Isabel puxou a bainha do vestido e tentava ajustá-lo, mas o tecido era fino e esvoaçante. Aquilo a incomodava muito porque sempre usou tecidos grossos, de costura caseira e simples e naquele momento percebeu que eles eram bem mais práticos para andar.
O salão foi aberto e um pequeno jogo de refeição estava posto, seu prato e uma taça de cristal a aguardavam no solitário e frio salão. Comer em silencio foi mais esquisito ainda. Passou a vida comendo na taberna, ouvindo homens bêbados rindo e cantarolando, o piano desafinado no fundo ou o violão velho de alguém. A ideia de estar tão longe de casa lhe encheu de pânico e tristeza; quando voltaria?
– Acho que acabei. – Murmurou a garota perdendo a fome e só querendo voltar para o quarto. Dormir talvez diminuísse a dor.
Isabel andava pensativa enquanto era guiada de volta ao quarto. Ela pensava em como isso parecia loucura, toda a ideia de estar ali era uma loucura. Voltar para casa parecia um sonho tão perto e tão longe.
Enquanto pensava e pensava, ao entrar no quarto, viu Edmundo sentado em uma poltrona, ele parecia ler o livro que Isabel estava usando de distração e apenas ergueu o olhar sob as páginas quando percebeu a chegada dela.
– Você não foi jantar? – Ele perguntou realmente curioso e olhou para a janela. – Não se passou mal dez minutos desde que saiu.
Isabel podia perguntar como ele sabia disso. Se haviam ido avisá-lo que ela estava lá embaixo ou o que mais ficavam notificando-o, mas só preferiu comentar:
– Perdi a fome. – Ela balbuciou e finalmente percebeu que os guardas que a acompanhavam atrás de si já haviam partido e a deixado sozinha ali.
Ele apenas concordou em silencio e colocou as mãos no bolso ao se levantar. Isabel esperou ele dizer algo, mas parecia que o moreno estava perdido em pensamentos até voltar a olhá-la.
– Quero tentar algo. – Ele declarou de repente e fechou a porta do quarto.
Edmundo parecia procurar algo pelo lugar, mas sua atenção se voltou para a cintura dela. Caminhando devagar até sua direção, Isabel engoliu em seco quando ele não desviou o olhar.
– Vou precisar disso. – Ele murmurou baixinho e a puxou pela cintura, virando-a num rápido movimento e deixando-a de costas para si. Ela sentiu a mão do rapaz desatar o tecido da cintura e seu braço passar entre os braços dela para soltar o tecido em volta da sua cintura.
Ainda de costas, Isabel sentiu os dedos do rapaz tocar em seu cabelo e os pelos de sua nuca de arrepiaram com o toque, sempre foi uma área que a deixava sensível e que gostava de ser acariciada por pessoas que confiava, mas naquele momento só estava em terrível alerta. Ele ajeitou os fios para trás e depois a vendou com a fita.
– Está vendo algo? – Ele sussurrou em seu ouvido, se aproximando mais e Isabel não respondeu, apenas sentiu o tórax dele roçar suas costas. – Me responda.
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CRUEL PRINCE, Edmundo Pevensie ⋅⋆⊱ As Crônicas de Nárnia.
Fantasy⌜𝐹𝑖𝑛𝑒, 𝑚𝑎𝑘𝑒 𝑚𝑒 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝑣𝑖𝑙𝑙𝑎𝑖𝑛 ༉‧₊˚✧ Aslam nunca salvou o traidor. Talvez, no fundo, ele soubesse que não havia como salvá-lo; seu coração era de gelo, assim como o da mulher que o recebeu como a um filho. - Você é igual a mim, Edm...