda aproximando-se.

— Hum? – Alargo meus olhos surpresa.

— Quero dizer, você acabou de chegar. – Sua fala sai rápida e inquieta. – Não pode ir embora assim tão rápido.

— É claro que posso, nada me prende aqui, Dylan. E parece que tudo está me fazendo ir embora.

— Isso não é verdade! – fala alto. Ele respira fundo soltando o ar pela boca e volta a me olhar. – Você pode ficar aqui na livraria. O andar de cima têm dois quartos. Não terá problema algum.

— Mas...

— Se achar desconfortável, posso dormir aqui embaixo, aqui é tão aquecido quanto lá em cima.

— Por que está fazendo isso?

— Isso o quê?

— Tentando me fazer ficar aqui de qualquer jeito. – Ele abaixou os olhos focando nos livros.

— Só não quero que você desista tão fácil. – Dylan me mostrou um sorriso triste e ansioso, como se implorasse para que eu não fosse embora. Refleti por alguns segundos.

Até Que O Inverno AcabeWhere stories live. Discover now