Cafeteria dos Sonhos

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A garota era viciada em café, sentia um imenso prazer em desfrutar uma enorme xícara de sua bebida preferida, todos os dias pela manhã e no final da tarde, ela passava na cafeteria que pertencia a sua avó.

Amélia era uma senhora da terceira idade, que não tinha nada de frágil, era forte como um touro e sã como uma coruja, astuta como um lobo e entusiasmada com a vida feito sua neta Elise.

Ambas perceberam uma diminuição no movimento da cafeteria e livroteca, Café com Baunilha e resolveram que deveriam fazer algo para melhorar aquela situação.

Foi Amélia quem deu a ideia de fazerem uma festa anos dourados e Elise completou o raciocínio dizendo que deveriam convidar os clientes de anos atrás, que não apareciam há tempos na cafeteria.

Uma festa dos anos dourados nada mais é do que uma festa ambientada nos anos 60 e 70. Músicas de sucesso da época, rock roll e roupas típicas. Amélia fez a lista com os clientes antigos e Elise enviou os convites, estavam ansiosas pela festa.

A garota comprou um lindo vestido preto de bolinhas brancas que lhe caiu super bem tendo em vista sua pele pálida e cheia de pintinhas, o cabelo ruivo ondulado, ficou radiante. Amélia também caprichou nos detalhes, contratou um DJ e armou uma discoteca no café.

As oito horas da noite, começaram a ficar ansiosas, temerosas de que talvez, nenhum convidado aparecesse. Foi quando ele, um rapaz alto, esguio e bonito apareceu, se dirigiu a idosa agradecendo o convite e fazendo um discurso de que passou a vida inteira ouvindo falar do Café com Baunilha e que necessitava conhecer o lugar. 

As anfitriãs começaram a se sentir à vontade, não perceberam que enquanto o rapaz falava o relógio corria de frente para trás, voltando no tempo.

Após meia hora de conversa, a cafeteria já estava lotada. Elise ficou impressionada com o requinte nos detalhes das vestimentas, dos modos e com as músicas que o Dj tocava, se viu ser levada para pista de dança pelo belo rapaz que se apresentou como Diogo, explicou que era neto e um tal senhor Tempus, que amava a cafeteria de dona Amélia, os detalhes e a conservação impecável do lugar, enquanto falava Diogo e embalou a garota, que rodopiava na pista.

Ela se sentia completa nos braços de Diogo, de uma maneira tão intima e avassaladora, então ousou convidá-lo para dar uma volta fora da cafeteria. Ele pareceu assustado, quis convencer Elise a permanecer onde estavam, mas ela estava decidida a dar uma volta na rua. 

Amélia estava entretida com os convidados, feliz como há muito tempo não se via, a casa estava cheia, chegava a ter fila, ainda bem que haviam contratado um serviço de buffet, assim podiam desfrutar da festa.

E de tanto insistir, Diogo aceitou sair um pouco com a garota, saíram e na porta deram as mãos, ela já havia se apaixonado antes, mas as sensações que percorriam seu corpo diante aquele rapaz eram uma novidade, ela tinha vontade de estar sozinha, isolada do mundo com aquele completo desconhecido. 

Ele retribuía com olhares, ela estava hipnotizada, não conseguia prestar atenção em nada que não fosse ele, seus modos, tom de voz e cheiro. Quando viu um lindo Cadilac Eldorado VII (versão luxo 1968), vermelho, impecável, estacionado em frente ao café.

Encostou-se no carro enquanto era beijada por Diogo, o desejo crescia, a vontade de estar intimamente ligada aquele rapaz era enorme, ele retribuía, parecia um pouco nervoso, mas muito à vontade com as caricias que trocavam, entraram no carro e ficaram à vontade para namorar, depois de um tempo razoável saíram do carro suados e rindo, afinal aquela relíquia parada ali pertencia a Diogo e serviu bem aos propósitos de Elise.

 Então houve um imenso estrondo acompanhado de um clarão e de dentro da luz pularam algumas pessoas gritando.

Estavam nervosos e irritados e se dirigiam a Diogo dizendo:

_ novamente estas a brincar com as linhas temporais? 

Elise não entendeu nada, mas percebeu a tristeza e preocupação do rapaz.

_ como limparemos a sua bagunça dessa vez Diogo, você trouxe uma cafeteria inteira, cheia de pessoas de volta no tempo e para piorar despertou sentimentos na garota.

 Elise então saiu do transe e se percebeu no passado, estava na rua, mas não haviam outras construções como antes, tudo estava diferente, todos os carros eram de época, até o cheiro no ar, era diferente. Olhou para o rapaz sem saber como reagir.

Diogo então disse para a patrulha do tempo, que era viajante do tempo já há algumas décadas e que chegara o momento de se aposentar que voltou sim o tempo e o congelou para ter a chance de estar com sua alma gêmea, da qual não aceitaria mais ser separado.

 A patrulha do tempo riu com deboche, dizendo que ele só poderia estar de brincadeira, que quando foi que ele conheceu o amor e como poderia saber que a garota era a alma gêmea dele, foi quando ele tirou de seu bolso uma ampulheta, com a inscrição areias do tempo e disse:

 _ não é a primeira viagem particular que faço pelas linhas temporais e não é a primeira vez que me encontro com Elise, não deixarei que me capturem e apaguem a memória dela outra vez, deixem–me em paz.

Se é o seu dever, consertem essa linha temporal da maneira que fazem bem e me permitam nascer e crescer na mesma década que está dama, se assim não o fizerem, quebrarei a ampulheta original do tempo, que herdei de meu avô, a mesma que me permitiu a fazer viagens não autorizadas no tempo e que está aqui em minha mão.

Elise acordou no balcão da cafeteria algumas horas depois, meio atordoada pensou que sonho louco havia tido, sua avó era dona da cafeteria há anos atrás, dona Amélia já era falecida há cinco anos, porém Elise ainda carregava consigo memorias afetivas do local e tinha por hábito frequentar a cafeteria todos os dias, naquele dia vira o cartaz convidando para uma festa dos anos dourados e se pós a pensar o que seria isso. 

Aliás ela não entendia como havia dormido tomando café, aquilo não fazia sentido.  Menos sentido ainda fazia o conteúdo do sonho viagem no tempo, patrulha da linha temporal.  Ela vestida estilo anos 70 quase nos finalmente com um rapaz desconhecido, credo e essa última parte, que delícia. 

Desde a morte de sua avó, Elise vivia sozinha e não se envolvera romanticamente com ninguém, o luto estava impregnado na garota, demorando passar.

 Olhou fixamente para porta da cafeteria ainda pensando no louco sonho que teve, se certificou em seu celular da data hora e já se acalmava. Pediu outra deliciosa xícara de café decidida a esquecer aquele sonho, entre um gole e outro de café viu entrando um belo rapaz de feições já conhecidas e que fizeram o seu coração imediatamente disparar

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