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Os homens de Gregorio avistam o carro em chamas, em milésimos de segundos há a explosão que jogou tudo pelos ares

Ele não demora a chegar, observa o incêndio e sofre com a ideia de que  os restos mortais da esposa e consequentemente do filho estavam ali queimados junto a lataria de seu carro.
Ele sente uma pontada no peito, algumas lágrimas nascem em seus olhos, mas morrem antes de atingir sua face. Não poderia demonstrar fraqueza, não ali na frente de todos os seus comandados.

E se ela  estivesse morta? O coração dele erra aas batidas e assume um compasso desgovernado.
E seu tão esperado  herdeiro ? Será que tudo havia se  acabado?

Um funeral  repletos de mafiosos foi realizado na mente dos  Berdinazzi, não havia corpo para ser velado, não havia certeza da morte. Mas existia uma dúvida que dançava n cabeça de Gregório e Verônica

Gregorio estava em seu quarto, a dor em seu peito parecia ser mais intensa a cada instante poucas vezes em sua vida havia sentindo algo parecido.

- Porque você fez isto Luna ? - ele observava a foto de seu casamento sobre o criado. Porque insistiu em fugir de mim ? - ele fechou os olhos e se martirizando com as lembranças de sua esposa.

E se no momento que ela o questionou seus sentimentos ele tivesse  respondido que a amava ? Ela teria fugido ?
Talvez não, ele sentia dor, culpa e saudades.
Ele suspirou e pode sentir o cheiro adocicado da pele dela entrando por suas narinas.

- Gregorio - Verônica bateu a porta - está na hora de agir ela não pode estar tão longe

Gregório estava de costas admirando o belo jardim que Luna havia construído, ela havia plantado flores grandes e coloridas em uma posição perfeita para a vista da janela de seu quarto.

- Talvez ela esteja morta - ele respondeu frio sem olhar para a mãe

- Ou talvez tenha apenas fugido de nós mais uma vez, como estaria morta e não existiria um corpo ?

- A senhora sabe porque ela fugiu ?

- Porque não merece carregar o nosso sobrenome

- Não! - ele grita completamente fora de si - Porque a senhora a torturou mentalmente até que ela acreditasse que a única forma de estar em paz seria ficando longe daqui. - ele engole o choro que vem até sua garganta -  Ela teve medo de perder o bebê, medo de que o tirássemos dela após o nascimento. Ela teve medo, tantas vezes desde que pisou nesta casa. Foi o único sentimento que consegui despertar nela, medo.

- Você está contra mim ? Para defender uma desertora ?.

- Quando perdeu Demétrio o que sentiu ? - Gregório se aproxima dela devagar

Verônica se mantém em silêncio por alguns segundos

-  É desta dor que ela estava fugindo - Gregório caminha lentamente até a porta e abre - Não vou a procurar, se ela estiver viva deixarei que tenha paz na gravidez. E se ela estiver e meu filho estiverem mortos que sejamos perdoados por isto

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Uma vila charmosa com requintes medievais,  assim era a pequena e pacata Petralia soprana um vilarejo localizado no alto do parque natural Della Madonie.

Um pouco afastada dos grandes centros, onde não chamaria tanta atenção, seria o esconderijo perfeito para uma gestante.

- Chiara está é sua nova casa - Raul abriu a porta a apresentando o local

- Obrigada mais uma vez Raul - ela o abraça - espero finalmente ter paz e aconchego por aqui

- É muito importante que você tenha paz, mas vai precisar ter cuidado e principalmente aprender a se cuidar sozinha.

- O que me sugere ?

- Aulas de tiro, defesa pessoal já cuidei de tudo - ele a acaricia a face com carinho quase paternal - Eu pensei que iria precisar de uma companhia e Francesca será esta pessoa

- Francesca ? - ela questiona surpresa

- Sim, Francesca será sua companheira e professora, vai te ajudar com as aulas que acabei de mencionar  e com tudo  mais o que precisar.

- Raul eu estou grávida, você está se lembrando disso ?

- Sim, tomei este cuidado, sua aulas serão apropriadas para uma gestante.

- bom, e quando conhecerei a Francesca ?

- amanhã, já está tudo preparado para sua vinda, a propósito na próxima segunda você inicia os trabalhos para reabrir a livraria.

- Livraria ? - Luna o olha surpresa

- Não escolhi este lugar por acaso querida, minha tia morou nesta casa que te a hospeda agora e era dona de uma livraria a poucas metros daqui, a Casa Nostra.

- Raul eu estou ficando ainda mais confusa

- Minha tia se chamava Laura Perlutti, sua única filha faleceu em um acidente de avião e deixou uma Neta chamada Chiara,  que hoje teria mais ou menos a sua idade. Tia Laura  partiu para Roma para a buscar Chiara mas infelizmente nunca mais retornaram.

- O que aconteceu ?

- O avião em que ela estavam caiu no mar, não houveram sobreviventes.

- Esta propriedade ficou para minha mãe, mas ela nunca veio a visitar, precisei mandar faxinar aqui para nos receber.

- Vamos lá, aqui neste vilarejo ninguem sabe que Laura e Chiara estão mortas e a partir de agora eu serei a Chiara ?

- Bingo, sua avó Laura faleceu em um acidente de carro que também vitimou seu marido, você viúva e sozinha resolveu retomar a vida aqui em Petralia. É o conto perfeito!

- Raul, eu sinto muito por o envolver em tudo isto, mas  fico muito grata por te ter aqui

- Minha pequena, você é como uma filha para mim, a filha que não tive, mas chega de emoções por agora né ? Tente ficar quieta por aqui, ao menos até o bebê nascer.

- você está tomando todos os cuidados para que Gregório não chegue até você ?

- Claro, não se preocupe, aqui eu tenho um passaporte falso. Ele nunca desconfiaria - Raul diz a tranquilizando

- E se ele decidir me procurar outra vez ?

- Desta vez não conseguirá te encontrar Chiara, confie em mim... - Raul a abraça e da um beijo na testa de Luna

VendettaWhere stories live. Discover now