001 | thiagoveigh7 começou seguir você

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VEIGH

   Pra mim melhor do que vencer na vida, é comemorar com as pessoas que te apoiaram quando você não era nada. Por exatamente isso eu promovi uma festa beneficente aqui na COHAB. O lugar onde eu me descobri como cantor. Quando eu achava que nunca daria certo os caras daqui me encorajaram. Não teria outro local pra agradecer, e eu creio que é só começo!

  Tava mó festa linda e a molecada toda vinha em volta de mim, igualzinho eu vi acontecer com os meus ídolos. Pra mim isso vale mais que muita grana.

— Salve, Thiago. Lembra de mim? — Um menorzinho perguntou do meu lado.

  Olhei ele por uma cotinha com a sensação de realmente já ter visto ele em algum lugar.

— Qual seu nome, parceiro? — Estendi a mão pra ele que apertou firme.

— Felipe, sou irmão da Débora.

— Felipe? — Perguntei desbloqueando a memória.

  Quando eu fui embora daqui esse moleque tinha uns oito anos, tá quase do meu tamanho agora. Puxei ele pra um abraço.

— E a sua irmã, a dona Cida?

— Minha irmã tá trampando, a minha mãe tá ali oh. — Ele apontou pra uma direção. Precisei de muito pra achar uma senhora de cara fechada.

— Vamo colar lá?! — Falei já indo. — Caraca, moleque. Tá comendo o que? Cresceu do nada.

— Do nada não, né? Tá tirando. Faz cota que cê não aparece aqui.

  Realmente. Mas vontade de vir pra cá de novo não me faltava. Sempre mantive contato com os parceiros daqui. Literalmente ainda falo com todo mundo que andava junto na época, menos a Débora.

  A gente era cu e cueca, não desgrudava por nada, mas por umas tretinha infantil a gente foi se afastando. Aí faltando um mês pra eu ir embora, a gente brigou feio. Eu até tentei me despedir, mas ela como sempre orgulhosa bateu a porta na minha cara.

— Dona Cidinha?! — Já cheguei abraçando ela.

— Oh meu filho, que saudade. — Ela devolveu o abraço.

— Como a senhora tá? — Me afastei pra encarar a baixinha.

— Graças a Deus eu tô bem. E a Miriam?

  Ela e minha mãe também eram inseparáveis, mas minha mãe acabou perdendo o número dela um tempo depois que a gente se mudou. Elas ainda se tinham no face e pá, mas não era a mesma fita.

— Tá bem também, tia. Ela morre de saudade da senhora. — Não menti.

— Eu tava falando com ela esses dias. Comentei que a Débora conseguiu arrumar um trabalho lá no Aricanduva.

— E como que ela tá, tia?

  Lidar com a saudade dela no começo foi difícil pra mim, mas com tanta coisa na cabeça uma hora a gente acostuma.

— Dando trabalho, como sempre. Mas com saúde tá ótimo.

— Maloqueira ainda?

MANDRAKA - VeighWhere stories live. Discover now