C A P Í T U L O 22

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|• A senhora de toda magia •|

Faziam dois dias que estavam ali, Laylla tomando coragem para fazer qualquer que fosse a coisa que precisava fazer. Ela não fazia ideia do que fazer.

A manhã surgiu rápido, todos dormiam, todos menos Laylla que estava de pé olhando para além das enormes montanhas ao longe. Ela pensava em todo que tinha acontecido nos últimos dias. Tudo permanecia confuso.

Um homem de sua própria família tentou tocá-la conta sua vontade, ela o matou sem nem perceber, correu para buscar por ajuda em sua casa e foi rejeitada pela mulher que prometeu ao seu pai protegê-la, foi descoberta e condenada, forçada a fugir do único lugar que conhecia e entendia.

Encontrou pessoas misteriosas, descobriu ter uma tia que contou sobre sua mãe e todas a expectativas que tinham para ela, foram caçados e forçados a fugir outra vez, encontraram uma mulher estranha que sentiu pena e uma estranha vontade de proteger, foram para um lugar que ela não fazia ideia que existia, Liam quase matou sua amiga e agora estavam todos ali dormindo, como se nada tivesse acontecido, fosse algo normal.

Era muita coisa acontecendo em pouco tempo para absorver.

Sem contar na estranha vontade de ficar perto do homem chamado Thylor que somente crescia durante os dias. Estava confusa e frágil.

Laylla suspirou pensando como as coisas chegaram a tal ponto e por quê. Foi quando sentiu uma presença ao seu lado e olhou para ter certeza de quem era. Seus sentidos cada vez ficando mais aguçados.

ㅡ O dia está lindo. ㅡ comentou Thylor se sentando na grama verde e bonita.

Laylla olhou para o céu e deixando seus pensamentos de lado, sorriu.

ㅡ Sim, está mesmo. ㅡ respondeu se sentando na grama também, só um pouco afastada, ela não queria invadir o espaço do homem.

Durante alguns minutos nada foi dito, não era preciso, Thylor se sentia confortável na presença de Laylla e ela não se importava que ele a fizesse companhia.

ㅡ O que vai acontecer comigo? ㅡ Laylla deixou a pergunta escapar por entre seus lábios. Ela não sabia o que exatamente era, uma amiga, uma companheira ou uma prisioneira. Ninguém falou nada a respeito de sua posição ali.

Thylor pensou em ignorar, não por não ligar para as perguntas da mulher, mais sim por não saber como explicar para ela, Laylla era meia-humana e foi criada como tal, precisava de palavras para conseguir compreender as coisas e ele, bem, ele era péssimo falando com as pessoas.

Lógico que conversava com os irmãos quando era extremamente necessário, mais Lobos não tem necessidade para conversas, eles conseguem muito bem entender a linguagem corporal e os sinais que os outros dão, por isso é muito fácil para ele lidar com os de sua espécie.

Porém Laylla não convivia com eles a muito tempo para saber entendê-los sem precisar de palavras. Como Sarah por exemplo.

ㅡ Nada vai acontecer com você. ㅡ começou limpando a garganta. ㅡ Iremos até minha terra natal e se você não- ㅡ a voz de Thylor falhou ao pensar na hipótese dela não querer ficar em suas terras. ㅡ Se não quiser ficar, ninguém irá obrigá-la, é livre para ir quando bem entender. ㅡ por mais que aquelas palavras o machucassem era a verdade.

Eles eram predestinados, mais não um casal, não eram companheiros e muito menos Laylla era sua mulher. Ela não tinha obrigações para com ele. Era cruel, mas a realidade.

ㅡ Posso ir a hora que quiser? ㅡ perguntou o olhando espantada.

Thylor respirou fundo fechando os olhos, sentindo algo em si dizendo que ela não era dele. Ele suspirou e olhou para ela. Os olhos suplicantes esperando sua resposta.

ㅡ Sim. ㅡ ele viu quando Laylla virou a cabeça de volta para a frente e a abaixou, logo depois dando um pequeno sorriso.

Ela poderia escolher, no fim, sua madrasta estava errada, ela tinha uma escolha.

Em meio a sua pequena descoberta, ela ouviu uma voz calma lhe chamar e abruptamente virou a cabeça para o lado contrario de onde Thylor estava, estranhamente um pássaro passou em frente ao seus olhos, como se a dissesse para segui-lo.

Laylla se levantou e devagar passou a seguir o caminho que o pássaro fazia. Thylor também se levantou e intrigado começou a ir junto de Laylla.

Chegando em frente a grandes pilares de pedras ela parou e viu o pássaro em cima de um galho de uma árvore feia e seca, bem diferente de todas as outras daquele lugar que mais parecia um paraíso.

Atrás da árvore havia um buraco que estava coberto por duas colunas que caíram devido o tempo e impediam a passagem de alguém maior que Laylla. Foi quando ela mais uma vez ouviu seu nome ser chamado.

ㅡ Ouviu isso? ㅡ ela perguntou para Thylor que se mantinha atrás dela. Ele parecia confuso, então ela acreditou que somente ela era capaz de escutar.

Laylla deu um passo em direção ao buraco e sentiu o homem a seguindo.

ㅡ Eu preciso ir sozinha. ㅡ  se virando disse ela olhando para os olhos de Thylor.

Ele entendeu, haviam coisas que lobos precisavam fazer sozinhos, caso contrário não dava certo. Aquela era uma das coisas que Laylla precisava fazer sozinha.

Thylor se sentou no chão com as pernas e braços cruzadas e então olhou para cima. Para sua predestinada.

ㅡ Ficarei aqui. ㅡ disse ele e Laylla sorriu por perceber que ele ficaria ali. Algo dentro dela ficou aliviada em saber que ele não iria embora.

Laylla voltou para o buraco e a passos temerosos entrou, tudo estava escuro, porém ela enxergava tudo muito bem.

Após alguns minutos andando por um túnel reto ela chegou em uma grande área com colunas segurando o teto de pedras.

Laylla viu no centro uma mesa de rochas e andou até lá. Sem quer ela pisou em uma pedra no chão e tudo se acendeu em chamas. As chamas circulavam a mesa a uma distância de 1 metro dando a visão de vários desenhos nas paredes e símbolos na mesa, além de joias precisas que certamente tinha sido cuidadosamente colocadas ali a muito tempo atrás.

Tudo ficou claro o suficiente para Laylla conseguir ler o que estava escrito na mesa. Ela tinha lido alguma coisa parecida quando mais nova e ouviu Morgana dizer aquelas palavras a dois dias atrás.

El ei mitri surry trand. ㅡ saiu com força e poder por sua garganta.

Porém nada aconteceu. E ela não entendeu, então se apoiou na mesa para pensar um pouco. Ela tocou a mesa com as duas mãos abertas fazendo as palmas tocarem em cima de pequenas joias laranjas.

Seus cabelos começaram a flutuar e ela sentiu sua força querer sair de seu corpo, uma luz azul e roxa a rodeou e Laylla fechou os olhos sentido memórias de sua mãe caída na neve sem vida vindo em sua mente e quando menos esperou, algo deixou seu corpo, uma sombra negra.

Laylla abriu os olhos e quando olhou para frente viu, uma mulher extremamente linda, olhos violentas, pele pálida, colar, brincos e joias a cobrindo, vestido azul escuro com mangas que iam ao chão, boca vermelha e cabelos brancos. A sombra a rodeava.

Ela estava sentada em cima da mesa com as pernas cruzadas e a cabeça apoiada em uma das mãos, completamente poderosa e destemida.

Pensei que nunca íamos nos conhecer.

Ela não abriu a boca para suas palavras a atingirem, ela era ouvida na mente de Laylla.

Deixe-me me apresentar, sou a mulher que sua maldita mãe condenou. Sou Falė Mįldrån, a senhora de toda magia.

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