12: Expresso

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— Tae! Como é bom te reencontrar!

Essa tal frase simplória e espontânea foi o suficiente para Tae Yang se aproximar novamente de Aika Watanabe, sua melhor amiga de infância, onde a conheceu na sua cidade natal, Pyeongchang.

Kim a conheceu quando viu o caminhão de mudança chegando na casa ao lado da sua, após ver adultos passando com caixas e algumas sacolas, conseguiu ver uma garotinha de cabelos lisos e soltos, usando uma franja reta.

Naquele instante, ela estava retraída enquanto abraçava uma boneca de pano de cabelos vermelhos feito de barbante e usando um vestido com alguns remendos, imitando um esteriótipo de garotas vindas das fazendas.

Um encontro no parquinho próximo foi o suficiente para eles se tornarem bons amigos e brincarem sempre juntos, idênticos a irmãos de sangue.

Mas, a mudança de Tae Yang para Seul quando ele completou sete anos, acabou por separar essa amizade pura e duradoura, antes de entrar no carro dos pais, ele recebeu um apertado abraço de Aika e viu lágrimas pequenas descerem dos olhos, umidecendo o rosto pouco a pouco.

Depois disso, só sobrou a saudade da companhia de Watanabe.

Já adultos, acabaram — por acaso — se reencontrando na empresa que Kim trabalhava como gestor financeiro. Ali, ele descobriu que também Aika seguiu uma das profissões onde envolvia cálculos.

Era de se esperar, os dois, na escola de Pyeongchang eram considerados a dupla matemática por terem sempre as maiores notas nesta matéria, recebendo junto com esse título, o título de prodígios.

Eram tantas lembranças para recordar e rir que eles poderiam ficar por horas conversando sem parar sobre esses tais episódios no qual passaram juntos.

Para os juntar ainda mais, Watanabe tinha algumas desculpas afim de aparecer na sala do amigo, como dificuldades no sistema na empresa ou dúvida sobre alguma coisa também relacionada a empresa.

E — na hora de embora — aproveitavam para ir a uma lanchonete qualquer afim de conversar sobre as novidades recentes.

Ali, puderam perceber as coisas atemporais que ainda levavam consigo e jeitos onde mudaram após a fase do amadurecimento constante.

Aika acabou por se tornar uma mulher muito simpática e, com um dom de percepção sem limites, mas permanecia com seu jeito extravasado, era assim que Tae Yang via Watanabe.

Kim havia se tornado um homem maduro, que ainda mantinha a sua educação em dia e também ainda carregava seu dom natural de liderar, mas sua personalidade introspectiva permaneceu como há anos atrás. Assim Aika via Tae Yang.

O homem ainda estava se soltando, o desconforto em expôr seus pensamentos o rondavam quando Watanabe perguntava qualquer coisa. Esse era o fruto amargo da distância prolongada, eles se conheciam bem, mas estavam se assemelhando a apenas conhecidos ao invés de amigos.

Kim ainda necessitava de tempo afim de se acostumar com essa aparição ilustre dela.

Durante aquela refeição noturna na tal lanchonete, aproveitaram para conversar sobre as relações amorosas e não amorosas ao longo do tempo que estiveram longes.

Tae Yang acabou por falar de Min Ji, o seu grande e único amor.

Aika percebeu a paixão no qual o amigo sentia pela namorada, apenas foi citar ela que leves sorrisos se escaparam dos seus lábios, algo no qual ela não via com frequência.

Watanabe — quando foi questionada sobre sua vida amorosa — acabou por falar que estava sozinha. Ela não estava sozinha porque queria e sim pois foi obrigada a se desfazer de seu primeiro namorado.

Café & AmorWhere stories live. Discover now