19| pra selar a paz?

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VEIGH

   Eu não tava bêbado, mas estar tão perto dela me trouxe a sensação de estar muito.

  A Débora era irresistível assim, cara a cara, e eu não consigo me sentir mal por gostar tanto de beijar ela. Mas agora o foco não era esse.

— Thiago, eu não sei. — Ela pareceu sincera.

  Eu realmente queria estar perto dela, e eu já percebi que da forma que eu queria estar não é mais o certo. A gente já não é como antes para agirmos como se tivéssemos lá atrás. Consegui entender isso.

— Eu também não sei. A única certeza que eu tenho é que eu quero estar com você, parça. Só que eu preciso entender como você quer que eu leve isso.

  Débora deu um golaço na dose dela e suspirou.

— Mano, eu não sei, desde que você não me trate como sua irmãzinha e entenda que as coisas mudaram, Thiago. Esses beijos são a prova viva disso. — Débora mais uma vez foi sincera, diferente do que estava sendo na última conversa, onde ela tava na defensiva. — Irmãos não sentem vontade de beijar um ao outro.

  Suspirei concordando.

— Cê tá certa, mano. Eu tava querendo resgatar um bagulho que já passou, e não vivendo o que tem pra viver agora.

  Ela concordou.

— Eu fiquei magoada quando você disse que era "só um beijo"

  Era incrível que ela tenha bebido. Do nada várias verdades.

— Por que?

— Isso me menosprezou como mulher, feriu minha autoestima. — Deu de ombros.

— Mas eu não quis dizer que foi um beijo ruim, parça. Eu quis dizer que na situação vocês não eram duas ficantes. Você estava ali como minha melhor amiga que eu tinha dado um beijo.

— Cairia melhor se você tivesse dito assim. Mas foda-se, já foi. — Ela deu de ombros carburando o narguilé.

— Tamo suave então? — Perguntei com expectativa pra caramba.

— Parça, só vamo levar na boa. Mas não vacila, Thiago!

  Assenti me sentindo aliviado.

— Juro! Agora da um beijo pra selar a paz?

  Ela me olhou com certa indignação.

— Tá doce, agora? — Perguntou se fazendo de marrenta.

  Revirei o olho segurando o queixo dela e trazendo pra mim. Dei um beijo rápido, porém com o mesmo gosto bom dos outros.

— Amigos coloridos? — Perguntei pensando o que seríamos agora.

— Para, rotular as parada só estraga.

  Ela não mentiu. Era melhor deixar acontecer o que tinha que acontecer.

[...]

  Quando deu umas quatro hora e a Débora quis ir embora, eu fui dar um carona pra ela, por mais que fosse quase do lado.

  Parei a moto na frente dos predinhos e desci junto com ela pra me despedir melhor.

— Entregue. — Disse cruzando os braços na frente da morena de porte médio.

  Débora também cruzou os braços enquanto me olhava com um sorriso bonito.

— Vou te dar três estrelas pela rapidez, mas só tinha um capacete, irresponsável. — Ela brincou.

  Segurei a cintura dela e puxei pra mim. Senti ela mole, acabei rindo com isso.

— Tá rindo do que, besta? — Ela perguntou ainda com o sorriso.

— Você fica toda mole. — Falei baixo perto do ouvido dela.

— Lógico, eu tô bêbada. — Disse arrepiada.

  Débora sempre foi péssima de mentir.

— Mete o louco, Débora. Cê tá toda arrepiada, e eu aposto que não é pela bebida. — Falei passando os dedos sutilmente mas costas dela.

— Filho da puta. — Murmurou baixo.

  Segurei o queixo dela guiando sua boca pra minha. Nosso beijo era encaixado e lento, fazia o meu corpo esquentar e querer mais contato.

  Alisei a cintura dela trazendo mais pra mim. As mãos dela pararam na minha nuca deixando alguns arranhões provocantes. E como se não bastasse sugou meu lábio inferior me fazendo suspirar de satisfação.

  Juro por Deus que eu tentei me segurar pra isso, mas nessa situação foi impossível de não descer mais a minha mão parando na bunda grande dela. Apertei sutilmente e vi ela arfar ainda no beijo.

  Débora foi esperta e desceu uma das mãos sutilmente pra dentro da minha camiseta me deixando um leve arranhão na barriga. Foi ali eu que comecei a crescer em outros lugares.

  Isso tava ficando perigoso, e por mais que eu goste, eu sei que não é da hora agora... Não assim.

  Parei o beijo deixando vários selinhos na boca dela.

— Parou por quê? — Ela perguntou me encarando com um olhar diferente do que eu tava acostumado.

— Debinha, já já as fofoqueira vai ver e vai dar mó bololo. — Dei um beijo no pescoço fazendo ela se arrepiar de novo.

  No fundo ela sabe que eu tinha razão então só assentiu murmurando.

— Suave. Vou entrar. — Se ajeitou. — Vai com Deus e me manda mensagem quando chegar!

  Concordei sem esconder o sorriso com a preocupação. Subi na moto de novo e coloquei meu capacete.

— Certo, Debinha. Agora vai dormir que ce tá igual um zumbi.

— Cê não tá diferente não, parça. — Deu as costas pra mim me dando a visão da bunda dela naquele jeans. Eu sempre dei uma olhada e outra, mas sempre me corrigi.

— Te amo, Debinha! — Falei alto pela distância.

— Te amo também, Zika.

MANDRAKA - VeighWhere stories live. Discover now