I still love you

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— Stiles — Derek chamou, sua voz quebrando o silêncio na varanda.

Stiles olhou para cima, lançando-lhe um sorriso que parecia muito forçado para ser real  — Hey, lobo azedo —

Derek riu, balançando a cabeça. O mesmo velho Stiles. Ele sentiu falta de seus apelidos.

Stiles estava sentado no segundo degrau, ele está segurando frouxamente seu celular enquanto encara a grama aparada do quintal.

Derek não sabia como poderia chamar Stiles depois de tudo o que aconteceu entre eles no passado.

Amigos, companheiros, talvez conhecidos?

Ele estava com muito medo de dizer em voz alta o que sentia. Eles. Ele e Stiles. Os dois passaram os últimos anos dançando um em volta do outro. Derek gostaria de dizer que não sabia quem havia começado, mas isso seria mentira.

Ele foi o primeiro a aparecer no quarto de Stiles. Escalando pela janela enquanto o garoto se assustava tanto na cadeira da escrivaninha que quase caiu no chão. Cabelo despenteado, pele pálida e olhos cor de âmbar eram tudo que Derek queria ver em alguns dias quando sentia os dias difíceis demais para lidar.

A princípio, era só isso.

Uma visita, um olhar, um retiro. Então foi mais. Um sentimento, um movimento, um gesto tão simples que o fez sentir tão amado. Logo, Derek estava perdido na maneira como Stiles era gentil com as palavras, sussurrando coisas suaves durante um momento difícil onde ele ficaria ao lado de Derek até o lobo se curar de outra batalha onde se manchava mais do que aguentaria.

Derek manteve seus sentimentos escondido enquanto tentava se enganar de que não era nada.

Então Derek não tinha certeza de como poderia ser chamado o homem em sua frente depois de tantos anos. Antigamente parecia tão fácil e simples, ele iria para Stiles ou Stiles viria para ele. O menino teria um pesadelo e Derek passaria a noite inteira sentado em seu quarto, fazendo companhia enquanto o xerife não estava. E quando Derek pensava em se afundar com os flashes do rosto coberto de lágrimas de Boyd e Érica, ou sonhava com o incêndio que tirou sua família, Stiles envolvia seus ombros e traçava a tatuagem em suas costas até que Derek voltasse a um sono trêmulo.

Às vezes, porém, quando Stiles estava ao seu lado, Derek sentia que poderia ficar satisfeito com isso. Se ele tivesse Stiles por perto, mesmo que só amigos, Derek poderia passar a vida. Ele podia olhar para Stiles, rindo com o resto do bando, e apenas o querer silenciosamente.

Mas independente de tudo o que Derek sentia, o Hale nunca foi bom em guardar seus sentimentos. Tinha dias que o que mais o machucava era não saber se Stiles sentia o mesmo. Derek também não achava que tinha o direito de perguntar.

Porque às vezes, ele se odiava por querer tanto alguém assim.

Todos ao redor de Derek se machucaram. Todo mundo que ele ousou tocar, ousou amar, ousou chamar de seu, acabou enfrentando a punição por isso. Derek costumava pensar que estava amaldiçoado.

Antes de Stiles ir embora, Derek olhava para ele, cercado pelo resto do bando, e era dominado pela vontade de agarra-lo tão loucamente e implorar pra ele nunca deixá-lo. Derek nunca teve realmente coragem de qualquer maneira. Mas às vezes ele desejava ter sido corajoso pelo menos uma vez.

Quando Stiles deixou Beacon Hills, as coisas mudaram. Faltava um brilho, uma espécie de vazio deixado na esteira de sua saída. Levou 3 anos para Derek tomar coragem e pedir o maldito jipe para Noah, para começar a trabalhar nele, para tentar preencher os silêncios com o som do motor fraco do velho pedaço de metal.

— Cara, pare de pensar, sua cabeça vai explodir — Stiles disse de repente, seus lábios um pouco contraídos. — Eu conseguia ver seus pensamentos rodando daqui — ele brinca, enquanto Derek encara suas costas com aquelas sobrancelhas expressivas.

I'm back home Where stories live. Discover now