Capítulo 5

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Um presentinho ❤️
Capítulo curtinho só para não deixar vocês tão ansiosas 😉😘😘

Apreciem sem moderação 😏

✒️✍️
Cecília se assustou ao ouvir uma sonora gargalhada de Tiago ecoar pela casa. Sem conter a curiosidade, diminuiu o fogo, onde fazia um cozido para a janta, e se encaminhou ao quarto do filho. Tiago encontrava-se sentado na cama, onde havia várias peças de roupas jogadas, enquanto encarava o celular, alheio à presença da mãe.

— O que há de tão interessante neste celular, para você estar rindo desse jeito?

— Eu tenho um encontro hoje, mãe, mas acho que ela não está muito empolgada com isso — riu, se lembrando de algumas coisas ditas por Marissa, que a caixa postal pegou —, porque me ligou vinte e cinco vezes — revelou, fazendo os olhos da mãe se arregalarem. — E eu tenho certeza de que não era para perguntar aonde iríamos e saber que roupa deveria usar.

— Então foi por isso que você "esqueceu" seu celular em casa hoje?

— É, cada um joga com as armas que tem, dona Cecília — brincou e deu uma piscadela para a mãe. — Calma, mãe, não é que eu a esteja obrigando a sair comigo, nem nada do tipo — explicou despois de ver a cara de incredulidade da mãe —, ela quer, mas... Como posso explicar?

— Sua reputação te precede, não é?

— Isso! É mais ou menos isso.

— Eu te avisei que sair namorando com um monte de mulher...

— Ficando, mãe, não namorei ninguém, só fiquei — Tiago corrigiu a mãe, que o lançou um olhar enviesado.

— Na minha época, não existia essa coisa de ficar, mas eu te avisei que ser mulherengo ia cobrar seu preço, não avisei? Agora você está aí, interessado em uma garota que não quer nada com você porque o garanhão, como é mesmo que vocês dizem? Ah! Já pegou quase a cidade inteira.

— A senhora tem razão, não vou fazer mais isso. Acho que chegou a hora de sossegar, mas eu pretendo mudar essa situação. — Fugia do sermão da mãe. — Que roupa minha estilista favorita me aconselha a usar? — Apontou para a cama.

— Depende de para aonde você vai.

— Ainda não sei ao certo, quer dizer, ela parece ser sofisticada, mas ao mesmo tempo parece gostar da simplicidade — tentou explicar. — Estou em dúvida entre dois lugares, um mais elegante e outro mais despojado, estilo praiano.

— Entendi. Acho que uma calça jeans, camisa branca e essa jaqueta de couro servirão bem. — Cecília pescou as roupas sobre a cama e as entregou a Tiago. — E, por favor, filho, já que você não quer cortar, pelo menos prenda essa juba!

— Tá bom, dona Cecília, mas só porque é você que está escolhendo o look de hoje. Levo flores?

— Rosas amarelas, nem invasivo nem desinteressado — aconselhou.

— Foi o que pensei. — Sorriu ao apontar o buquê sobre a cômoda atrás da porta. — Sou experiente no assunto.

— Vou nem falar nada não — Cecília desdenhou de brincadeira. — Juízo, hein, menino!

— É de beber ou de comer isso? — provocou.

— Tiaaaaago!

— Relaxa, mãe — prendeu Cecília em um abraço de urso e beijou o topo de sua cabeça —, estou brincando.

Depois de um banho bem tomado, e de estar vestido com a roupa escolhida por sua personal stylist particular, sem esquecer de prender os cabelos num coque frouxo básico, conforme foi exigido, Tiago partiu, munido de seu buquê de rosas como escudo, para a noite que ele queria que mudasse sua vida. Só esperava que Marissa contribuísse para isso.

(***)

Marissa nunca foi mulher de fugir dos obstáculos que a vida lhe impunha, entretanto, foi exatamente isso que se pegou tentando fazer o dia todo: fugir do jantar com Tiago. Ligou para o número que ele disse ser dele no mínimo dez vezes, até onde ela contou, mas a cada ligação, a resposta era a mesma: o número chamado encontra-se fora da área de cobertura ou desligado.

— Droga! — Marissa resmungou e jogou o aparelho celular sobre a cama. — O que diabos esse menino fez com esse celular? — continuou falando consigo mesma, enquanto caminhava de um lado a outro no pequeno espaço.

Estar nervosa porque ia a um jantar era inadmissível para Marissa, que já o havia feito diversas vezes, mas o problema não estava no jantar em si, e sim com quem ela ia. Tiago era mais novo que seu filho mais velho, e o fato de se sentir atraída por ele de maneira tão intensa a deixava envergonhada consigo mesmo.

E ainda tinha o fato de que a vizinhança, que se resumia em praticamente toda cidade, iria colocar sua vida em foco. Não existiria uma só pessoa que não tiraria conclusões precipitadas acerca desse jantar, e apesar de ser uma mulher que pouco se importava com a opinião alheia, estava receosa com o que viria a partir dali.

Em contrapartida, também existia a questão de que estar perto dele lhe causou um misto de sensações que ela nunca havia experimentado. Não era nenhuma adolescente deslumbrada com a primeira paixonite, porém, o beijo que haviam trocado conseguiu mexer com todas as terminações nervosas de seu corpo, coisa que nenhum outro homem, nem o pai de sua filha, com quem havia vivido quinze anos, tinha conseguido fazer.

Tiago, com um único beijo roubado, fez com que ela se sentisse tão desejada, como nunca tinha se sentido antes, e isso era assustador, até mesmo para ela, que já tinha passado por poucas e boas na vida.

Faltava pouco mais de meia hora para às oito da noite e a única coisa que lhe restava era se arrumar e esperar pela chegada do rapaz. Não tinha mais nada que pudesse fazer, a não ser ir ao jantar e procurar, de alguma forma, fazê-lo entender que não adiantava insistir, que nada aconteceria entre ambos.

— Vamos lá, Marissa! — disse para si mesma enquanto admirava seu reflexo no espelho. — Quando um não quer, dois não brigam — murmurou para o reflexo da mulher que a encarava de volta no espelho.

O único problema era que os dois queriam, só restava saber quem seria o mais forte em defender seu território, ou melhor, conquistar o território alheio.

(***)
Ei, não esquece minha estrelinha 🥰

Sobre A-Mar Você - Degustação Where stories live. Discover now