[6] O planeta com o clima mais hostil

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— Tô com fome. — Faz bico e pisca lentamente, como se estivesse me enfeitiçando para fazer o quer, zero necessidade, sabe que sou o pau-mandado dele.

— Chá e um lanche. Tudo bem. Agora vai. Já tô vendo você de cama por conta disso. — Giro seu corpo e começo a empurrá-lo em direção ao banheiro.

— Bem que tô precisando de uma folga no serviço e de ficar quietinho no seu colo.

— Para de falar besteira, Jeon Jungkook, eu vou te dar um peteleco! Não quero você doente, mas sim, você pode e ficará bem quietinho no meu colo.

Sorri mansinho e fecha a porta do banheiro. Menino sem juízo. E eu o amo tanto!

Nada como um banho bem quente depois de uma chuva indesejada, mas existe algo melhor que isso, usar as roupas do Jimin.

Pego o que eu quiser e vou me enfiar embaixo das cobertas dele e deixar ele cuidar de mim e me encher de beijos, eu preciso, que dia mais chato!

O serviço nunca foi tão enfadonho, o dia nunca passou tão lentamente. Minha cabeça parecia oca, até perguntaram o que eu tinha.

Eu lá, só sabia pensar na minha casa e tudo o que tem dentro dela e em mais nada. Também no fato de que Jimin gosta de mim, mesmo com todos os meus problemas e limitações. Isso é um sonho realizado. Sempre temi passar o resto dos meus dias sozinhos e isso não irá ocorrer. E será com ele, com o alfa que me tem na palma da mão desde sempre. A vida pode ser tão louca às vezes.

Preciso ligar para minha mãe e contar tudo, mas não agora, senão ela aparece aqui e me arrasta para uma loja e me faz comprar um enxoval que nem preciso. Ela adora o Jimin e sei que, secretamente, sempre pediu ao universo para que ele fosse o meu companheiro de vida. Ela ficará tão feliz e olha só, estou chorando.

Guardei todo esse amor por tanto tempo, eu acabei me acostumando com ele e agora estou sentido toda a sua intensidade novamente, como no dia em que percebi, e sinto que vou pocar feito um balão em festa de criança, a qualquer segundo.

Não sei lidar com tantas emoções simultaneamente. Aí, preciso do aconchego que só o colo do Park traz.

E pensando nele, onde será que está? Tudo tão silencioso. Ele não é silencioso, ainda mais se estiver na cozinha. Espero que não tenha saído na rua sem necessidade!

— Jimin? — chamo e não há resposta. — Jimin!

Passo no quarto dos gatos, estão dormindo, todos dentro da mesma caminha, um grande emaranhado de bolas de pelos. Não cabem todos ali, metade do corpinho do Urano está para fora, mas o que farei? Gatos são assim mesmo, ainda mais nesse clima. Quero enfiar minha cara no meio deles e não vejo a hora de Netuno estar aqui. Ainda nem falei sobre a escolha do nome com Jimin, mas será esse.

Estou feliz por Vênus ainda estar aqui e pelo filhotinho que ela carrega na barriga. Aqui ela terá todo o suporte e amor do mundo e já me encontro ansioso com a vinda do novo inquilino. Nunca lidei com um tão pequeno, espero saber o que fazer.

Pelos deuses, realmente teremos um sistema solar e eu não imaginava que seria tão rápido! Confesso que estou até mesmo assustado. Enfim, que dê tudo certo.

Encosto a porta e deixo os bebês dormirem.

Entro no quarto do Park e está uma bagunça. Roupas espalhadas, portas e gavetas abertas. O computador ligado, música escapando pelos fones e um barulhinho de apito, indicando que mensagens estão chegando e que ele deixou algum chat aberto, mas nada dele.

— Jimin! — chamo outra vez. Silêncio. Definitivamente, estou sozinho. Aperto o laço do meu roupão para descontar a frustração.

Não creio que ele saiu de casa num clima desses! Tudo bem que não fica doente tão facilmente, como eu, mas não havia necessidade. Espero que não pegue chuva.

Todos os planetas • pjm + jjk • aboWhere stories live. Discover now