Flores

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A semana passou rápido, já era sexta-feira, faria uma semana que sai com o Itachi e não parava de pensar naquele loiro.
Estava na floricultura, faltavam alguns minutos para eu poder sair.

— Está viajando Sasuke? — perguntou uma voz feminina. Virei para o lado e logo puder ver de quem pertencia.

— Talvez, Kurenai — respondi para mulher que agora se encostava na bancada. Kurenai era alta, tinha seus cabelos escuros e olhos vermelhos.

— Hm, fiquei sabendo que esteve em uma festa sábado, resolveu sair da toca? — perguntou a mulher agora acendendo um cigarro.

— Como você sabe? — perguntei tão casualmente quanto ela.

— A novata me contou. Ainda não conheceu ela — disse ela, já respondendo minha segunda pergunta.

— Hm — respondi seco. Sabia o que Kurenai estava fazendo, queria que eu falasse como foi, porque essa velha ficava se metendo na minha vida? Não que eu não goste, a velha ate que era boa companhia.

— Desembucha logo, garoto — disse a mulher, perdendo a paciência. Soltei um riso abafado.
No momento em que eu começaria a falar a porta da loja de abriu e comecei a acreditar em destino.

— Boa tarde, estou procurando por lavand- ia dizendo a pessoa que parou logo quando me viu.

— Sasuke? — perguntou, parecia feliz em me ver, tinha seu lindo sorriso estampado no rosto.

— Oi Naruto — disse retribuindo o sorriso, porém o meu era singelo em comparação ao dele.

— Agora me recordo de você dizer trabalhar em uma floricultura, só não imaginava ser a mesma que minha irmã. — disse o loiro surpreso se aproximando.

— Você é o irmão da novata? Ela falou muito bem de você — perguntou Kurenai parecendo saber sobre o que o loiro dizia.

— Sou, ela falando bem de mim, é uma coisa rara. — disse o loiro simpático, com as mãos na nunca.

— Kurenai, está na hora. — disse correndo para pegar minha mochila e voltando.
O loiro já estava com o buque em mãos, não era um buque muito grande, mas era bonito de qualquer maneira.

— Sasuke, vai para algum lugar agora? — perguntou o loiro. Vi Kurenai levantando a sobrancelha.

— Planejava ir para casa, mas o que sugere? — perguntei, olhando com cara de tédio para morena.

— Um café — disse o loiro, andando para saída. — Você vem?

— Claro — respondi indo logo atrás dele.

— Tchau Kurenai — disse acenando para ela, Naruto apenas sorriu para ela, tinha certeza que vi ela sorrindo.

Andamos por pouco tempo, a cafeteria era próxima à floricultura, já havia a visto antes indo para o trabalho. Entramos no local e senti um cheiro agradável de café, eu amava aquele cheiro. Acompanhei o loiro ate uma das mesas e sentei na poltrona a sua frente.
— Boa tarde, qual é o pedido? — disse uma voz feminina que logo percebi ser a garçonete, que não demorou muito para chegar à mesa.

— Um cappuccino. — respondi a garçonete já anotava.

— Quero um café forte e doce — disse o loiro para a garçonete, que logo levou o pedido já anotado.

— Você se parece com o seu café — disse me acomodando na poltrona.

— Forte e doce — o loiro repetiu as palavras corando e sorrindo. — Como você saberia disso? — perguntou voltando a se concentrar em mim.

— É a visão que você passa, é o que eu vejo em você — disse encostando na parede, vendo o loiro me com o braço apoiado no cotovelo, prestando atenção demais no que eu falava. — É-é para quem são as flores? — perguntei mudando de assunto.

— São para minha irmã, hoje é aniversário dela. Lavanda sempre me lembrou ela, na verdade, sempre tem uma flor que me lembra uma pessoa. — disse o loiro sorrindo olhando para o buquê.

— Tenho que concordar com você e você é claramente um girassol para mim. — disse entrando no assunto, ele parecia feliz falando sobre isso.

— A flor da felicidade. Sendo assim, você pode ser uma rosa, só não tenho certeza se é branca ou vermelha. — respondeu ele, sorrindo quase imperceptível e me olhava daquela forma, como se conseguisse ver minha alma.

— Aqui está o pedido, um capucino e um café. — disse a garçonete que apareceu repentinamente quebrando nosso silêncio.

— Obrigado, você pode trazer a conta por favor? — respondeu o loiro bebericando o café.

— Ok, só um instante. — disse a garçonete, ela era simpática, mesmo parecendo cansada, admiro pessoas com essa capacidade.

— Mas já vai? — perguntei a Naruto que parecia mesmo estar com presa.

— É que é aniversário da minha irmã, lembra? É que estou meio atrasado. — respondeu o loiro, coçando a nuca e olhando o relógio em seu pulso.

— Ah sim, é verdade. Espero que ela goste do buquê. — disse lembrando das flores à minha frente.

— Eu também espero. Eu até te convidaria, mas acho que seria meio estranho eu levar alguém que eu conheço a uma semana na festa da minha irmã. — disse o loiro soltando uma risadinha me observando.

— Eu concordo com você e do mesmo jeito tenho um compromisso. — respondi a ele, que me olhou curioso.

— Assistir filme com meu irmão é um grande compromisso, não acha? — disse em resposta a sua reação.

— Olha, para mim, é realmente um grande compromisso, se eu desmarco um filme com minha irmã recebo ameaça de morte. — respondeu o loiro em tom de brincadeira, terminando o seu café e o meu também já estava no final nesse meio tempo.

— Sua irmã parece ser legal. — respondi a ele, não sabia exatamente o que dizer.

— Ela é! Acho que ela adoraria te conhecer, o que acha? — sugeriu loiro animado, não podia negar com ele sorrindo daquele jeito.

— Acho que eu também adoraria conhecê-la. — sorri simplista, apoiando a cabeça na mão com o braço apoiado na mesa.

— Bom, sem querer apressar as coisas, mas minha família tem mania de fazer churrasco um dia depois das festas. Então você poderia, sei l-

— Eu aceito ir, afinal que recusa comida, ainda mais churrasco? — disse o interrompendo, ele parecia se embolar nas próprias palavras era engraçado.

— Que bom eles vão te adorar. Quase me esqueço, naquele dia esqueci de pegar seu número. — disse o loiro pegando o celular.

Trocamos os números, fechamos a conta que depois de muita insistência eu paguei e estávamos nós despedindo na porta da cafeteria.

— Foi muito bom te ver Sasuke, a gente se vê? — disse o loiro novamente sem saber o que fazer e estendeu a mão.

— A gente se vê. — respondi sorrindo singelo apertando a mão dele e senti a minha formigar. — Ah e manda parabéns para sua irmã. — disse me afastando.

— Pode deixar — respondeu o loiro rindo seguindo seu caminho.

"Por que girassóis ele me pergunta
eu aponto para o campo amarelo os girassóis adoram o sol eu digo quando o sol sai eles se erguem quando o sol vai embora eles abaixam a cabeça de tristeza o que o sol faz com as flores é o que você faz comigo."

— o sol e suas flores

— o que o sol faz com as flores

Desilusão Onde histórias criam vida. Descubra agora