XXXIII

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Gregório adormeceu com Luna deitada sobre ele, seu corpo precisava de algumas horas de sono e descanso após a noite mal dormida que havia tido.

Luna despertou de seu sono e se levantou com cuidado para não acordar o marido, ela o acariciou a face e o beijou a testa.

Sentiu um breve aperto no peito por o deixar assim, mas era o necessário a ser feito.

Os planos haviam mudado não iria mais a fábrica então precisava de outro ponto de partida para deixar a casa Berdinazzi.

Raul logo foi avisado e um novo plano traçado.

Caminhou para um banho rápido.
Queria melhorar o corpo exausto do sexo libidinoso que acabará de praticar com Gregório, o sexo de despedida. ..

Ela se vestiu com roupas de montaria e desceu para cavalgar pela propriedade Berdinazzi, não queria levantar nenhuma suspeita.

- Luna ? - vai cavalgar sozinha ? - Verônica diz surpresa ao vê-la descendo as escadas

- Gregório está muito cansada e continua dormindo, preferi não o incomodar agora, quero só dar uma espairecida, não demoro a voltar.

- volte logo, não vamos demorar a servir o almoço, e tenha cuidado você é uma mulher recém casada

- não entendi - ela diz confusa

- recém casados passam muito tempo no quarto, e isto pode gerar frutos - Verônica sorri e continua subindo as escadas

Luna continua confusa, ela já tinha dito a sogra que estava se prevenindo e ela continua batendo na tecla gravidez

Ela continua seu percurso e pede ao rapaz que cuidava dos animais para preparar um cavalo para ela, e o monta com destreza

- escolheu um bom animal senhora, só peço que tenha cuidado com possíveis buracos e não se afaste muito da casa.

- Não se preocupe, tomarei cuidado com tudo.

Luna se afasta e sente o vento tocar o seu rosto, ela cavalga pelo campo enquanto seus pensamentos a levam para longe dali

Ela imagina sua vida onde ninguém a conheça, e não existam ameaças nem a ela nem ao pequeno Fred, ela precisava se firmar em um objetivo concreto para conseguir sair da área dominada pelos Berdinazzi.

Voltaria depois para buscar Fred sabia que naquele momento ele não corria nenhum risco estando sob a proteção do tio, o alvo do momento era ela.

Ela precisava apenas chegar até o lago e tudo estaria feito.

O sol queimava sua pele, e talvez ela precisasse parar em alguma sombra mas não iria colocar tudo a perder, iria continuar a galope até sua liberdade.

Ela avistou o lago e sorriu satisfeita, prendeu a rédea do cabelo em uma árvore de modo que ele ficasse na sombra projetada pela mesma.

Retirou as botas e atravessou a água gelada a nado, caminhou alguns instantes sob a sombra de uma trilha que ela própria criou quebrando alguns galhos foram minutos longos e cansativos que a renderam um corte no pé esquerdo.

Um carro a aguardava no acostamento, ela estava exausta e machucada mas havia conseguido sair das garras de Gregório.

- Entre - Raul abriu a porta do carro e acelerou pela estrada -

Luna respirou aliviada e encostou a cabeça no banco de couro

- você precisa de água, beba - ele a entregou a garrafa transparente

O suor escorria de sua pele avermelhada pelo sol, suas roupas estavam sujas e molhadas e os batimentos extremamente acelerados.

- Raul eu não sei como te agradecer por isto, acho que estou fazendo a maior loucura de minha vida - ela fecha os olhos e pensa em Fred

- Eu sou amigo de infância do seu pai Luna, padrinho de sua irmã, me sinto na obrigação de a ajudar. Mas veja bem, foi a primeira e a última loucura que fiz para te salvar. Nunca mais entre em algo assim - ele diz afobado enquanto olha o retrovisor

- estamos sendo seguidos ?

- creio que ainda não, mas todo cuidado é pouco.

- Gregório é capaz de rastrear tudo e todos, você trouxe os documentos falsos ? - ela disse enquanto tirava algumas folhas agarradas ao cabelo

- Trouxe tudo que precisa, mas os documentos novos você só vai precisar na Irlanda.

- Como vamos sair da Itália sem sermos descobertos ?

- Existe um jatinho nos aguardando no campo em frente a fazenda que dormiremos esta noite.

- Acha seguro dormimos aqui ? Tenho medo que ele me encontre e não sei qual seria sua reação.

- Não se preocupe, tive muito cuidado ao escolher o local.

Luna sentiu uma ânsia de vômito a atingindo, não demorou a passar e ela respirou aliviada.

- está tudo bem ? - Raul a olha com atenção

- esta estrada tem muitas curvas e eu estou esgotada pelo sol, acho que me deu enjoou.

- Deve ser a velocidade, mas não podemos ir mais devagar, temos que chegar o quanto antes ao destino..

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Horas depois.....

- Ela não está em nenhum lugar - Gregório diz a mãe - Só pode ter fugido

- Mas porque ela fugiria daqui ?

- Por medo de se descoberta - Gregório aperta os dedos furioso - ela é cúmplice do tio em tudo que aconteceu, está aqui como uma espiã esperando o momento certo de dar o bote

- De onde vem esta informação? - Verônica se vira para ele um pouco assustada

- Eu mandei que a investigassem e descobri que no dia do enterro da tia ela e o maldito Rogger usaram uma criança para disfarçar o contato, mas conversaram por longos minutos em uma sala do necrotério.

- Desde quando você sabe disto ?

- desde esta madrugada, o relatório chegou aos meus ouvidos

- e não iria me comunicar sobre tudo isto ?

- Não, eu queria ver até onde eles chegariam, qual era o plano desta família de abutres - Gregorio caminha até a mesa e pega o celular sobre ela - Ela é frágil e indefesa não me oferecia riscos e a manter sob meu olhar me deixava em segurança

- A mulher que planejou a morte de meu filho poderá ser a mãe de meu neto, - Verônica se senta e fecha os olhos

- Neto ? - Gregório diz confuso

- Os remédios eram falsos, eu fiz um acordo com o médico.

- Remédios ?

- o anticoncepcional que ela tomava eu mandei que formassem com farinha, acreditei que ela era uma menina aboa e inocente que poderia restaurar nossa família, limpar o seu nome na vila gerando um herdeiro. - alguma lágrimas caem dos olhos de Verônica

- Mãe, a senhora não foi capaz de ir tão longe por está obsessão - Gregório arremessa um vidro contra a parede completamente fora de si - E agora se ela realmente estiver grávida ? Eu nunca quis um filho e a senhora sabe disto melhor que ninguém

- A encontre e faça o que tem que ser feito, maldita!

- Como eu posso a matar sem saber se ela carrega um filho meu no ventre?

- Você nunca quis este filho Gregório, e agora eu também não o quero

- Mas a senhora o quis, o planejou!

Gregório bateu a porta atrás de si e desceu as escadas










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