Capítulo 7

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Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo. Ele realmente me chamou de Lenita? Ninguém me chama assim. Ele criou um apelido só para mim? Isso é intrigante, mas por quê?

- Lenita? Está viva?

Novamente. Por que isso soa tão bem vindo da boca dele? Por que ele precisa ser tão irresistível?

- Lenita?

Meu Deus, vou pular nele. Quem o autorizou a ser tão atraente?

- LENITAAAA! - Ele gritou, sacudindo-me.

- OIIIIIIIIIIE - Gritei de volta. Ele me soltou e ficou parado na minha frente, fazendo careta.

Dei um tapa nele e fui até o armário da cozinha em busca de um copo. Ele me ofereceu o dele, aguardando eu beber minha água.

Será que ele tinha mais algo para dizer?

- Desembucha... - Falei com uma careta.

- Só queria agradecer por me deixar dormir no seu quarto mais cedo - ele corou? Ou foi impressão minha?

- Ah, sim. De nada. Amigos estão aí para isso. - Disse, nervosa.

- Ah, sim... Selenita, queria te falar mais uma coisa, se posso, é claro...

- Claro.

- O-Ok, é... Eu meio que... gosto de você... e não é só como amigo...

Caramba, ele está falando sério? Eu pensava que ele nem me notava. Parece até uma piada.

- Gosto de você também. - Falei firmemente. - É incrível a forma que eu achava que você não me notava. Pensei que você nunca olhou para mim. Pensei que eu não passava de irmã de um amigo. Se é que me entende.

- Entendo. Pensava o mesmo. Olha, eu queria muito ter algo com você. É mais do que atração sexual. Eu gosto de você desde o dia que te conheci. - Ele fala tenso.

- Uau. Isso é muito bom. Nós dois nos gostamos.

- Sim, sim. - Ele responde aliviado.

- É loucura se eu te disser que quero muito te beijar agora? - pergunto me aproximando dele.

- Loucura mesmo é eu concordar, Lenita. Minha Lenita. Ninguém, NINGUÉM mais pode te chamar assim, ok?

- Ok. - Respondi.

- Aliás, Lenita, você é minha, só minha. Não deixa ninguém te tocar, ouviu?

Concordei com a cabeça.

Me inclinei mais para frente até nossas testas se encostarem. Olhei nos olhos dele e percebi o quão lindos eram à noite. Sorri ao ver que o que sentíamos era mútuo. Nossos lábios se encontraram, o beijo no início era suave, delicado, um paraíso, mas logo esquentou, tornando-se vicioso, agressivo, cheio de desejo, lúxuria. Era algo que ultrapassava a mim mesma, além dele. Era algo muito maior que nós dois.

[...]

Estávamos ofegantes, procurando ar para respirar normalmente. Ele me beijou novamente, dessa vez mais breve. Precisávamos dormir. Já eram três horas e quarenta e seis da madrugada. Nos despedimos com muitos selinhos, e fui dormir feliz, até sonhei com ele.

MEU ANJOWhere stories live. Discover now